sexta-feira, junho 20, 2014

Pior do que empatar - LUIZ GARCIA

O GLOBO - 20/06

Em todo este mês, o Senado terá apenas três dias de trabalho. A Câmara, até agora, foi um pouco mais patriótica, com a programação de quatro exaustivos dias de sessões



Um mandato legislativo, pelo menos em tese, não é um prêmio concedido aos políticos do país por bom comportamento ou por seu prestígio junto ao eleitorado. Trata-se, simplesmente, de uma oportunidade para que mostrem seu empenho e sua eficiência na defesa dos interesses e esperanças da sociedade.

Coisa muito séria, portanto. E é desanimadora, portanto, a notícia, no jornal de quarta-feira, de que senadores e deputados federais, neste mês, trabalharão, respectivamente, apenas três e quatro dias. É muito pouco num país que, pode-se dizer, ainda está bastante longe de ser considerado pronto.

Nas duas casas do Legislativo, estavam previstas poucas sessões em junho e julho: 15 no Senado e 18 na Câmara dos Deputados. Era o suficiente, com sobras, para que os nossos legisladores se dedicassem também ao objetivo patriótico de torcer pela vitória do Brasil na Copa. No dia do jogo contra o México, em grande parte do Congresso simplesmente não houve expediente, com o pretexto de que o futebol causaria um incontornável engarrafamento de trânsito na cidade. Não é, claro, uma explicação aceitável: Brasília, principalmente na área de largas avenidas que abriga o Legislativo não impede o acesso dos seus membros ao local de trabalho.

Isso não impediu, claro, que senadores e deputados recebessem, integralmente, seus vencimentos mensais: a modesta quantia de R$ 26.700. E mesmo assim o chamado “calendário light” não está sendo obedecido. Em todo este mês, o Senado terá apenas três dias de trabalho. A Câmara, até agora, foi um pouco mais patriótica, com a programação de quatro exaustivos dias de sessões.

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