sexta-feira, junho 18, 2010
LUIZ GARCIA
Sem os donos da casa
LUIZ GARCIA
O GLOBO - 19/06/10
Todo mundo sabia que a África do Sul não iria muito longe na Copa do Mundo. A derrota de quarta-feira para o Uruguai confirmou o que se esperava — mas duvido que até o mais frio analista (e temos na mídia analistas em todos os graus do termômetro) não tenha lamentado, pelo menos um pouquinho, a derrota de quarta-feira para os uruguaios, que praticamente tirou da disputa o time das benditas vuvuzelas.
Para o cidadão mais importante do país, o ex-presidente Nelson Mandela, ainda foi alguma tristeza em cima de tristeza maior: ele não fora ao jogo porque chorava em casa a morte, num estúpido acidente de carro, de uma bisneta de 13 anos.
Num momento assim, quase que dá para se dizer: abaixo a realidade, viva a literatura, viva o cinema. Poucos anos atrás, o ator e diretor Clint Eastwood fez um belo filme sobre Mandela. Também com esporte no meio: no caso, o rugby, um dos poucos presentes que os colonizadores ingleses deram à África do Sul. No filme, opera-se um quase milagre: o time sulafricano, formado exclusivamente por brancos, conquista o título mundial. O mais importante é que, graças ao apoio de Mandela — vivido por Morgan Freeman, que, podem acreditar, parece-se mais com Mandela do que o próprio — a vitória é compartilhada por todos os sul-africanos, negros e brancos.
Na Copa do Mundo, o script não faz concessões e não admite finais felizes para todo o elenco. E a África do Sul foi eliminada quarta-feira. Do ponto de vista do futebol, foi um desenlace lógico, inevitável. O coro estridente das vuvuzelas pode estimular o entusiasmo dos torcedores locais — ao mesmo tempo, reconheçase, que provoca enxaqueca nos visitantes — mas não ensina futebol a ninguém. E, reconheça-se com frio pesar, os sul-africanos não são mesmo de muita bola.
A esta altura, nem Galvão nem Calazans sabem o que ainda acontecerá com os brasileiros nesta Copa. Eu, muitíssimo menos. Mas, como esperanças são gratuitas, atrevo-me a imaginar que pelo menos um pouco mais adiante o pessoal vai chegar. Se ganharmos, teremos a alegria extra de saber que não atropelamos no caminho os compatriotas de um dos cidadãos do mundo mais merecedores de admiração do que a maioria dos governantes destas décadas tão medíocres que temos vivido ultimamente
Para o cidadão mais importante do país, o ex-presidente Nelson Mandela, ainda foi alguma tristeza em cima de tristeza maior: ele não fora ao jogo porque chorava em casa a morte, num estúpido acidente de carro, de uma bisneta de 13 anos.
Num momento assim, quase que dá para se dizer: abaixo a realidade, viva a literatura, viva o cinema. Poucos anos atrás, o ator e diretor Clint Eastwood fez um belo filme sobre Mandela. Também com esporte no meio: no caso, o rugby, um dos poucos presentes que os colonizadores ingleses deram à África do Sul. No filme, opera-se um quase milagre: o time sulafricano, formado exclusivamente por brancos, conquista o título mundial. O mais importante é que, graças ao apoio de Mandela — vivido por Morgan Freeman, que, podem acreditar, parece-se mais com Mandela do que o próprio — a vitória é compartilhada por todos os sul-africanos, negros e brancos.
Na Copa do Mundo, o script não faz concessões e não admite finais felizes para todo o elenco. E a África do Sul foi eliminada quarta-feira. Do ponto de vista do futebol, foi um desenlace lógico, inevitável. O coro estridente das vuvuzelas pode estimular o entusiasmo dos torcedores locais — ao mesmo tempo, reconheçase, que provoca enxaqueca nos visitantes — mas não ensina futebol a ninguém. E, reconheça-se com frio pesar, os sul-africanos não são mesmo de muita bola.
A esta altura, nem Galvão nem Calazans sabem o que ainda acontecerá com os brasileiros nesta Copa. Eu, muitíssimo menos. Mas, como esperanças são gratuitas, atrevo-me a imaginar que pelo menos um pouco mais adiante o pessoal vai chegar. Se ganharmos, teremos a alegria extra de saber que não atropelamos no caminho os compatriotas de um dos cidadãos do mundo mais merecedores de admiração do que a maioria dos governantes destas décadas tão medíocres que temos vivido ultimamente
BRASIL S/A
A ata veio amena
Antonio Machado
CORREIO BRAZILIENSE - 18/06/10
BC indica que aperto da Selic não deverá aumentar, mas tampouco será reduzido a curto prazo
A leitura da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, normalmente pouco clara, satisfaz fregueses variados. A de agora, referente à reunião da semana passada, em que a taxa Selic foi aumentada de 9,5% ao ano para 10,25%, veio menos dúbia, mas o noticiário, sobretudo de rádio, mais nervoso, anunciou o que o BC não escreveu: a piora do cenário da inflação, o que não quer dizer que tenha melhorado. Simplesmente, não há tantas certezas.
Sobre a relação entre a oferta e a demanda, que é o que importa para o atual momento da economia — pontuado pela inflação em doze meses até maio em 5,22% (acima, portanto, da meta anual de 4,5%), importações correndo à frente das exportações e deficits externos —, a análise do BC surpreendeu pelo tom mais ameno que o esperado.
A ata anterior, relativa à reunião de 28 de abril, quando a Selic saiu da estabilidade em que vinha desde julho de 2009, ao subir de 8,75% para 9,5%, cogitava um cenário sem reservas. Já não é assim. “O conjunto de informações disponíveis”, afirma a ata, “evidencia continuidade da deterioração da dinâmica inflacionária na margem, embora em ritmo menor”. Não havia tal ressalta na versão anterior.
