ZERO HORA - 07/11
O aumento do custo de vida registrado em outubro pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — levando o acumulado em 12 meses a 9,93%, próximo dos dois dígitos e cada vez mais distante da meta — é atribuído basicamente às majorações dos preços dos combustíveis e de alimentos. O que preocupa, porém, é o fato de o índice estar sendo influenciado e se mantendo em alta pelas incertezas na economia, em consequência da indefinição sobre as contas públicas. Os danos são ainda maiores pelo fato de, entre a população de menor renda, a inflação ser ainda mais elevada, ultrapassando 10% no período.
Diante das críticas de que já teria "jogado a toalha" na luta contra a inflação, o Banco Central vem insistindo que não abriu mão da meta de 4,5% para 2017. Até lá, porém, o risco é de que os consumidores continuem, gradativamente, perdendo poder aquisitivo, devido às dificuldades enfrentadas pelo governo federal para aprovar no Congresso medidas fiscais que se constituem em pré-requisito para o equilíbrio nas contas públicas.
Mais uma vez, quem acaba arcando com a conta é o consumidor que, diante da incapacidade do poder público de equilibrar as finanças, vê seus ganhos se deteriorarem a cada dia. O agravante é que, quanto maior a demora para debelar a aceleração dos preços, maior é o custo que acaba incidindo sobre todos os brasileiros.
Essa é uma forte razão para que integrantes do Executivo e do Congresso encontrem uma forma de facilitar a aprovação imediata de medidas essenciais para equilibrar receita e despesa no setor público.
O país já pagou um preço elevado demais por ter permitido a inflação sair do controle há alguns anos. Por isso, precisa debelar logo o clima de incerteza fiscal.
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