As mudanças de estilo em equipes acostumadas a jogar, por um longo tempo, de outra maneira, ocorrem mais pelas características dos novos jogadores do que pelo desejo dos treinadores.
Por causa da saída de Xavi e das chegadas de Rakitic, Suárez e, principalmente, Neymar, o Barcelona, com muita velocidade nos contra-ataques, é uma equipe diferente da que foi na época de Guardiola, com mais posse de bola e troca curta de passes.
Por não ter Xavi nem Iniesta, por possuir alguns jogadores altos e velozes, como Müller e Lewandowski, e por ter pontas rápidos e dribladores, como Robben, Ribéry e Douglas Costa, o Bayern é também diferente do Barcelona dirigido por Guardiola. O time alemão une os dois estilos: a marcação por pressão e troca curta de passes e as bolas longas, aéreas e mais velocidade.
A seleção brasileira privilegia os rápidos contra-ataques e os lances individuais porque possui jogadores com essas características, e não por que Dunga quer. Isso não impede que ele associe ao atual estilo o jogo mais compacto, com mais posse de bola e mais troca de passes, o que não tem feito.
O Corinthians, melhor em tudo no Brasileiro, privilegia o jogo coletivo, mais o passe que o drible. Os dois são importantes. O passe é essencial, e o drible é o complemento. Não se deve inverter a ordem. Jádson, Elias e Renato Augusto não são volantes nem meias. São meio-campistas. Atuam de uma intermediária à outra. Quando o time perde a bola, marca com cinco (Ralf mais uma linha de quatro a sua frente). Quando recupera a bola, os quatro avançam em bloco e se juntam a Vágner Love. Assim jogam as grandes equipes, como fez a Alemanha na Copa.
O Cruzeiro, com Mano Menezes, tem jogado de uma forma parecida. Defende e avança com quatro ou cinco no meio. Em pouco tempo, o Cruzeiro, coletivamente, é outro time. Mas, se quiser, no próximo ano, disputar o título do Brasileirão, com Mano Menezes, Tite ou Guardiola, terá de contratar uns dois ou três bons reforços. Os técnicos são importantes, devem ser valorizados, mas não supervalorizados na vitória ou na derrota.
Mano Menezes, no Grêmio e na seleção brasileira, e Tite, campeão do mundo pelo Corinthians (mais vitorioso que Mano Menezes), começaram a mudar a maneira ultrapassada usada pelos times brasileiros, durante um longo tempo. Suas equipes passaram a atuar de uma maneira mais compacta, com mais troca de passes, com duplas pelos lados, formadas pelos laterais e pelos meias, com jogadores capazes de marcar e atacar e, quando perdiam a bola, defendiam com duas linhas de quatro. Hoje, os outros técnicos tentam fazer o mesmo.
O futebol brasileiro precisa evoluir e diminuir a promiscuidade e as espertezas presentes em todos os setores e em todos os níveis, dentro e fora de campo. Durante muito tempo, proliferaram os jogadores simuladores, que denegriram a imagem de nosso futebol, em todo o mundo. Agora, começam a surgir os novos espertalhões, os especialistas em jogar a bola no braço dos adversários, com a colaboração das absurdas marcações de pênaltis pelos árbitros.
Dupla
Arrascaeta e Willian podem formar uma boa dupla, podem se completar. O jogador uruguaio é mais habilidoso, enquanto Willian é mais técnico. A habilidade é a intimidade com a bola, a capacidade de não perdê-la diante da marcação exercia pelo adversário. A técnica é a execução dos fundamentos da posição. Willian é preciso nas finalizações. Contra o Fluminense, Arrascaeta jogou muito mal. Mesmo assim, acho que Mano deveria insistir com ele, por ter chance de crescer e por falta de uma melhor opção.
O campeonato está praticamente decidido. Levir Culpi deveria ser duro nas críticas a Carlos, pela expulsão. O jogo já estava 1 a 0 para o Sport, mas, se continuasse 11 contra 11, o Atlético teria chance de ganhar a partida. Times que estão perdendo e ficam com um jogador a menos correm grandes riscos de serem goleados.
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