segunda-feira, abril 30, 2012

CLAUDIO HUMBERTO


" Na última semana só saíram vazamentos contra nós"

Deputado Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, sobre o caso Carlos Cachoeira


Câmara engaveta proposições contra corrupção

Nos últimos treze anos, a Câmara dos Deputados instalou 40 comissões parlamentares de inquérito (CPIs), que produziram muito barulho e mais de setenta propostas para o aperfeiçoamento da lei para combater a corrupção, dificultar a prática de irregularidades no uso de dinheiro público e solucionar falhas. Mas, até hoje, os deputados não votaram nem sequer uma dessas propostas no plenário.


Importantes

Dentre as CPIs mais famosas da história recente, estão as do Orçamento, PC Farias, Bingos, Correios, Mensalão, Sanguessugas...


Redução drástica

No segundo governo de FHC, as CPIs instaladas na Câmara indiciaram 948 pessoas. No primeiro governo Lula, apenas 21 foram indiciadas.


Por que será?

O número de CPIs caiu à metade nas duas legislaturas. Na gestão do ex-presidente FHC, foram instaladas 19, contra dez no governo Lula.


Apenas três

No governo Dilma, só três CPIs foram criadas até agora na Câmara: Trabalho escravo, Exploração sexual e Tráfico de pessoas.


ES: 'Conexão Kennedy'

As negociações de terrenos em Presidente Kennedy (ES), de fevereiro a agosto de 2008, movimentaram R$ 121,1 milhões, segundo denúncia sob investigação policial. Todos os negócios foram feitos pelas empresas ZMM Empreendimentos, da qual é sócio Marco Vivácqua, vereador e secretário municipal de Planejamento, e BK Investimentos, de José Teófilo, ex-secretário estadual da Fazenda. Os investigadores batizaram o esquema de "Conexão Presidente Kennedy".


Lucro histórico

Os negócios realizados pela ZMM com assessoria da BK, segundo consta do inquérito policial, teriam gerado lucros superiores a 3.0.

Conexão atuante

Segundo a PF, a Ferrous Resources do Brasil S/A parece uma "empresa de fachada" da chamada "Conexão Presidente Kennedy".


Chapa branca

O senador Magno Malta (PR-ES) explica seu desinteresse pela CPI do Cachoeira: "A comissão não vai dar em nada, é chapa branca".

Amigos de Angola

O ministro das Finanças de Angola, Carlos Alberto Lopes, passa o feriadão no Brasil, após discutir parcerias com os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Guido Mantega (Fazenda).


Cota americana

O cineasta Spike Lee, de "Faça a coisa certa", fez a coisa errada no julgamento do Supremo sobre cotas raciais. Ao contrário dos mortais, exibiu sua cota celebridade, dispensando o uso do terno e gravata.


Mal na foto

O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU chamou de "padrão perturbador" o assassinato de jornalistas no Brasil, após a morte de Décio Sá, no Maranhão, semana passada. Espera "investigação séria".


Pausa que engorda

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária não vigia o próprio peso: a Coca-Cola foi o patrocinador da exposição contra a obesidade "Emagrece, Brasil", que terminou na última quinta-feira, em Brasília.


Jura

O governo federal bateu o recorde histórico de pagamento de juros: jurou construir dez milhões de casas, jurou melhorar o SUS e jurou combater a corrupção.


Casa de ferreiro

Entidade "sem fins lucrativos", a CUT entrou pelo cano com os "cumpanhêro" da cooperativa Bancoop: dois apartamentos de R$ 330 mil na Mooca estão inacabados, mas dois no Tatuapé estão prontos.


Você sem sinal

Ganha um doce cliente da TIM que se conectar em 3G por modem, no aeroporto de Congonhas (SP). Tem só 2G. E o governo já fala em 4G...

PODER SEM PUDOR

Sonho comunista
Adhemar de Barros (PSP) estava em campanha para a Presidência da República, em 1960, quando tocou num assunto delicado: defendeu a aproximação do Brasil com a União Soviética. Um repórter logo provocou:
- O sr. é favorável à legalização do Partido Comunista Brasileiro?
- Claro! Desde que permitam instalar um diretório do PSP em Moscou...
Como ninguém entendeu, ele brincou:
- Seria interessante ver a turma gritando em Moscou "Adhemar, Adhemar..."

Um comentário:

josé bones disse...

A Ferrous Resources do Brasil não é uma empresa mineradora. Em quatro anos de existência juntou e vendeu 1 milhão de toneladas de minério de ferro, quantidade suficiente apenas para manter uma aparência de mineração. A empresa não possui licenças nem equipamentos de refino e transporte de minérios. Na verdade a Ferrous é um fundo de investimentos estrangeiro que comprou no Brasil alguns ativos minerários exauridos, criou um projeto de porto e mineroduto (apenas maquiagem) e tenta vender este produto, sem sucesso até agora. Está envolvida em grande escândalo de corrupção no estado do Espírito Santo. Ver http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=61382 .
Além de enfrentar problemas financeiros (ver http://exame.abril.com.br/negocios/empresas/aquisicoes-fusoes/noticias/carl-icahn-negocia-fatia-na-ferrous-dizem-fontes) a Ferrous também enfrenta grandes obstáculos no licenciamento ambiental de sua pretensa mina principal.
Este depósito, conhecido como Mina da Serrinha, está localizado em uma área de proteção ambiental e está muito perto de vários condomínios de luxo, região de grande beleza cênica e orientada ao turismo. Os moradores deste lugar há quatro anos, criaram uma ONG que, entre outras ações questiona na Justiça brasileira o processo de licenciamento ambiental. Veja em http://abraceaserradamoeda.blogspot.com/ .
A Ferrous esconde esse enorme passivo social de seus potenciais investidores internacionais, mas no Brasil todas as grandes mineradoras sabem que dificilmente ela conseguirá obter a licença.
Além disso, a Ferrous usa estratégias sujas, comprando a comunidade mais pobre e menos esclarecida da região com almoços e jantares e jogando seus funcionários contra os Vereadores que apoiam a proteção ambiental da área.