O BC teria ficado molenga? Não parece, já que o texto “considera que essa deterioração deva ser contida e, para tanto, precisam ser revertidos os sinais de persistência do descompasso entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta agregadas”. Esse desequilíbrio, segundo o BC, tende a “aumentar o risco” para o curso da inflação.
A ata avalia que a economia continua aquecida, operando com alto nível de utilização de capacidade, mas admite que possa “mostrar algum sinal de arrefecimento”. Foi outro toque de moderação do BC.
Sobre o cenário internacional, a ata revela certeza e dúvida. No primeiro caso, o BC sugere maior preocupação com o efeito da crise fiscal da Europa sobre a retomada mais forte da economia mundial. Já quanto à influência desse quadro sobre a inflação brasileira, a ata firma que ela é mais “ambígua” — dadas as incertezas sobre o comportamento dos preços dos ativos e das commodities.
Traduzindo as mensagens do BC: é improvável que o ritmo de aperto da Selic seja acelerado. Mas tampouco será reduzido a curto prazo.
Sobriedade analítica
Nesses termos, a ata do Copom revela uma sobriedade analítica que contraria a percepção de radicalismo e ortodoxia desmedida, como a crítica enxerga o BC. Pode ter sido proposital, relacionado com a excepcionalidade da conjuntura eleitoral, suspeitarão alguns.
Mas o provável é que o BC concorde com a expectativa em formação no mercado financeiro, segundo a qual, apesar de o crescimento da economia estar acima de seu potencial, não há superaquecimento. A inflação, assim, poderia convergir para a meta de 4,5% de variação anual a um custo menor, mas num prazo maior, entre 2011 e 2012.
A preferência de Lula
As questões-chave são o crescimento, que pela ótica do BC deveria recuar para um ritmo sintonizado com a inflação na meta, e deficit externo sem estresse, em torno de 1,5% a 2% do PIB, estando a 1,9% em 12 meses até abril. Até o primeiro trimestre, a economia veio crescendo no talo. Para adiante, o PIB será resultado da interação entre os juros e a política fiscal, que continua expansionista.
Do arsenal pró-equilíbrio macroeconômico, poderiam ser sacados os juros, o controle fiscal e o contingenciamento do crédito. Os dois últimos, Lula nem quer ouvir falar. As suas sequelas seriam logo percebidas pelo grupo de eleitores que ele mais cultiva: a classe média emergente e o funcionalismo público. Já o ônus da taxa juros é difuso. No crédito ao consumo, por exemplo, conta mais o tamanho da prestação que os juros embutidos no financiamento.
Álibi para o cinismo
O BC é a última trincheira da estabilidade, além de álibi para o cinismo dos políticos. Essas coisas práticas, ligadas à sabotagem da política fiscal em relação à meta de inflação determinada pelo próprio governo, o BC ignora em suas atas, assim como os gravames institucionais sobre o crédito, entre recolhimento compulsório de parte dos depósitos da banca e tributação. Sua análise, tal como a usual entre os economistas, é asséptica, como se a “matemática” da estabilidade macroeconômica fosse neutra, sem sequelas materiais.
No próximo dia 24, vai-se ter outra constatação dessa liturgia. O Conselho Monetário Nacional se reúne para fixar a meta de inflação a ser cumprida pelo BC em 2012. A previsão é que repita a meta de 4,5% pelo 8º ano. Mas o futuro governo poderá mudá-la, se quiser.
Coragem para mudar
Ainda que os candidatos presidenciais elogiem o sistema de metas de inflação, inclusive José Serra, antigo desafeto da política de juros do Banco Central, há o que mudar. Um terço do IPCA, o índice do IBGE que baliza a medida oficial de inflação, é determinado por preços administrados, resíduos da indexação abolida no Plano Real.
É o que levou em 2009 a inflação, que desabou em todo o mundo, a apresentar enorme resistência à recessão, recuando de 5,9% em 2008 para apenas 4,3%, enquanto o PIB tombou 0,2%. E não só a indexação abate a eficácia da política monetária. Do total de crédito, mais de 40% são a taxas fixas subsidiadas — portanto, não tocadas pela Selic, que acaba sendo maior para gerar o efeito pretendido. Tudo isso é anomalia à espera de um governo com coragem para peitá-la.
PAINEL DA FOLHA
Sujou geral
Renata Lo Prete
Folha de S.Paulo - 18/06/2010
A segunda tentativa em menos de um mês de levar a voto a legalização dos bingos foi sepultada anteontem à noite sob um manto de suspeitas levantadas nos bastidores e até nos microfones da Câmara.
"É controversa a questão!
É forçação de barra e mais: há assédio aos parlamentares. Já fui assediado de forma não republicana e coloco isso com muita tranquilidade", disse o líder do DEM, Paulo Bornhausen (SC), na sessão. A declaração gerou uma onda de constrangimento. Pós-discurso, deputados mudaram de posição em plenário. A avaliação corrente é que, ao menos até a eleição, o tema ficará na gaveta.
Simples assim
Do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), sobre o texto da legalização dos bingos: "Isso é o crime organizado se infiltrando para aprovar um projeto que o beneficia".
Afasta de mim
Embora o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), tenha dado sinais de aceitar a inclusão do tema em pauta, ele tenta de todas as maneiras evitar o voto em plenário, sabedor de que a eventual aprovação será um fardo pesado demais para o vice de Dilma Rousseff (PT) carregar em plena campanha eleitoral. Temer está na Europa.
Como está...
Depois de comunicar ao PMDB catarinense a abertura do processo de intervenção no diretório estadual, a cúpula nacional do partido marcou para a próxima terça-feira uma reunião da Executiva com a presença de Eduardo Pinho Moreira, que ia ser candidato a governador pró-Dilma, mas desistiu para apoiar Raimundo Colombo (DEM).
