CORREIO BRAZILIENSE - 21/04
Ao completar 54 anos, Brasília permanece a obra em construção que nasceu das pranchetas de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Abertas as retas e curvas, erguidos os prédios e coberta a terra vermelha de asfalto e verde, a capital do Brasil recebeu moradores dos 26 estados do país. Os bandeirantes do século 20 vieram para o Planalto Central em busca de oportunidade capaz de lhes abrir as portas de nova era.
Hoje 2,6 milhões de pessoas vivem no Distrito Federal. Aqui trabalham, estudam, consomem, usufruem o equipamento urbano. Foi tão rápido o crescimento que a cidade parece ter diminuído de tamanho. Congestionamentos infernizam a vida de motoristas que trafegam em qualquer área da capital. Ônibus e metrôs são insuficientes para atender a demanda com rapidez e eficiência.
Leitos de hospitais encolhem enquanto os enfermos se multiplicam. Apagões e cortes de água se tornaram rotina indesejável. Alagamentos atrapalham o dia a dia de motoristas, pedestres e moradores tanto do Plano Piloto quanto das cidades do DF. O avanço da violência sugere que a lei e a ordem perderam a guerra contra os malfeitos e a bandidagem.
O cenário lembra pais desatentos que, sem perceber o passar dos anos, não renovaram o enxoval do filho. Crescido, ele se aperta em roupas de bebê. O resultado é um só: falta pano e sobra corpo. A inferência, porém, peca pelo simplismo. Realidade semelhante aflige as demais unidades da Federação.
Várias razões explicam a desordem reinante. Mas duas sobressaem. A primeira: as metrópoles não se prepararam para a explosão demográfica, que, em poucos anos, mudou o perfil de grandes, médias e pequenas urbes. A outra: a rápida ascensão da classe C criou demandas para as quais a infraestrutura não estava apta a dar respostas satisfatórias.
São desafios que os governos precisam enfrentar com urgência. Impõe-se manter o tecido social saudável para dar respostas a realidades muito novas, sofisticadas e surpreendentes. Esgarçada, a sociedade cobra preço que a ninguém interessa pagar. O poder público tem de demonstrar competência para dar o salto qualitativo exigido pelos novos tempos em que não só ventos locais sopram.
No mundo globalizado, sofrem-se influências e pressões simultâneas dos cinco continentes. Daí a urgência. Urgência que não admite ensaios e erros. Ao contrário. Exige planejamento e profissionalismo. O crescimento de Brasília é caminho sem volta. Medidas de curto, médio e longo prazo devem se fazer sentir na educação, na saúde, na mobilidade e na segurança.
Aos 54 anos, a capital precisa aplainar o caminho que a levará aos 540 anos. Com o conhecimento técnico que se tem hoje, é possível crescer com controle. Diferentemente do ocorrido na trajetória de São Paulo, Rio ou Salvador, que avançaram ao acaso, Brasília conta com a ciência, que aponta rumos e impõe limites. Sabe-se que os recursos naturais são limitados. Opõem-se ao coração de mãe. Neles nem sempre cabe mais um.
Hoje 2,6 milhões de pessoas vivem no Distrito Federal. Aqui trabalham, estudam, consomem, usufruem o equipamento urbano. Foi tão rápido o crescimento que a cidade parece ter diminuído de tamanho. Congestionamentos infernizam a vida de motoristas que trafegam em qualquer área da capital. Ônibus e metrôs são insuficientes para atender a demanda com rapidez e eficiência.
Leitos de hospitais encolhem enquanto os enfermos se multiplicam. Apagões e cortes de água se tornaram rotina indesejável. Alagamentos atrapalham o dia a dia de motoristas, pedestres e moradores tanto do Plano Piloto quanto das cidades do DF. O avanço da violência sugere que a lei e a ordem perderam a guerra contra os malfeitos e a bandidagem.
O cenário lembra pais desatentos que, sem perceber o passar dos anos, não renovaram o enxoval do filho. Crescido, ele se aperta em roupas de bebê. O resultado é um só: falta pano e sobra corpo. A inferência, porém, peca pelo simplismo. Realidade semelhante aflige as demais unidades da Federação.
Várias razões explicam a desordem reinante. Mas duas sobressaem. A primeira: as metrópoles não se prepararam para a explosão demográfica, que, em poucos anos, mudou o perfil de grandes, médias e pequenas urbes. A outra: a rápida ascensão da classe C criou demandas para as quais a infraestrutura não estava apta a dar respostas satisfatórias.
São desafios que os governos precisam enfrentar com urgência. Impõe-se manter o tecido social saudável para dar respostas a realidades muito novas, sofisticadas e surpreendentes. Esgarçada, a sociedade cobra preço que a ninguém interessa pagar. O poder público tem de demonstrar competência para dar o salto qualitativo exigido pelos novos tempos em que não só ventos locais sopram.
No mundo globalizado, sofrem-se influências e pressões simultâneas dos cinco continentes. Daí a urgência. Urgência que não admite ensaios e erros. Ao contrário. Exige planejamento e profissionalismo. O crescimento de Brasília é caminho sem volta. Medidas de curto, médio e longo prazo devem se fazer sentir na educação, na saúde, na mobilidade e na segurança.
Aos 54 anos, a capital precisa aplainar o caminho que a levará aos 540 anos. Com o conhecimento técnico que se tem hoje, é possível crescer com controle. Diferentemente do ocorrido na trajetória de São Paulo, Rio ou Salvador, que avançaram ao acaso, Brasília conta com a ciência, que aponta rumos e impõe limites. Sabe-se que os recursos naturais são limitados. Opõem-se ao coração de mãe. Neles nem sempre cabe mais um.
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