FOLHA DE SP - 11/01
BRASÍLIA - Não teve jeito. Mesmo segurando o preço das passagens de ônibus, impondo um corte no custo da energia e deixando para o último mês do ano o reajuste dos combustíveis chorado pela Petrobras, a inflação de 2013 foi maior do que a registrada em 2012.
O resultado coloca a equipe econômica, mais uma vez, numa situação complicada. É bom lembrar que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, passou o ano todo prometendo que o avanço dos preços seria menor. O mantra foi usado pelo ministro Guido Mantega e repetido por outros assessores da presidente Dilma Rousseff.
A projeção não se confirmou, o que tem sido praxe, e o BC terá agora que tomar uma decisão delicada na próxima semana, quando a diretoria faz a primeira reunião do ano para decidir o rumo da taxa básica de juros --hoje em 10% ao ano.
Em dezembro, o BC indicou que poderia reduzir o ritmo de aumento da taxa a partir do início de 2014.
A ideia era dar mais um aperto no custo do dinheiro e depois fazer uma parada técnica para avaliar o efeito sobre a economia e a própria inflação da sequência de altas promovidas desde abril.
Como as coisas não andaram como o esperado, muita gente já considera como favas contadas que a dose do remédio não vai ser reduzida e sua aplicação pode ser até estendida por mais um tempo.
Detalhe importante: esse cenário não é projetado apenas pela "turma do mercado", como gostam de acusar os aliados de plantão do Planalto. Gente graúda que vive nos gabinetes oficiais, próxima à presidente, está em sintonia com os economistas de bancos e consultorias privadas.
Dilma acumula três anos de inflação bem acima da meta fixada. Caberá ao BC definir se vai fazer alguma coisa para colocar a inflação no lugar ou se continuará alegando que os preços estão sob controle --no teto da meta, mas sob controle.
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