...não dá pra ficar
Ninguém sabe que fim vai ter o caso, mas alguma bronca vai sobrar para Moreira por ter desafiado "o vice".
Sem fim 1
Há quem veja na demora de Osmar Dias (PDT) em anunciar aliança com Beto Richa (PSDB) no Paraná uma tentativa de vitaminar as chances do irmão, Álvaro Dias (PSDB), mencionado como possível vice para José Serra.
Sem fim 2
Anteontem, quando corria solto o boato de que, enfim, Dias teria fechado com os tucanos, ele voltou a negociar não apenas com estes mas também com enviados do PMDB e do PT.
Outro lado
O empresário J. Hawilla nega ter conduzido o prefeito Gilberto Kassab (DEM) a encontro com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para tratar do projeto do "Piritubão", arena multiuso a ser construída na zona norte da capital paulista.
Papel Hawilla, dono da Traffic, teve participação ativa na articulação comandada por Teixeira para excluir o Morumbi da Copa de 2014.
Fashion week
De Lula, dando consultoria de estilo ao presidente da CUT, Artur Henrique, na reunião do "Conselhão": "Quando se usa paletó de três botões, o da ponta de baixo não precisa abotoar. Ele abotoou os dois de baixo e deixou o de cima aberto. Não fica bem, Artur. Um operário qualificado como você precisa se vestir adequadamente".
Fala...
Candidato ao governo de São Paulo pelo PSB, o presidente da Fiesp, 1% no Datafolha, se apresenta assim nas inserções que irão ao ar na próxima semana: "Olá! Eu sou Paulo Skaf. Mas pode me chamar de Skaf".
...que eu te escuto
Nos comerciais, produzidos pelo marqueteiro Duda Mendonça, Skaf continua: "Quem é você que nos ouve?". Em seguida vem uma breve apresentação de sua biografia.
Tiroteio
O dossiê já não é o mais importante. Agora temos de saber quem montou esse grupo e como funcionava a triangulação financeira.
Contraponto
Cotoveladas digitais
Marcelo Branco e Sérgio Caruso, que trabalham na área de internet das campanhas de Dilma Rousseff e José Serra, respectivamente, encontraram-se ontem num evento sobre o tema em São Paulo.
Na despedida, representante dos tucanos alfinetou o campo adversário, que mantêm contato com Ben Self, marqueteiro virtual de Barack Obama.
-Espero que vocês continuem usando muito a internet! E também que contratem brasileiros!
Marcelo Branco deu meia volta e pegou o microfone:
-E eu, que vocês não copiem os gringos!
MERVAL PEREIRA
Um problema real
Merval Pereira
O Globo - 18/06/2010
O aumento real dado pelo Congresso aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo, e sancionado pelo presidente Lula mesmo contrariando a opinião dos ministros da área econômica do governo, traz novamente à discussão a dificuldade dos governantes brasileiros de tratarem seriamente da situação financeira precária da Previdência Social
Os efeitos dessa decisão durarão em média 20 anos, segundo o ex-ministro da Previdência José Cechin. Ele lembra que alguns países repassam para os aposentados o chamado “ganho de produtividade”, o aumento da renda per capita.
Outros pensam que é preciso apenas garantir o poder de compra do salário do aposentado. No nosso caso, uma lei garante o “ganho de produtividade” para o salário mínimo, mas, segundo Cechin, se o mesmo fosse feito para todas as aposentadorias, como propunha o projeto do senador petista Paulo Paim, a despesa cresceria muito e sairia do controle.
“Uma vez não é nada catastrófico, mas não pode ser um compromisso permanente”, diz ele.
O e c o n o m i s t a F á b i o Giambiagi, um estudioso do sistema de Previdência que recentemente lançou um livro pela editora Campus, em parceria com o economista e professor Paulo Tafner, intitulado “Demografia, a ameaça invisível — o dilema previdenciário que o Brasil se recusa a encarar”, pensa que “estamos indo por uma estrada potencialmente perigosa”.
Ele ressalta que estamos acrescentando ao desafio demográfico associado ao envelhecimento gradativo da população “uma prática de aumentar a remuneração de dois de cada três aposentados (os que ganham o salário mínimo) a algo em torno de 5% ao ano todos os anos, o que aumenta o tamanho da conta”.
O aumento das aposentadorias de quem ganha acima de um salário mínimo, decidido agora, é uma pressão que tende a se repetir nos próximos anos, alerta Giambiagi.
Para ele, um sistema previdenciário/ assistencial deve cumprir três objetivos.
O primeiro seria evitar que, na terceira idade, os indivíduos mergulhem na pobreza extrema, quando já não têm condições de se sustentar com o trabalho.
O segundo seria dar às pessoas uma aposentadoria que seja condizente com o esforço de contribuição prévio ao longo de muitos anos, ajustado pela expectativa de sobrevida.
E o terceiro, preservar o poder aquisitivo da aposentadoria, uma vez que ela é concedida.
Fábio Giambiagi acha que o Brasil tem um sistema que promove esses objetivos, uma rede de proteção social que se encontra entre as melhores entre as economias em desenvolvimento.
Ele destaca que o grau de cobertura para quem tem mais de 65 anos é muito próximo de 100%, só deixando de fora “parte da elite que tem outros meios de financiar seu sustento na velhice, de modo que não é um problema social; e os miseráveis extremos, que são muito difíceis de alcançar por políticas públicas centralizadas, casos próximos da mendicância em idade avançada”.
Mas Giambiagi acha que “uma coisa é preservar o poder aquisitivo, e outra muito diferente é aumentar o valor real das aposentadorias, que é o que está acontecendo”.
Para ele, o ponto central da discussão é a suposição de que oito milhões de aposentados que ganham acima de um salário mínimo estariam tendo “perdas” há anos. Ele dá um exemplo.
“Para entender o problema, pense-se no caso de uma pessoa que ganha R$ 5.100 (dez salários mínimos).
Imaginemos, por hipótese, que o salário mínimo aumentasse para R$ 1.020. Da noite para o dia, essa pessoa teria passado a ganhar cinco salários mínimos.
Porém, sua capacidade de adquirir bens teria se mantido a mesma”.
“A ideia de que essa pessoa teria perdido 50% do seu salário é essencialmente errada”, diz Giambiagi.
O resultado dessa conjunção de fatores é que, além de dar conta de um aumento do número de idosos que caminha para ser da ordem de 4% ao ano na próxima década, o país terá a pressão associada ao valor real unitário das aposentadorias.
Poderemos dar conta disso? Mesmo que a China continue crescendo mais de 10% ao ano, ajudando a manter um crescimento alto no Brasil devido ao preço de nossas exportações, “estaremos deixando menos recursos para atividades fundamentais para o futuro, associadas à educação, à ciência e tecnologia, e ao investimento em infraestrutura”, diz Giambiagi.
E, se um dia o mundo deixar de ajudar, nos perguntaremos: “O que é que o país fez nos anos de bonança para se preparar para a chegada do inverno?”.
O ex-ministro da Previdência José Cechin, por sua vez, preocupa-se com a tentativa de acabar com o fator previdenciário, abortada pelo veto do presidente Lula.
Ele foi aprovado por unanimidade no Senado, e o governo teve que segurar a votação na Câmara.
Apesar de que dificilmente o veto será derrubado — pois a base do governo está mais alerta para as consequências desastrosas disso, principalmente depois que o presidente Lula vetou —, Cechin chama a atenção para as providências que a Europa vem tomando para aumentar a idade mínima para as aposentadorias.
A Grã-Bretanha mandou um projeto há dois anos colocando o limite de idade até 68 anos dentro de 30 anos, “uma medida de longo prazo, que é como deve ser feito na Previdência”, lembra.
O fator previdenciário foi uma maneira de conseguir segurar as aposentadorias precoces, e Cechin acha que o seu efeito é melhor do que a idade mínima, por ser mais flexível. “Quem quiser se aposentar mais cedo vai receber menos por muito mais tempo”.
Para José Cechin, a melhor solução seria uma mistura de fator previdenciário com idade mínima.
DANIELA SOLLBERGER CEMBRANELLI
Defensoria Pública e o acesso a direitos
DANIELA SOLLBERGER CEMBRANELLI
FOLHA DE SÃO PAULO - 18/06/10
Os defensores procuram consolidar uma atuação de composição e mediação de conflitos, que contribui para desobstruir o Judiciário
Assumo a Defensoria Pública-Geral de São Paulo para a gestão de um biênio tendo como maior desafio ampliar o acesso a direitos para a população carente do Estado.
Hoje, atuamos em apenas 24 dentre as quase 300 comarcas existentes. Não se pode pensar em democratização do sistema de Justiça se não houver um defensor público em cada cidade onde há um juiz e um promotor.
Além disso, buscamos ser mais que uma porta de entrada ao Judiciário para os necessitados. Os defensores públicos atuam além da propositura de ações judiciais. Procuramos consolidar uma atuação de composição e mediação de conflito,s que contribui para desobstruir o Judiciário e traz resultados mais céleres para as pessoas.
Como exemplo: a Defensoria paulista foi premiada em 2009 por um convênio com a Secretaria Estadual de Saúde que diminuiu em 80% a quantidade de processos para fornecimento de medicamentos gratuitos para cidadãos carentes.
Menos judicialização e fruição mais rápida do direito à saúde, com maior capacidade de articulação do poder público em atender as demandas captadas pela Defensoria. Recentemente, o atual presidente do STF veio a público dizer que o sistema carcerário nacional é "um crime do Estado contra o cidadão".
É notória a situação de presos submetidos a condições degradantes e ilegais de custódia. A grande maioria dos detentos não possui recursos para contratar advogados e, em que pesem os esforços dos defensores paulistas, é necessário ampliar os mecanismos de defesa em processos de cumprimento de pena ou de adolescentes internados.
O reforço do quadro de defensores afigura-se como solução indispensável para superar esse trauma. Nossa lei orgânica prevê também que defensores recorram às cortes dos sistemas internacionais de proteção aos direitos humanos quando necessário. À parcela mais fraca da sociedade, busca-se garantir os métodos mais eficazes de proteção aos direitos fundamentais -um inegável potencial transformador para nossa Justiça.
Os desafios são enormes. Há graves questões, como o direito à moradia digna, o resgate da cidadania das pessoas em situação de rua, a representação de vítimas de violência policial e de discriminação, o atendimento por defensores a mulheres vítimas de violência doméstica, como prevê a Lei Maria da Penha, entre outros -o que demonstram a necessidade de se investir no modelo constitucional de assistência jurídica.
Do vasto feixe de atribuições conferidas à Defensoria Pública, de seu comprometimento com os direitos humanos, da defesa de excluídos e de pessoas em situação de vulnerabilidade, podemos afirmar que o defensor público não é apenas um advogado de pessoas pobres, mas agente comprometido com o Estado democrático de Direito e com a transformação social.
DANIELA SOLLBERGER CEMBRANELLI, 42, é defensora pública-geral do Estado de São Paulo.
ANCELMO GÓIS
Foi só um susto
Ancelmo Góis
O Globo - 18/06/2010
Segunda à noite, Aécio Neves sentiu forte dor no peito quando estava a bordo de um avião, indo do Rio para Belo Horizonte.
Depois de ligar para um amigo médico, internou-se na Clínica São Vicente para uma bateria de exames durante a madrugada.
Foi liberado na manhã seguinte.
A saúde está OK.
Serra também
Serra vai fazer uma operação de sinusite neste fim de semana. Coisa simples.
Sinal de alerta
Não era só o Morumbi que tirava o sono da CBF.
