FOLHA DE SP - 02/02/12
Diante da crise, europeus querem emprego no Brasil
Para fugir de uma taxa de desemprego de 23%, os espanhóis passaram a procurar emprego no Brasil e hoje são umas das principais nacionalidades a enviar currículos.
No início de 2011, eles eram responsáveis por 4,5% do total de cadastros estrangeiros feitos na companhia de recrutamento Monster. Hoje, eles representam 8,2%.
"O número de currículos recebidos de outros países europeus cresceu, mas foi a Espanha que teve um incremento considerável", diz a gerente de marketing da empresa, Andreza Santana.
Grande parte dos trabalhadores espanhóis cadastrada no site é formada em engenharia, ainda segundo Santana. A Espanha sofre hoje as consequência do estouro de uma bolha imobiliária.
A vinda de grandes grupos do país para o Brasil também alavancou a procura por trabalho, de acordo com Rodrigo Vianna, diretor da empresa de recrutamento Hays.
O número de indianos em busca de vagas aqui também cresceu. "É consequência da entrada das companhias da Índia no Brasil, principalmente do setor de tecnologia", afirma Vianna.
Ainda há os franceses, que ampliaram as buscas consideravelmente, e os italianos, que aparecem de forma mais tímida. Os americanos, tradicionalmente os que mais procuram ocupação aqui, reduziram o envio de currículos.
No total, a Monster tem hoje 400 mil currículos de estrangeiros. Durante 2011, cerca de 86 mil pessoas de outros países se cadastraram.
Empresa baiana de laticínios investe R$ 40 mi em fábrica
Com aporte de R$ 40 milhões, a empresa de laticínios Davaca, de Ibirapuã, no sul da Bahia, irá dobrar o tamanho de sua fábrica para aumentar a produção de queijos, manteiga e requeijão.
A industrialização de leite deve passar de 200 mil litros por dia para 400 mil litros, segundo o diretor da companhia, Lutz Rodrigues Júnior.
A expectativa é que esse volume seja produzido a partir do final de 2013.
"Com a planta trabalhando em sua capacidade máxima, o faturamento anual deve chegar a R$ 150 milhões", afirma Júnior.
O número de produtores fornecedores terá um incremento de 47% e atingirá 2.400, ainda de acordo com o empresário. Do total investido, 70% são recursos da empresa e 30% de financiamento. No ano passado, a companhia faturou R$ 89 milhões.
DUAS FRANQUIAS POR HORA
O número de franquias abertas no Brasil no ano passado aumentou 44,4% em relação a 2010, de acordo com levantamento da consultoria Rizzo Franchise.
Em 2011, foram inauguradas, em média, 48 franquias por dia, com a abertura de 275,3 mil vagas de emprego. No Brasil, há cerca de 180 mil franquias e cada uma delas tem renda mensal média de R$ 131 mil, segundo o estudo.
BANQUEIROS NA ÁSIA
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, trocou neste ano o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), pelo encontro do BIS (Banco para Compensações Internacionais) na Ásia.
A instituição, considerada o BC dos bancos centrais, faz todos os anos uma reunião no Extremo Oriente. A deste ano, intitulada reunião especial de 'governors' ( banqueiros centrais) será em Hong Kong, no sábado e no domingo próximos.
Assumido o compromisso com o BIS, Tombini aproveitou para aceitar também o convite do Reserve Bank of India para uma conferência em Mumbai, que começou anteontem e termina hoje. Tema: "Política Monetária, Dívida Soberana e Estabilidade Financeira: o Novo Trilema".
PEQUENO SÓ NO TAMANHO
A Pitti Bimbo, sofisticada feira italiana para o setor de moda infantil, onde roupa de criança de grife chega a custar mais caro do que a de adulto, registrou crescimento do mercado externo e a presença de 10 mil visitantes.
Entre os compradores na edição de janeiro, destacou-se o desempenho de japoneses (alta de 80%), coreanos (20%), ucranianos (18%), americanos (17%), além de brasileiros e turcos (15%). Foram 61 visitantes do Brasil e 151 da Turquia.
O aumento da demanda de fora da Europa compensou o previsível recuo de executivos do continente, de acordo com Rafaello Napoleone, CEO da Pitti Immagine.
"Apesar da esperada queda de italianos, sabemos da situação do país, vieram à Florença todas as marcas importantes, de grifes a lojas. Esperamos a próxima estação com mais otimismo", afirma.
DA AMAZÔNIA PARA OS EUA
A Beraca, especializada no desenvolvimento de tecnologias para tratamento de água e fornecedora de ingredientes naturais e orgânicos da Amazônia para as indústrias de cosméticos e de alimentos, abrirá filial nos EUA, em Nova Jersey.
A companhia já contratou uma executiva local para comandar a nova unidade, que será lançada oficialmente neste mês.
"A escolha de Nova Jersey se deve ao fato de 70% do mercado de cosméticos dos EUA se concentrar a no máximo 200 milhas [320 km] da cidade", diz Ulisses Sabará, sócio da empresa.
A nova filial será aberta com o objetivo de agilizar a entrega de produtos aos clientes norte-americanos, de acordo com Sabará.
Em 2011, o faturamento da companhia, que também tem filial na França e exporta seus produtos para mais de 40 países, foi de R$ 118 milhões.
REGRAS E IMPOSTOS
Mais da metade dos executivos (60%) consideram a política tributária e a regulação financeira como as principais dificuldades ao comprar uma empresa em um país estrangeiro, segundo a Intralinks, que faz armazenamento de informações sigilosas.
A integração após a aquisição e a retenção de funcionários aparecem entre as outras preocupações, com 38% e 35%, respectivamente.
Para 39% dos entrevistados, os setores de energia e de óleo e gás são os mais prováveis para a realização de fusões e aquisições neste ano.
O estudo foi feito com 160 executivos de América Latina, EUA, Ásia e Europa.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ
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