REDE TV/UOL - 28/03
Tiros atingem ônibus da caravana de Lula no PR; marcha da insensatez está em curso; polícia para quem precisa e ordem na corte!
A marcha da irresponsabilidade está em curso no país. Atinge o Poder Judiciário, que está na raiz de conflitos de rua, os políticos e setores da imprensa. O episódio mais grave se deu nesta terça feira. Tiros atingiram um dos ônibus da caravana de Lula no Sul do país. Aconteceu na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no interior do Paraná. O veículo conduzia blogueiros ligados ao PT e alguns repórteres estrangeiros. Um argentino e um alemão estavam no veículo.
Quem atirou? Será preciso apurar, claro!, mas todos sabem que dificilmente se chegará à autoria. Dia desses afirmei neste blog e também no programa “O É da Coisa”, na BandNews FM, que o capeta escuta as más orações, mesmo que dirigidas a Deus. É claro que se trata de linguagem figurada. O que quero dizer com isso? A retórica violenta, exacerbada, irresponsável mesmo, pode ter consequências.
Canalhas que hoje incentivam a violência com seu discurso asqueroso em blogs, sites, redes sociais e programas de rádio têm de se lembrar que existem malucos dispostos a levar as suas perorações às ultimas consequências. Sempre me opus aos métodos violentos adotados por movimentos como o MST e o MTST. Meu blog vai completar 12 anos no dia 24 de junho. Basta recorrer ao arquivo. E lembrei isso aqui ao censurar as manifestações violentas de adversários do PT contra a caravana liderada por Lula.
Há uma grande diferença entre organizar um grupo para vocalizar palavras de protesto contra o ex-presidente — e isso é parte do jogo democrático — e atacar os ônibus que conduzem petistas com paus, pedras e ovos, tentando impedir a passagem dos veículos. Isso é pra´tica fascistoide. Como sempre foi a dos movimentos citados, que serviam e servem de esbirros do petismo.
As teorias conspiratórias estão à solta, não é? Daqui a pouco recomeça o debate para saber se quem incendiou Roma foi Nero ou se foram os cristãos, para depois botar a culpa no imperador. Ou por outra: aqueles que estavam aplaudindo a violência contra a caravana agora levantam a hipótese — sempre no bueiro do capeta em que se transformaram as redes sociais — de que os próprios petistas atiraram nos veículos para jogar a culpa nos adversários.
Que se investigue. Parece-me que a hipótese não passa de mais um discurso aloprado no meio da insanidade que toma conta do debate público. Até porque os petistas estão, desta feita, verdadeiramente assustados, o que não quer dizer que não vão buscar obter dividendos políticos e até eleitorais com o episódio. Segundo um dirigente, pela primeira vez, a cúpula do partido considera que pode haver pessoas dispostas a matar Lula. E, dadas a forma das caravanas e a violência retórica que tomou conta do ambiente, não seria necessária uma conspiração para esse fim; bastaria o ato tresloucado de um extremista embalado pela onda de sectarismo.
Há tempos tenho chamado a atenção, voz quase solitária até na grande imprensa, para a estupidez em curso no Brasil, que consiste em fazer pouco caso do aparato legal e das regras do jogo. Na manhã desta terça, no dia do ataque a tiros contra o ônibus, escrevi um texto cujo título é este: “Cármen Lúcia, a Toda-Pura do Supremo, não se deu conta de que suas omissões podem ter versão em confrontos de rua. Voto já!”.
No segunda, havia escrito um outro. Título: “Populismo de ministros do STF que deixam pra lá Constituição e bom senso colabora para a intolerância de paus, pedras e ovos”.
Eu tenho, sim, um remédio para pôr ordem na casa. Polícia para quem precisa de polícia. E cumprimento estrito no que está na Constituição. É preciso conter a desordem nas ruas e nos tribunais.
Um comentário:
A região onde aconteceu esse incidente é predominantemente povoada pelo MST,então qualquer hipótese pode ter acontecido, os tiros pode ter partido tanto de manifestantes contrário como por parte de militantes do MST.
Lembrando que os manifestantes contrário à essa caravana atiram ovos e outros objetos mas não afrontam ase forças policias que a escolham e a caravana passa. Bem diferente das manifestações promovidas pelos ditos movimentos sociais que não respeitam ninguém.
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