A rádio arquibancada diz que os projetos da Arena da Baixada, em Curitiba, e do Beira Rio, em Porto Alegre, não convencem. A conferir
Além disso...
Brasília, por causa da crise do Arruda, é uma incógnita
Deus x Jabulani
Acredite. A mulher e dois filhos de um homem de 61 anos que teimava em assistir a um jogo da Copa na TV o esfaquearam até a morte, para poder mudar de canal e sintonizar num show evangélico.
Os três se entregaram ontem à Justiça. Não foi no Brasil, terra do futebol, mas em... Seshego, África do Sul, país do Mundial.
Tá sobrando
O presidente Lula disse ontem, em discurso, que domingo vai à feira, com D. Marisa, “para gastar 20 mil reais”.
O Planalto, ainda bem, corrigiu.
Serão apenas 20 reais.
Ah, bom!
Boludo pode
A nota sobre um grupo de restaurantes de Niterói que, seguindo o exemplo da Skol, usou a palavra “Maricón” numa brincadeira, ofende os argentinos, segundo Osvaldo Sicardi, que preside o Clube Argentino do Rio: — Não temos nenhum problema com a gozação. Faz parte do ambiente esportivo.
“Boludo” até seria divertido
Segue...
O problema, segundo ele, que vive há 30 anos no Brasil, é que a palavra “Maricón” é ofensiva: — Significa também calhorda e mau caráter. O que não é o caso.
O Romário deles
Aliás, por falar na seleção argentina, Ziraldo, que torce pelo Brasil, claro, diz, com razão, que, como figura humana, Maradona é muito mais divertido do que Dunga.
Muito além do jardim
Em cada portão do Jardim Botânico carioca será instalada uma catraca especial para os portadores de deficiência.
Além disso, nas portarias da rua Jardim Botânico, números 920 e 1008, haverá atendentes bilíngues
Cegonha
Nasceu ontem a filha de Lindberg Farias e de Maria Antônia, na Casa de Saúde São José, no Rio.
Chama-se Beatriz.
Brasil no céu
A Prefeitura do Rio prepara novas atrações para animar a torcida na Praia de Copacabana, nos dois próximos jogos do Brasil na Copa. Domingo agora, na partida contra a Costa do Marfim, o Fifa Fun Fest vai contar com a banda dos fuzileiros navais.
Na sexta, na partida contra Portugal, o secretário de Turismo, Antonio Pedro, promete um show da Esquadrilha da Fumaça, que vai escrever “Brasil” no céu
Problemas técnicos
Ontem, na Estação das Barcas de Niterói, a lancha que estava pronta para sair às 9h10m zarpou com atraso de dez minutos.
O operador alegou “problemas técnicos”. Mas teve usuário achando que o atraso foi para esperar mais passageiros
MÍRIAM LEITÃO
O descompasso
Miriam Leitão
O Globo - 18/06/2010
Os juros vão continuar subindo nos próximos meses porque o Banco Central acha que há um descompasso entre a capacidade de produção das empresas e o ritmo do consumo. Este é o recado dado nas entrelinhas da ata da última reunião do Copom. Há outros recados que confirmam que Banco Central e Ministério da Fazenda pensam bem diferente.
O ministro Guido Mantega disse que a economia está desacelerando naturalmente.
O Banco Central acha que há um “virtual esgotamento da margem de ociosidade” das empresas.
Abril deu razão a Mantega e caíram vendas de carros e diversos outros indicadores da economia. Maio deu razão ao Banco Central e como este jornal mostrou aqui na terça-feira subiram a produção de carros, o fluxo de caminhões pesados nas estradas, o consumo de energia, a produção de papelão ondulado.
O consumo também continua forte. Mesmo no mês de abril, a associação dos shoppings registrou um crescimento das vendas de 18% em relação ao mesmo mês do ano passado.
A inflação dá mais razão ao Banco Central. Está já acima da meta em doze meses.
O IPCA nos cinco primeiros meses do ano já chega a 3,09%. É mais de dois terços da meta de 4,5% para o ano todo. Mas nas últimas medições a inflação começou a desacelerar como a Fazenda disse que ocorreria.
A Fazenda acha que essa alta foi pontual, de sazonalidade.
Naquela linguagem sisuda, o Banco Central discordou. Disse que as previsões se deterioraram “independentemente de contribuições pontuais e sazonais para a elevação dos preços ao consumidor.” Para o economista José Júlio Senna, da MCM Consultores, a ata mostra que há dois desvios que precisam ser corrigidos com aumento de juros: o PIB, que está crescendo num ritmo que produz inflação; e as expectativas para a inflação de 2011, que já estão acima da meta.
— Com esse dois fatores presentes, o Banco Central vai continuar subindo juros.
Está muito claro pra todo mundo que a economia está bastante aquecida e com uma inflação de demanda — explicou Senna, que prevê a Selic em 12,75% no final do ano, com aumentos de 0,75 ponto em todas as próximas reuniões do Copom.
O BC está preocupado com a alta utilização da capacidade instalada. Cita como exemplo o setor da construção civil.
De acordo com dados da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) nos últimos quatro meses a utilização da capacidade do setor permanece em recorde histórico: 87%. O presidente da entidade, Melvyn Fox, afirma que a demanda continua forte no segundo trimestre, puxada por incentivos do governo, expansão do crédito e renda das famílias.
— Tivemos aumento no faturamento de 20% no primeiro quadrimestre e devemos fechar o ano com alta de 15% — afirmou.
Na crise de 2008 os empresários adiaram investimentos.
A Fazenda acha que é só esperar um pouco a maturação de projetos feitos agora que vão aumentar a capacidade de produção.
Ainda olhando para a construção civil, em maio de 2009 apenas 33% das empresas planejavam investir.
Hoje, a taxa sobe para 71%.
