O GLOBO - 14/04/12
Pela primeira vez, desde que assumiu a Presidência da República, a presidente Dilma e o ex-presidente Lula estão em rota de colisão. Sem combinar com Dilma, como haviam acertado, Lula entrou em campo para criar a CPI do Carlinhos Cachoeira. A presidente estava atuando soberana na defesa da ética e da moralidade pública, e agora, com a CPI, o Congresso terá a oportunidade de recuperar sua imagem e voltar a ser protagonista.
Sobre o vazamento de inquérito da PF
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro contesta nota publicada ontem aqui. Ele diz: “Advogo junto aos tribunais superiores há mais de 30 anos”; “sempre vi meus clientes serem vítimas de vazamentos criminosos e dirigidos”; “durante mais de 20 dias, presenciamos vazamentos diários, com o insofismável intuito de provocar prejulgamento público” (do senador Demóstenes Torres); “hoje, estou entrando na PGR com uma representação requerendo abertura de inquérito para investigar estes vazamentos”; e “algumas pessoas mais recentemente atingidas pelos vazamentos são minhas clientes em outros procedimentos”.
Os nazistas provocaram o holocausto contra o povo judeu. Mas nós aqui fizemos três holocaustos: contra os índios, contra os negros e, agora, contra as mentes e os corpos das nossas crianças” — Cristovam Buarque, senador (PDT-DF)
VARIÁVEL DELTA.
O governador Sérgio Cabral, na ida a Brasília para o jantar de aniversário do PMDB, conversou com dirigentes nacionais do partido sobre a CPI do Carlinhos Cachoeira. Cabral queria saber da possibilidade de abortar a comissão e ouviu como resposta que a esta altura isso era inviável. Como a construtora Delta tem muitos contratos com o governo estadual, tendo recebido desde 2007 pagamentos de cerca de R$ 1,47 bilhão, seu temor é que a investigação transborde para o Rio.
Turbinado
Assessores da presidente Dilma estão calculando o peso de partidos e líderes na CPI do Carlos Cachoeira. Chegaram à conclusão de que o líder doPMDB, Renan Calheiros (AL), terá o controle sobre sete ou oito votos de um total de 30 membros.
O motivo
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), recusou- se a relatar o caso de Demóstenes Torres (GO) no Conselho de Ética por este ter provocado seu afastamento da presidência do Senado, em 2007, ao acusá-lo de arapongagem.
Mensalão: petistas estão inquietos
Os réus no processo do mensalão, como o ex-ministro José Dirceu, estão inquietos com o rumo que está tomando o julgamento do caso. Eles começam a se preocupar com o perfil dos ministros nomeados pelo expresidente Lula e pela presidente Dilma. Comentam que a maioria dos ministros do STF é permeável ao clamor da opinião pública e citam, como exemplo, a decisão sobre a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa.
A mata
A organização da Rio+20 decidiu ampliar para dez as mesas do tema Diálogos sobre o Desenvolvimento Sustentável. Ao lado de assuntos tradicionais como energia, água e oceanos, desta vez será criada mesa específica para tratar de florestas.
O ideal
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), queriam o deputado Henrique Fontana (PT-RS) relator da MP 564, e não um nordestino, o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).
REAÇÃO de um senador, num misto de constrangimento e surpresa com a ida de Demóstenes Torres (GO) ao Conselho de Ética: ele passou esse tempo todo no congelador e de repente aparece como um esquimó.
AVALIAÇÃO de alguns senadores é que Demóstenes foi arrogante e autista ao aparecer no conselho para se queixar de firulas regimentais.
O PALÁCIO do Planalto está atento ao lobby de parlamentares aliados com o objetivo de esquentar os papéis podres do extinto Banco Nacional.
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