Ponto de inflexão
Folha de São Paulo - 21/03/09
BRASÍLIA - A oscilação negativa de cinco pontos percentuais (de 70% para 65%) na popularidade de Lula na pesquisa Datafolha é relevante. Pode marcar talvez o ponto de inflexão do petista neste seu segundo mandato. Mas mais eficaz para medir o humor do eleitorado são as respostas sobre a atual situação econômica.
Em novembro, 49% dos brasileiros aprovavam a atuação de Lula no combate aos efeitos da crise. Hoje, o percentual caiu para 43%. A popularidade do presidente (65%) ainda está oceânicos 22 pontos percentuais à frente. Manter essa diferença é o desafio do governo até a eleição do ano que vem. A dificuldade de Lula para permanecer nas alturas está diretamente relacionada ao desempenho da economia. Mais desemprego equivalerá a menos paciência dos eleitores. Também deve ser considerado o timing desse processo. A tal teoria das curvas concêntricas -como aquelas formadas pela pedra jogada no meio do lago.
Eleitores afluentes e com acesso a informação já sabem o tamanho do problema econômico mundial. São a primeira curva formada pela pedra no lago. A maioria dos brasileiros, na base da pirâmide social, só sentirá todos os efeitos da desaceleração num momento posterior. O cenário mais funesto para Lula é a inflexão atual atingir o seu pico daqui a um ano, quando estiverem sendo formadas as alianças para a eleição de outubro de 2010. O pior da crise poderá ter passado, mas muitos eleitores se pautarão pelos danos sentidos em 2009.
É o efeito Bush-Clinton. No início da década de 90, George Bush, o pai, tomou as medidas necessárias para corrigir os rumos da economia dos EUA. Na eleição de 1992, os eleitores não sentiam ainda os efeitos positivos. Elegeram o oposicionista Bill Clinton. É tudo com que a oposição brasileira sonha. E o pesadelo de Dilma Rousseff e do PT.
BRASÍLIA - A oscilação negativa de cinco pontos percentuais (de 70% para 65%) na popularidade de Lula na pesquisa Datafolha é relevante. Pode marcar talvez o ponto de inflexão do petista neste seu segundo mandato. Mas mais eficaz para medir o humor do eleitorado são as respostas sobre a atual situação econômica.
Em novembro, 49% dos brasileiros aprovavam a atuação de Lula no combate aos efeitos da crise. Hoje, o percentual caiu para 43%. A popularidade do presidente (65%) ainda está oceânicos 22 pontos percentuais à frente. Manter essa diferença é o desafio do governo até a eleição do ano que vem. A dificuldade de Lula para permanecer nas alturas está diretamente relacionada ao desempenho da economia. Mais desemprego equivalerá a menos paciência dos eleitores. Também deve ser considerado o timing desse processo. A tal teoria das curvas concêntricas -como aquelas formadas pela pedra jogada no meio do lago.
Eleitores afluentes e com acesso a informação já sabem o tamanho do problema econômico mundial. São a primeira curva formada pela pedra no lago. A maioria dos brasileiros, na base da pirâmide social, só sentirá todos os efeitos da desaceleração num momento posterior. O cenário mais funesto para Lula é a inflexão atual atingir o seu pico daqui a um ano, quando estiverem sendo formadas as alianças para a eleição de outubro de 2010. O pior da crise poderá ter passado, mas muitos eleitores se pautarão pelos danos sentidos em 2009.
É o efeito Bush-Clinton. No início da década de 90, George Bush, o pai, tomou as medidas necessárias para corrigir os rumos da economia dos EUA. Na eleição de 1992, os eleitores não sentiam ainda os efeitos positivos. Elegeram o oposicionista Bill Clinton. É tudo com que a oposição brasileira sonha. E o pesadelo de Dilma Rousseff e do PT.
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