— Com a maturação desses investimentos, acho que o NUCI (índice de uso da capacidade instalada) do setor cairá para 75% em dezembro — aposta Fox.
Vários analistas disseram ontem que o resumo da ata é que os juros continuarão a subir. A Tendências aposta no mesmo ritmo de aperto nas próximas reuniões. A Prosper Corretora prevê aumento dos juros mesmo com queda na inflação nos meses de junho e julho. A Ativa corretora diz que a ata reforça a tese do superaquecimento e prevê juros em 13% no final do ano.
Outro ponto importante no texto de ontem foi a avaliação da crise europeia.
O BC disse que a crise reduz o ritmo da demanda global e que pode haver uma “retomada lenta e desigual.” Isso foi entendido no mercado assim: se não houvesse crise, os juros teriam subido mais ainda, talvez em um ponto percentual na última reunião.
Mas que ninguém espere muita delicadeza do Banco Central. Como alertou o professor Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, o BC está atento aos desdobramentos da crise, mas não acredita no cenário de “stress”.
Ou seja: os juros continuarão subindo.
— O Banco Central diz que o cenário externo piorou e isso pode ajudar no combate aos preços, mas ao mesmo tempo afirma que um agravamento dessa crise não é o seu cenário básico.
É bom explicar também que a crise na Europa teria um efeito deflacionário, mas por razões ruins: queda da atividade no mundo e redução dos preços das commodities — explicou.
A Fazenda teme que a elevação exagerada dos juros reduza o crescimento além do necessário. O Banco Central escreveu que inflação alta reduz o horizonte das empresas e das famílias, diminuindo investimento e consumo. Portanto, sua estratégia é elevar os juros para manter o crescimento. Pensando bem, a palavra “descompasso” define não só o que acontece entre oferta e demanda, mas entre os dois lados do governo.
CLÁUDIO HUMBERTO
“Não sou onipresente. Para um bom entendedor, um pingo é letra”
ONÉZIMO SOUZA, EX-DELEGADO DA PF, AO SER PERGUNTADO SE FARIA ESCUTA ILEGAL DE SERRA
DELAÇÃO PREMIADA DE ARRUDA PODE ATINGIR RORIZ
O ex-governador do DF José Roberto Arruda pode receber o benefício da delação premiada, oferecido a seu delator Durval Barbosa, para auxiliar o Ministério Público na investigação de diversos casos de suposta corrupção do ex-governador Joaquim Roriz. Advogados e promotores negociam em segredo revelações de Arruda sobre os governos de Roriz dos quais participou como homem de confiança.
ESQUELETOS NO ARMÁRIO
Arruda foi chefe de gabinete de Roriz e o secretário responsável pelas obras do Metrô, que chegaram a ser embargadas sob grave suspeição.
ARQUIVO VIVO
Amigos de ambos garantem que Arruda é testemunha e personagem de muitos fatos que comprometeriam o ex-governador Joaquim Roriz.
MAR SANTA VICE
O PSC aprovou em convenção o apoio a José Serra para presidente e, como antecipamos, indicou o senador Mão Santa (PI) para ser o vice.
PARA BRINCAR
Uma fanzoca da dupla Lula-Dilma criou na internet bonequinhos de papel dos dois, para montar, encaixar, colar e distribuir Brasil afora.
EX-ASSESSOR DE MARINA DENUNCIADO POR FRAUDE
Denunciado pelo Ministério Público Federal no DF, por suposta fraude de R$ 42 milhões num convênio com a ONU, o ex-diretor do Ibama Flávio Montiel da Rocha foi indicado ao cargo pela então ministra do Meio Ambiente Marina Silva, em 2003. Teria usado o dinheiro do PNUD comprar bens e contratar pessoal. A Controladoria-Geral da União apurou compras superfaturadas, notas frias, descontrole de diárias, etc.
SEM COMENTÁRIOS
Mexicano naturalizado brasileiro, Flavio Montiel da Rocha é do “Movimento Marina Silva”, mas ela se nega a comentar a denúncia.
FESTA JUNINA
O pernambucano José Jorge, ministro do Tribunal de Contas da União, promoverá sua festa junina pela 25a vez, em Brasília, no dia 23.
APITO
Parece mais próximo que nunca da estação DEM o trem do senador Osmar Dias (PDT), que deve disputar a reeleição em Santa Catarina.
TAREFA DIFÍCIL
Na convenção do PMDB-DF, amanhã, o governador Rogério Rosso tentará com sua pré-candidatura à reeleição a proeza que nem o ex-chefe Joaquim Roriz conseguiu: derrotar o deputado Tadeu Filippelli, presidente do partido e pré-candidato a vice de Agnelo Queiroz (PT).
O QUE É ISSO, “CUMPANHERO” ZÉ?
O PT mineiro tomou as dores de Hélio Costa, candidato de Lula ao governo: não se conforma com o apoio do PRB do vice José Alencar ao governador tucano Antonio Anastasia. E quer a intervenção de Lula.
VACCAREZZA CORRE RISCO
Policiais acampados na Câmara têm jurado o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). A situação é tão preocupante que ele foi aconselhado a buscar proteção de seguranças. Recusou.
OS MAIS IGUAIS
Muito legal. Aprovaram o estatuto da Igualdade Racial. Agora falta ressuscitar o estatuto da Igualdade Constitucional: todos são iguais perante à lei: eleitores, ministros, presidentes, magistrados, políticos...
TEMER VERMELHO
Foi notícia nos jornais oficiais cubanos, claro, a convenção nacional do PCdoB que apoiou Dilma candidata a presidente, tendo o “camarada” Michel Temer (PMDB) de vice. Marx deve estar tremelicando na tumba.
O OUTRO “CARA”
O Pew Research Center (EUA) apurou que o presidente Barack Obama tem 62% de aprovação no Brasil, diz a agência Efe. Mais um pouco encosta em Lula, com a vantagem de falar inglês e só gostar de fumar.
