Então ficou assim: o Brasil está em recesso recessivo até março de 2016, infeliz ano novo. Apenas nesse mês se deve tomar alguma decisão sobre a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. É o que se depreendia ontem do remelexo mais recente da gelatina turva que se tornou a política brasileira em tempos policiais e judiciais.
Quase nenhum dono de dinheiro grosso vai mexer muita palha antes de decisão política maior e pelo menos algum período de observação do andar da nova carruagem. Logo, não devem tomar decisões de investir mais antes da metade do ano, isso se a nova carruagem da política não atolar ou se transformar de vez na barca do inferno.
Esse é o calendário otimista.
No mais, é lodo torvo, nuvem escura e gelatina turva.
Para começar, não há de fato mais ministro da Fazenda, sendo irrelevante quantos dias mais Joaquim Levy permaneça oficialmente no cargo. É possível que não venha a haver mais ministro da Fazenda, sob Dilma Rousseff.
A presidente pode reassumir integralmente a função ou, de um modo ou outro, não será mais propriamente presidente, por impeachment ou renúncia branca. Entenda-se.
Na primeira hipótese, Dilma Rousseff nomeia alguém que, grosso modo, cumpra as suas vontades ou cumpra tabela, uma política de feijão com arroz que apenas evite desastre extra. Na segunda hipótese, apenas nomeia um ministro independente e minimamente crível se renunciar a suas convicções, se der "carta branca" ou algo assim. Isso não quer dizer que o novo ministro tenha condições de trabalhar, pois a política continua se desmilinguir.
Segundo, mesmo que Dilma seja deposta, em março ou abril, começa a haver dúvidas sobre a estabilidade e a viabilidade do sucessor, Michel Temer e seu PMDB. O negócio sempre pode se arranjar no partido, ainda mais se cair um governo no colo. No entanto, há uma briga de faca em público, como raramente se vê no PMDB. Entre outros danos, a Lava Jato deflagrou uma guerra na confederação dos caciques.
O plano, irrealista ou não, de Renan Calheiros para salvar seu pescoço implica esfaquear Michel Temer, como se sabe. Temer conta carneirinhos deputados para o impeachment –teria entre 38 e 42 votos dos 69 deputados do PMDB. Calheiros, pela hora da morte, se abraça a Dilma Rousseff no naufrágio. Além de avacalhar Temer em público, ameaça o vice-presidente com processo no TCU, entre outras estocadas.
E daí? Esse é o partido que vai coordenar a "união nacional" na "ponte para o futuro"? Um partido em guerra, de caciques com ficha suja ou sob ameaça de cadeia? É o que se pergunta muita gente graúda, no meio da oposição e do dinheiro.
Além do mais, há rumores constantes, que vazam do próprio Planalto, de que o governo quer dar outro rumo a isso que chama de política econômica, que na verdade não existe. Isto é, a "nova" política seria de "acomodação", no dizer de alguns, de "equilíbrio", no de outro, mais "autêntica e compatível" com Dilma Rousseff e, até isso se diz, uma "virada responsável à esquerda".
Tudo isso está no radar de quem investe dinheiro pesado. O cidadão comum, por sua vez, sentirá um choque no início do ano. Parece que afundaremos no pântano até meados do ano. Pelo menos.
Quase nenhum dono de dinheiro grosso vai mexer muita palha antes de decisão política maior e pelo menos algum período de observação do andar da nova carruagem. Logo, não devem tomar decisões de investir mais antes da metade do ano, isso se a nova carruagem da política não atolar ou se transformar de vez na barca do inferno.
Esse é o calendário otimista.
No mais, é lodo torvo, nuvem escura e gelatina turva.
Para começar, não há de fato mais ministro da Fazenda, sendo irrelevante quantos dias mais Joaquim Levy permaneça oficialmente no cargo. É possível que não venha a haver mais ministro da Fazenda, sob Dilma Rousseff.
A presidente pode reassumir integralmente a função ou, de um modo ou outro, não será mais propriamente presidente, por impeachment ou renúncia branca. Entenda-se.
Na primeira hipótese, Dilma Rousseff nomeia alguém que, grosso modo, cumpra as suas vontades ou cumpra tabela, uma política de feijão com arroz que apenas evite desastre extra. Na segunda hipótese, apenas nomeia um ministro independente e minimamente crível se renunciar a suas convicções, se der "carta branca" ou algo assim. Isso não quer dizer que o novo ministro tenha condições de trabalhar, pois a política continua se desmilinguir.
Segundo, mesmo que Dilma seja deposta, em março ou abril, começa a haver dúvidas sobre a estabilidade e a viabilidade do sucessor, Michel Temer e seu PMDB. O negócio sempre pode se arranjar no partido, ainda mais se cair um governo no colo. No entanto, há uma briga de faca em público, como raramente se vê no PMDB. Entre outros danos, a Lava Jato deflagrou uma guerra na confederação dos caciques.
O plano, irrealista ou não, de Renan Calheiros para salvar seu pescoço implica esfaquear Michel Temer, como se sabe. Temer conta carneirinhos deputados para o impeachment –teria entre 38 e 42 votos dos 69 deputados do PMDB. Calheiros, pela hora da morte, se abraça a Dilma Rousseff no naufrágio. Além de avacalhar Temer em público, ameaça o vice-presidente com processo no TCU, entre outras estocadas.
E daí? Esse é o partido que vai coordenar a "união nacional" na "ponte para o futuro"? Um partido em guerra, de caciques com ficha suja ou sob ameaça de cadeia? É o que se pergunta muita gente graúda, no meio da oposição e do dinheiro.
Além do mais, há rumores constantes, que vazam do próprio Planalto, de que o governo quer dar outro rumo a isso que chama de política econômica, que na verdade não existe. Isto é, a "nova" política seria de "acomodação", no dizer de alguns, de "equilíbrio", no de outro, mais "autêntica e compatível" com Dilma Rousseff e, até isso se diz, uma "virada responsável à esquerda".
Tudo isso está no radar de quem investe dinheiro pesado. O cidadão comum, por sua vez, sentirá um choque no início do ano. Parece que afundaremos no pântano até meados do ano. Pelo menos.
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