Popularidade não garante impunidade: vamos derrotar a Velha Política pelo aperfeiçoamento institucional, pois ninguém está acima da lei
A semana é decisiva para nossa história política. Sob o império da lei, o Poder Judiciário independente, após o Grande Despertar de um passado de cumplicidades e omissões, leva o político mais popular do país ao julgamento em segunda instância que pode removê-lo da corrida presidencial. As incitações à desordem e à violência feitas por seus correligionários evocam a tragédia venezuelana. “Para prender
Lula vai ter de matar gente”, intimida Gleisi Hoffmann. “A gente tem de ter uma esquerda preparada para o enfrentamento, para as lutas de rua”, ameaça Lindbergh Farias. A brutalidade política, o colapso econômico, a asfixia das instituições democráticas e o desastre humanitário do socialismo bolivariano seriam o nosso destino caso seguíssemos essas irresponsáveis exortações. Mas nosso caminho é outro. Vamos derrotar a Velha Política pelo aperfeiçoamento institucional, pois ninguém está acima da lei. Popularidade não garante impunidade, princípio elementar de justiça em um estado de direito.
A “esquerdização” da intelectualidade brasileira foi uma compreensível consequência do fechamento político de 1964. Se o regime militar era de “direita”, seu desdobramento gradual seria uma vitória digna de Gramsci sobre nossa vida intelectual, culminando com uma ocupação pela “esquerda” de todo o espectro partidário. Mas já era tempo de uma reflexão honesta como a de Tony Judt, em “Passado imperfeito: um olhar crítico sobre a intelectualidade francesa no pós-guerra” (1992): “Toda uma geração de intelectuais foi tragada pelo vórtice do comunismo. Seu engajamento político trouxelhes pesado custo moral. Não podemos ler sem constrangimento sua ambivalência moral e sua leniência diante do sofrimento e da violência. Por que defenderam coisas tão estúpidas? O que os cegou ao que estava diante de seus próprios olhos? Interesso-me por sua falta de preocupação com a ética pública e a moralidade política”.
Há mais de três décadas, social-democratas controlam a política e dirigem a economia pela ocupação de empresas estatais e bancos públicos, “fábricas de propina” que corromperam a democracia e derrubaram o crescimento. A verdadeira mudança seria uma aliança entre conservadores e liberal democratas na política em torno de um programa liberal na economia.
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