LAMBENDO SELO
Investigado pelo Tribunal Superior Eleitoral, o site dilma13.blogspot pede depósitos no Banco do Brasil para “comprar Netbook, filmadora, adesivos, Correios”. O Ministério Público Eleitoral representou contra o ministro Juca Ferreira (Cultura) por loas a Dilma nesse blog.
NO CORAÇÃO DA DILMA
Há dias, em Minas, Lula filosofou que “em ano eleitoral não existe razão, existe paixão”. Sinalizou que a “razão” dele seria não reajustar os aposentados. Mas a paixão eleitoral comanda, como sempre.
CINE BRASÍLIA
“Dossiê, parte 2, a revanche”. Breve, numa delegacia perto de você.
PODER SEM PUDOR
PIRANHA NA PRAÇA
Atual presidente do PT, José Eduardo Dutra era senador por Sergipe quando fez uma visita inédita a Itabaianinha, em campanha municipal. Seguiu em um caminhão, pelas ruas da cidade, até que o cortejo parou numa pracinha, onde mulheres acompanhavam filhos, que brincavam. Dutra quase teve um enfarte quando ouviu seu locutor gritar:
– Piranha! Piranha! Piranhaaaaaa!
Não era xingamento às mulheres, mas o apelido do candidato local do PT a prefeito.
ONÉZIMO SOUZA, EX-DELEGADO DA PF, AO SER PERGUNTADO SE FARIA ESCUTA ILEGAL DE SERRA
DELAÇÃO PREMIADA DE ARRUDA PODE ATINGIR RORIZ
O ex-governador do DF José Roberto Arruda pode receber o benefício da delação premiada, oferecido a seu delator Durval Barbosa, para auxiliar o Ministério Público na investigação de diversos casos de suposta corrupção do ex-governador Joaquim Roriz. Advogados e promotores negociam em segredo revelações de Arruda sobre os governos de Roriz dos quais participou como homem de confiança.
ESQUELETOS NO ARMÁRIO
Arruda foi chefe de gabinete de Roriz e o secretário responsável pelas obras do Metrô, que chegaram a ser embargadas sob grave suspeição.
ARQUIVO VIVO
Amigos de ambos garantem que Arruda é testemunha e personagem de muitos fatos que comprometeriam o ex-governador Joaquim Roriz.
MAR SANTA VICE
O PSC aprovou em convenção o apoio a José Serra para presidente e, como antecipamos, indicou o senador Mão Santa (PI) para ser o vice.
PARA BRINCAR
Uma fanzoca da dupla Lula-Dilma criou na internet bonequinhos de papel dos dois, para montar, encaixar, colar e distribuir Brasil afora.
EX-ASSESSOR DE MARINA DENUNCIADO POR FRAUDE
Denunciado pelo Ministério Público Federal no DF, por suposta fraude de R$ 42 milhões num convênio com a ONU, o ex-diretor do Ibama Flávio Montiel da Rocha foi indicado ao cargo pela então ministra do Meio Ambiente Marina Silva, em 2003. Teria usado o dinheiro do PNUD comprar bens e contratar pessoal. A Controladoria-Geral da União apurou compras superfaturadas, notas frias, descontrole de diárias, etc.
SEM COMENTÁRIOS
Mexicano naturalizado brasileiro, Flavio Montiel da Rocha é do “Movimento Marina Silva”, mas ela se nega a comentar a denúncia.
FESTA JUNINA
O pernambucano José Jorge, ministro do Tribunal de Contas da União, promoverá sua festa junina pela 25a vez, em Brasília, no dia 23.
APITO
Parece mais próximo que nunca da estação DEM o trem do senador Osmar Dias (PDT), que deve disputar a reeleição em Santa Catarina.
TAREFA DIFÍCIL
Na convenção do PMDB-DF, amanhã, o governador Rogério Rosso tentará com sua pré-candidatura à reeleição a proeza que nem o ex-chefe Joaquim Roriz conseguiu: derrotar o deputado Tadeu Filippelli, presidente do partido e pré-candidato a vice de Agnelo Queiroz (PT).
O QUE É ISSO, “CUMPANHERO” ZÉ?
O PT mineiro tomou as dores de Hélio Costa, candidato de Lula ao governo: não se conforma com o apoio do PRB do vice José Alencar ao governador tucano Antonio Anastasia. E quer a intervenção de Lula.
VACCAREZZA CORRE RISCO
Policiais acampados na Câmara têm jurado o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). A situação é tão preocupante que ele foi aconselhado a buscar proteção de seguranças. Recusou.
OS MAIS IGUAIS
Muito legal. Aprovaram o estatuto da Igualdade Racial. Agora falta ressuscitar o estatuto da Igualdade Constitucional: todos são iguais perante à lei: eleitores, ministros, presidentes, magistrados, políticos...
TEMER VERMELHO
Foi notícia nos jornais oficiais cubanos, claro, a convenção nacional do PCdoB que apoiou Dilma candidata a presidente, tendo o “camarada” Michel Temer (PMDB) de vice. Marx deve estar tremelicando na tumba.
O OUTRO “CARA”
O Pew Research Center (EUA) apurou que o presidente Barack Obama tem 62% de aprovação no Brasil, diz a agência Efe. Mais um pouco encosta em Lula, com a vantagem de falar inglês e só gostar de fumar.
LAMBENDO SELO
Investigado pelo Tribunal Superior Eleitoral, o site dilma13.blogspot pede depósitos no Banco do Brasil para “comprar Netbook, filmadora, adesivos, Correios”. O Ministério Público Eleitoral representou contra o ministro Juca Ferreira (Cultura) por loas a Dilma nesse blog.
