FOLHA DE SP - 16/08
Fecomercio afasta estimativa de desaquecimento do consumo em SP
O crescimento baseado no estímulo ao consumo não demonstra esgotamento, segundo a Fecomercio SP.
O comércio varejista da região metropolitana da cidade acumula alta de 5,2% no faturamento neste ano, 1,9 ponto percentual maior do que o registrado no primeiro semestre de 2011.
Em junho, o faturamento do varejo foi de R$ 13,3 bilhões ou R$ 1,13 bilhão a mais do que o registrado no mesmo mês do ano passado.
Os melhores resultados foram de lojas de eletroeletrônicos, perfumaria, supermercados, decoração e comércio automotivo.
Para Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da entidade, parte do aquecimento se deve às medidas de estímulo do governo.
"Ainda não vemos acomodação do varejo e não sentimos que isso vá acontecer, a menos que a crise se agrave. Até o final de 2012, o tripé renda, crédito e estímulos fiscais deve alavancar vendas.
O alto nível de emprego e o aumento de 6,6% na massa real de rendimentos em junho ante mesmo mês de 2011 também contribuíram.
A inadimplência tampouco preocupa a entidade.
O total de contas em atraso caiu de 18% em julho para 15% neste mês.
"Bancos ainda têm espaço para reduzir o 'spread' [diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada de clientes] e os juros. Podem diminuir o hedge [proteção] que fazem contra inadimplência."
JEANS RASGADO
A Zoomp vai fechar as duas últimas lojas próprias que ficavam em São Paulo. A marca, famosa pelo jeans, enfrenta dificuldades desde 2007 e está em recuperação judicial.
Carlos Valmer, do comitê gestor da companhia, diz que está voltado para o atacado: "A força da empresa são as franquias e as multimarcas".
Criada em 1975 por Renato Kherlakian, a marca teve seu auge entre os anos 80 e 90 e foi vendida em 2006.
Até 2013, a Zoomp terá seis franquias em seu nome e estará em 600 multimarcas. O atacado é responsável por 80% do faturamento.
Importação de remédio pronto cresce mais que de insumo
Três entidades que representam o setor farmacêutico nacional, Abifina, Alfob e Grupo Farma Brasil, enviaram ontem carta à presidente Dilma Rousseff pedindo que seja sancionada a medida provisória 563.
Uma emenda permite ao Ministério da Saúde dispensar licitação para compra de medicamentos estratégicos ao SUS e escolher diretamente empresas privadas para participar de parcerias de transferência de tecnologia.
A carta foi enviada um dia após outra entidade, a Interfarma, que tem multinacionais entre seus associados, enviar mensagem pedindo veto.
A medida pode contribuir para disseminar práticas inadequadas, diz a Interfarma.
Reginaldo Arcuri, do Farma Brasil, discorda.
"A MP incentiva a fabricação local e impacta a balança comercial, que sofre com a entrada de produtos acabados", diz Arcuri.
Segundo cálculos da entidade, o crescimento da importação de remédio pronto é muito maior que o do valor da importação de insumos.
PRESENTE FRANQUEADO
A Uatt?, rede de lojas de produtos para presentes, como almofadas e porta-retratos, expande o número de unidades no país. Com 43 lojas em funcionamento, a meta é chegar a 70 franquias até o fim do ano.
"Já comercializamos 63 franquias. As outras estão em negociação", diz Ivan de Oliveira, sócio da rede.
Também está marcada a abertura de uma loja própria neste ano que servirá de modelo para a negociação de mais unidades.
"Queremos chegar a 200 até 2014", diz. Entre as novas lojas, serão testados modelos menores, de até 20 metros quadrados. Também foi planejada uma ampliação na linha de produtos, que hoje são direcionados a um público de 16 a 26 anos.
O MINISTRO E OS JUROS
Durante a reunião com empresários ontem em Brasília, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, destacava o momento importante por que passa o país.
"Os juros estão subindo, subindo, não param de subir...", comentava quando corrigiram: "Ministro, estão caindo!"
Mantega socorreu-se, então, na galeria de fotos de ex-titulares da pasta que cobre as paredes da sala de reuniões do ministério e brincou, jogando o lapso na conta dos antecessores que tiveram de subir os juros.
Amanhã, em SP, o ministro volta ao tema. Em reunião no Banco do Brasil com superintendentes regionais, Mantega destacará em discurso o papel do BB como líder no aumento da oferta de crédito e na queda das taxas de juros.
MEDALHISTAS DO GOVERNO
A Olimpíada não fez bem somente à imagem do Reino Unido, que terminou em terceiro lugar no quadro geral de medalhas, mas também às autoridades inglesas.
Em pesquisa da Ipsos, 70% dos entrevistados consideraram bom o impacto dos Jogos para a família real
O prefeito de Londres, Boris Johnson, também teve a imagem beneficiada pelo evento, segundo 61%.
O primeiro-ministro, David Cameron, além de ter o menor índice de respostas positivas (43%), foi a figura pública para quem os ingleses dão menos crédito pelo sucesso dos Jogos (2%).
A pesquisa também aponta otimismo sobre a economia: 55% acham que será positivo para Londres, mas só 47% dos britânicos em geral preveem bonança.
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