FOLHA DE SP - 09/08
Já se foi quase metade do governo de Dilma Rousseff. Para ser mais preciso, 40%, nesta semana. E daí? E daí que o tempo restante de Dilma é menor que 60%.
Em termos de tempos parlamentares, já se foi mais da metade mesmo, pois o Congresso estará sem uso até o segundo trimestre do ano que vem. Como a presidente não apresentou grande projeto, dê-se como perdida também a primeira metade de 2013.
Em termos econômicos, é difícil que o país cresça muito além de 3,5% em 2013, a não ser que o país tome algum anabolizante nocivo.
Na média dos três anos, o Brasil terá crescido uns 2,6%, não muito melhor que a média de FHC, 2,3%, e pior que a média de Lula 1 (3,5%).
Resta apenas o ano da Copa de 2014 para o milagre do crescimento dilmiano.
Dilma não tem nada para mostrar? Até que tem. Vai levar a taxa de juros para o menor nível da história, deixando evidente que a Selic estava inflada em parte por inércia ou algo que o valha.
Goste-se ou não, o governo conseguiu manipular o câmbio, colocando o preço do dólar numa banda em torno de R$ 2 (sim, teve a ajuda do refluxo de dólares, mas não só).
Mas Dilma não mostrou grande coisa, e pouco tempo terá para fazê-lo, no que diz respeito a mudanças institucionais. Entenda-se: alterações permanentes no modo de fazer as coisas, em especial na economia.
A presidente nem ao menos implementou um plano de mudanças incrementais relevantes. Talvez o faça na área de impostos e custos de energia, mas até agora temos apenas intenções.
No máximo, fez força pela aprovação do plano de pensão dos servidores públicos, uma herança (negligente) do governo Lula.
No que diz respeito ao crescimento, reconheça-se que muita vez o presidente de turno não pode ser considerado responsável pelos resultados de curto prazo. Claro, há casos de incompetência extrema e de crescimentos turbinados e insustentáveis. Mas não se trata disso aqui.
Dilma herdou uma inflação ruim de Lula 2. Herdou um câmbio hipervalorizado (dólar barato). Estreou seu governo em plena ressaca da curta recuperação mundial de 2010, ressaca que dura até agora.
Até as nossas exportações fraquejam, por causa do preço menor de commodities e falta de mercado para nossas manufaturas caras.
Não pode contar com o aumento velocíssimo do crédito dos anos Lula para impulsionar o crescimento. Nem com a incorporação de muita gente ao mercado de trabalho. O desemprego está em nível historicamente baixo. Não será daí que virá crescimento extra mais acelerado.
No curto prazo, Dilma poderia ter incrementado a taxa de investimento público. Mas, excluído o Minha Casa, Minha Vida, o investimento declina desde que ela assumiu. Dilma não teve capacidade gerencial para fazer o investimento andar.
Poderia ter planos de legar um país mais ágil ao sucessor. Um plano de reformas por si só já daria mais ânimo ao investidor privado. Mas Dilma jamais apresentou um plano de governo.
A COLUNA MUDA
Esta coluna passa a ser publicada três vezes por semana, nas edições de terça-feira, quinta-feira e domingo (em vez de cinco vezes).
Este colunista agora escreve de Cambridge, Massachusetts, EUA, numa temporada universitária.
Em termos de tempos parlamentares, já se foi mais da metade mesmo, pois o Congresso estará sem uso até o segundo trimestre do ano que vem. Como a presidente não apresentou grande projeto, dê-se como perdida também a primeira metade de 2013.
Em termos econômicos, é difícil que o país cresça muito além de 3,5% em 2013, a não ser que o país tome algum anabolizante nocivo.
Na média dos três anos, o Brasil terá crescido uns 2,6%, não muito melhor que a média de FHC, 2,3%, e pior que a média de Lula 1 (3,5%).
Resta apenas o ano da Copa de 2014 para o milagre do crescimento dilmiano.
Dilma não tem nada para mostrar? Até que tem. Vai levar a taxa de juros para o menor nível da história, deixando evidente que a Selic estava inflada em parte por inércia ou algo que o valha.
Goste-se ou não, o governo conseguiu manipular o câmbio, colocando o preço do dólar numa banda em torno de R$ 2 (sim, teve a ajuda do refluxo de dólares, mas não só).
Mas Dilma não mostrou grande coisa, e pouco tempo terá para fazê-lo, no que diz respeito a mudanças institucionais. Entenda-se: alterações permanentes no modo de fazer as coisas, em especial na economia.
A presidente nem ao menos implementou um plano de mudanças incrementais relevantes. Talvez o faça na área de impostos e custos de energia, mas até agora temos apenas intenções.
No máximo, fez força pela aprovação do plano de pensão dos servidores públicos, uma herança (negligente) do governo Lula.
No que diz respeito ao crescimento, reconheça-se que muita vez o presidente de turno não pode ser considerado responsável pelos resultados de curto prazo. Claro, há casos de incompetência extrema e de crescimentos turbinados e insustentáveis. Mas não se trata disso aqui.
Dilma herdou uma inflação ruim de Lula 2. Herdou um câmbio hipervalorizado (dólar barato). Estreou seu governo em plena ressaca da curta recuperação mundial de 2010, ressaca que dura até agora.
Até as nossas exportações fraquejam, por causa do preço menor de commodities e falta de mercado para nossas manufaturas caras.
Não pode contar com o aumento velocíssimo do crédito dos anos Lula para impulsionar o crescimento. Nem com a incorporação de muita gente ao mercado de trabalho. O desemprego está em nível historicamente baixo. Não será daí que virá crescimento extra mais acelerado.
No curto prazo, Dilma poderia ter incrementado a taxa de investimento público. Mas, excluído o Minha Casa, Minha Vida, o investimento declina desde que ela assumiu. Dilma não teve capacidade gerencial para fazer o investimento andar.
Poderia ter planos de legar um país mais ágil ao sucessor. Um plano de reformas por si só já daria mais ânimo ao investidor privado. Mas Dilma jamais apresentou um plano de governo.
A COLUNA MUDA
Esta coluna passa a ser publicada três vezes por semana, nas edições de terça-feira, quinta-feira e domingo (em vez de cinco vezes).
Este colunista agora escreve de Cambridge, Massachusetts, EUA, numa temporada universitária.
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