NO CORAÇÃO DA DILMA
Há dias, em Minas, Lula filosofou que “em ano eleitoral não existe razão, existe paixão”. Sinalizou que a “razão” dele seria não reajustar os aposentados. Mas a paixão eleitoral comanda, como sempre.
CINE BRASÍLIA
“Dossiê, parte 2, a revanche”. Breve, numa delegacia perto de você.
PODER SEM PUDOR
PIRANHA NA PRAÇA
Atual presidente do PT, José Eduardo Dutra era senador por Sergipe quando fez uma visita inédita a Itabaianinha, em campanha municipal. Seguiu em um caminhão, pelas ruas da cidade, até que o cortejo parou numa pracinha, onde mulheres acompanhavam filhos, que brincavam. Dutra quase teve um enfarte quando ouviu seu locutor gritar:
– Piranha! Piranha! Piranhaaaaaa!
Não era xingamento às mulheres, mas o apelido do candidato local do PT a prefeito.
SEXTA NOS JORNAIS
- Globo: TSE bane destas eleições todos os já condenados
- Folha: Sem Morumbi na Copa, SP muda plano do metrô
- Estadão: Poluição por ozônio toma quase todo o Estado de SP
- JB: Brasil estende a mão aos EUA
- Correio: Lula fecha o cofre após farra de reajuste
- Valor: Concorrência entre cartões já diminui custos do varejo
- Jornal do Commercio: Três irmãs mortas
- Zero Hora: Ficha Limpa vale para condenações antigas
quinta-feira, junho 17, 2010
TUTTY VASQUES
A Copa precisa de segunda divisão
TUTTY VASQUES
O ESTADO DE SÃO PAULO - 17/06/10
Encerrada a primeira rodada de jogos na África do Sul, vamos combinar que não existem no mundo 32 países jogando futebol num nível tal que os credencie a disputar uma Copa. Nova Zelândia, Grécia, Argélia, Honduras, Austrália, Coreia do Norte, Eslovênia, Eslováquia e o escambau estão na África do Sul para encher linguiça.
Sem chances de classificação, o importante para essas seleções não é vencer, é atrapalhar o jogo do adversário. Quanto mais feio o espetáculo, melhor.
Essa é a quarta edição da Copa com 32 participantes. Até 1994, a competição envolvia 24 países. Antes de 1982, 16 seleções brigavam pelo título, que foi disputado pela primeira vez em 1930 entre 13 concorrentes. Hoje em dia, nem o Campeonato Brasileiro tem 32 times.
Essa é a quarta edição da Copa com 32 participantes. Até 1994, a competição envolvia 24 países. Antes de 1982, 16 seleções brigavam pelo título, que foi disputado pela primeira vez em 1930 entre 13 concorrentes. Hoje em dia, nem o Campeonato Brasileiro tem 32 times.
Talvez esteja na hora de criar uma segunda divisão na Copa do Mundo, reduzindo para 20 ou 24 o número de participantes no grupo especial do torneio. A cada edição, cairiam e subiriam duas ou quatro seleções, a combinar.
Em matéria de organização, a "Super Segundona" seria uma preliminar administrativa obrigatória para o país-sede da competição principal.
Faz sentido?
Faz sentido?
JOSÉ (MACACO) SIMÃO
Uau! Dunga Faxion Week
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 17/06/10
O casaco era lindo, mas o Dunga parecia Mestre de Cerimônias de Cemitério
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! Direto da Cópula do Mundo! GOOOL da Suíça! Espanha leva chocolate. A paella azedou! E o modelo do Dunga? Continua a polêmica do Dunga Fashion Week! Paquita de Gola Rolê! E o casaco? Lindo porque era Herchcovitch, mas no Dunga ficou parecendo porteiro de hotel. Ou então Mestre de Cerimônias de Cemitério! Ou como disse um leitor: o Dunga com aquele casaco tava parecendo Napoleão depois que perdeu a guerra! Rárárá.
E o Dunga usa a tática papai-mamãe: os jogadores não mudam de posição! E o Brasil podia ter dado uma goleada nos coreanos. Era só gritar: "Olha o rapa! Olha o rapa!". Rárárá!
Selecinha Dormonid x Coreia do Norte! Por isso é que o Dunga fazia treino secreto. Pra gente não ver. Agora ele vai querer fazer jogo secreto. Dunga exige! Brasil x Costa do Marfim! Só com os portões fechados! Rárárá!
E sabe como se chama o gol do Maicon? Rola torta, só faz de ladinho! O Maicon deve ter a rola torta. Rárárá! E um leitor me disse que os jogos estão tão burocráticos que não têm súmula, têm ata. Parece reunião de trabalho!
E essa: Coreia do Norte contrata torcida na China". Essa é sensacional: TORCIDA PIRATA! Até a torcida é pirata!
E essa: "Maluf leva R$ 400 no bolão dos deputados". Vai depositar o bolão nas Ilhas Jersey. Rárárá! Bolão ele ganha faz tempo!
E adorei o gol da Suíça. Já imaginou se na final dá uns times bem esdrúxulos: Suíça e Sérvia! Rárárá! E um outro leitor me disse que técnico de futebol não pode usar Herchcovitch, tem que usar roupa da Colombo!
E a piada pronta do dia: "Raio destrói estátua em Ohio". Rárárá!
SELEÇÃO DOS PELADEIROS
Sugestões dos leitores pro Dunga. Time de Jericoacoara, praia paradisíaca do Ceará: Revés do Sertão, Irmãos Xingu, Fiapo, Rochinha e Everest. Turco Ovo, Príncipe do Egito, Lacaio, FRANCÊS QUE TROCOU DE MENINA e Manicure.
Ou então o ataque dos Cães Vadios de Curitiba: Todo Mole Pegajoso, Cézio Bunda Podre e Chico Dentadura de Cinzeiro! Hexa garantido.
Nóis sofre, mas nóis goza. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno.
E Força na Vuvuzela!
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