FOLHA DE SP - 24/07
A corrida à Prefeitura de São Paulo começa para valer neste domingo (24). O deputado Celso Russomanno larga na frente, mas arrisca sair mais cedo do páreo. Isolado num partido pequeno, ele precisa confirmar que será mesmo candidato. Se for, terá que superar o estigma de cavalo paraguaio.
O primeiro desafio não depende de Russomanno. Ele corre o risco de ser barrado pela lei da Ficha Limpa, caso seja condenado por peculato no Supremo. O deputado é acusado de usar uma assessora remunerada pela Câmara como funcionária de sua produtora de vídeo. O caso deve ser julgado no início de agosto.
Se escapar das garras do tribunal, o candidato do PRB enfrentará o segundo teste. Terá que transformar o favoritismo inicial, que mistura a fama da TV e o recall da última eleição, em garantia de voto na urna. Em 2012 ele também saiu na frente, mas perdeu o fôlego e foi ultrapassado na reta final do primeiro turno.
Se a eleição fosse uma corrida no Jockey, o xerife do consumidor largaria com vários corpos de vantagem. Ele aparece com 25% no Datafolha. A segunda colocada, Marta Suplicy, tem apenas 16%. Os candidatos de PT e PSDB, que costumam dominar a grama de São Paulo, arrastam-se em quarto e quinto lugar.
Num cenário de mau humor com os grandes partidos, o personagem de Russomanno parece cair como uma luva. Apesar de estar no quinto mandato de deputado, ele se apresenta como alternativa aos políticos tradicionais. Seu discurso telepopulista promete soluções rápidas e rasteiras para tudo. Resta esconder os rolos com a Justiça e a companhia dos bispos da Universal.
A campanha deste ano será mais curta. O petista Fernando Haddad precisa reduzir a rejeição em tempo recorde, e o tucano João Dória terá poucas semanas para entender que não está num reality show. Quando eles entrarem no ritmo do páreo, Russomanno pode já ter galopado até o segundo turno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário