BRASÍLIA - Alguém sabe explicar por que Pernambuco recebeu, em 2011, 90% dos recursos para novas obras de um programa de "prevenção e preparação para desastres"?
O país sempre assiste a tragédias nesta época do ano, quando as chuvas devastam e matam particularmente no Sudeste e em parte do Sul. Minas fica praticamente toda em estado de emergência, Santa Catarina foi inundada não faz muito tempo, a região serrana do Rio sensibilizou o mundo com os deslizamentos e centenas de mortes no ano passado.
Mas... quem abocanha 90% das verbas é Pernambuco. Será por causa de uma tromba-d'água em 2010? Estariam os arrecifes esfarinhando? São Pedro tem alguma pinimba com o Estado e é preciso prevenir?
Segundo o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, a resposta está na eficiência do governo estadual, que apresentou com presteza programas que, por si, já justificam a decisão. Apresentou, levou.
Ok. Mas há quem diga que nenhuma das opções acima está correta e que o que pesou mesmo foi o coração (além de interesses bem concretos) do ministro: Bezerra é pernambucano, apadrinhado e correligionário do governador Eduardo Campos (ambos são do PSB) e, ora, ora, pré-candidato a prefeito de Recife.
É muita cara de pau. Por isso, Dilma ignorou o ministro e chamou de volta a Brasília a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que está dando uma olhadinha nos programas da Integração e das Cidades para prevenção de enchentes, até porque mais de R$ 500 milhões foram desperdiçados.
Aviso a quem interessar possa: essa missão de Gleisi não será a única nem a última. Cansada de conviver com dinheiro esquisito para ONGs amigas, convênios fraudulentos, uso político de dinheiro público..., Dilma decidiu destacá-la como xerife.
Em nota, a ministra desmentiu que seja intervenção branca ou algo assim. Mas é exatamente isso. E com muito boas razões.
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