CORREIO BRAZILIENSE - 03/06
Vão longe os tempos em que fumar era sinônimo de charme. Hollywood se encarregou de divulgar os astros e as estrelas invariavelmente com cigarro na mão. O tabaco era associado ao dinamismo, ao sucesso, à conquista. Atletas, empresários, gente comum atingiam objetivos ambiciosos graças ao milagre da fumacinha que invadia os ambientes privados e públicos. Nem quartos de bebês ou enfermarias de hospital ficavam fora do alcance da nicotina.
Na segunda metade do século passado, começaram os movimentos contra o tabagismo. Pareciam delírios, sonhos inatingíveis. No Brasil, 88 projetos de lei tramitaram no Congresso Nacional nas décadas de 60 e 70. Nenhum teve êxito. A perda de batalhas, porém, não pôs fim à guerra. Em 1986, a Lei nº 7.488 estabeleceu 29 de agosto o Dia de Combate ao Fumo.
Políticas acertadas cada vez mais restritivas tornaram o Brasil exemplo mundial de sucesso na luta contra o fumo. Vale a comparação. Em 1989, 30% dos brasileiros fumavam. Hoje o índice caiu três vezes. Um em cada 10 brasileiros mantém o vício do tabagismo. Em curto espaço de tempo, o país conseguiu mudar a mentalidade da população. Fumar, ao contrário do que se pensava nos anos de ouro hollywoodianos, tornou-se comportamento fora de moda, com crescente redução de espaço para os dependentes.
Uma questão se impõe: por que o álcool, outra droga lícita altamente prejudicial, não merece o mesmo tratamento restritivo? Sem entrar nos malefícios causados à saúde, bebidas etílicas respondem por dramas sociais sérios e evitáveis. É o caso da violência familiar. Pais embriagados desestabilizam a própria vida e a dos filhos. Não raro reproduzem o vício nos descendentes, que, por sua vez, o perpetuam.
É o caso, também, da barbárie do trânsito. Embora proibido por lei, o álcool é frequentemente associado ao voltante. Motoristas, confiantes na impunidade e no "comigo não acontece", dirigem depois da ingestão de cerveja, vinho, vodca, uísque. Com a fiscalização falha, apostam na sorte para não cair nas malhas da lei. A sorte, porém, nem sempre sorri. Acidentes ferem pessoas, roubam vidas, sobrecarregam a Previdência e o equipamento hospitalar.
É muito fácil comprar bebidas alcoólicas no Brasil. Além de bares e restaurantes que servem o que o freguês pede, supermercados e lojas de conveniência oferecem o produto durante 24 horas. Impõe-se colocar um ponto final na orgia. Como se fez com o cigarro, urgem políticas restritivas eficazes, aptas a inibir o consumo da droga.
Na segunda metade do século passado, começaram os movimentos contra o tabagismo. Pareciam delírios, sonhos inatingíveis. No Brasil, 88 projetos de lei tramitaram no Congresso Nacional nas décadas de 60 e 70. Nenhum teve êxito. A perda de batalhas, porém, não pôs fim à guerra. Em 1986, a Lei nº 7.488 estabeleceu 29 de agosto o Dia de Combate ao Fumo.
Políticas acertadas cada vez mais restritivas tornaram o Brasil exemplo mundial de sucesso na luta contra o fumo. Vale a comparação. Em 1989, 30% dos brasileiros fumavam. Hoje o índice caiu três vezes. Um em cada 10 brasileiros mantém o vício do tabagismo. Em curto espaço de tempo, o país conseguiu mudar a mentalidade da população. Fumar, ao contrário do que se pensava nos anos de ouro hollywoodianos, tornou-se comportamento fora de moda, com crescente redução de espaço para os dependentes.
Uma questão se impõe: por que o álcool, outra droga lícita altamente prejudicial, não merece o mesmo tratamento restritivo? Sem entrar nos malefícios causados à saúde, bebidas etílicas respondem por dramas sociais sérios e evitáveis. É o caso da violência familiar. Pais embriagados desestabilizam a própria vida e a dos filhos. Não raro reproduzem o vício nos descendentes, que, por sua vez, o perpetuam.
É o caso, também, da barbárie do trânsito. Embora proibido por lei, o álcool é frequentemente associado ao voltante. Motoristas, confiantes na impunidade e no "comigo não acontece", dirigem depois da ingestão de cerveja, vinho, vodca, uísque. Com a fiscalização falha, apostam na sorte para não cair nas malhas da lei. A sorte, porém, nem sempre sorri. Acidentes ferem pessoas, roubam vidas, sobrecarregam a Previdência e o equipamento hospitalar.
É muito fácil comprar bebidas alcoólicas no Brasil. Além de bares e restaurantes que servem o que o freguês pede, supermercados e lojas de conveniência oferecem o produto durante 24 horas. Impõe-se colocar um ponto final na orgia. Como se fez com o cigarro, urgem políticas restritivas eficazes, aptas a inibir o consumo da droga.
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