O Estado de S.Paulo - 21/12/11
Pequeno empresário precisa, como nunca, achar e manter bons funcionários para ser competitivo e lucrativo
O bom desempenho da economia brasileira após a crise de 2008 e o crescimento acelerado observado durante o ano passado contribuíram para que o Brasil chegasse muito perto de um cenário de pleno emprego.
Esse panorama começa a mudar por conta dos efeitos no Brasil da crise internacional. Em novembro deste ano, o número de contratações formais superou em apenas 42,7 mil as demissões - o pior resultado para o mês desde 2008. Por isso, encontrar e reter talentos passa a ser fundamental para que os pequenos e médios negócios enfrentem sem sobressaltos esse período de turbulência.
Os empreendedores perceberam essa necessidade faz algum tempo - dados do Anuário do Trabalho, elaborado pelo Sebrae em parceria com o Dieese, indicam que as pequenas empresas aumentaram os salários em um ritmo três vezes maior do que as grandes e médias corporações brasileiras. Mesmo assim, ainda está difícil lidar com a escassez de mão de obra qualificada e, ao mesmo tempo, competir por ela com grandes empresas. Há queixas por todas as partes. Para especialistas, porém, não há outro jeito: o empreendedor precisa mudar a postura.
"Nenhuma empresa vai encontrar no mercado pessoas preparadas, nem reter os trabalhadores, sem oferecer ao menos os benefícios básicos", diz Wilson Amorim, professor do programa de gestão da Fundação Instituto de Administração. "O empresário terá de aceitar que para o trabalho dele ficar melhor, será necessário investir."
Salário compatível com o mercado e a oferta de benefícios como auxílio alimentação e plano de saúde, inclusive, deixaram de ser diferenciais na hora de contratar. Para atrair e reter talentos, a empresa precisa agora moldar os benefícios conforme o perfil dos funcionários.
Os mais jovens preferem que a empresa ofereça qualidade de vida, não altos salários. Profissionais que ainda têm nível médio de formação gostam de desafios profissionais associados com remuneração variável.
Já os mais experientes, encontrarão estímulo se receberem uma participação do negócio. "Não pode é pensar que por ser pequena a empresa não tem calibre para contratar um bom funcionário", analisa o professor do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV, Tales Andreassi.
Mas nenhuma política de benefícios deve ser gratuita. O empresário precisa estabelecer metas claras para extrair o melhor de sua equipe, afinal, será essa força de trabalho que sustentará o bom desempenho dos pequenos negócios daqui pra frente.
Confira abaixo as estratégias adotadas por empreendedores como você para solucionar o problema da falta de talentos. Investindo de 1% a 5% do faturamento em benefícios, eles tornaram seus empreendimentos mais atraentes e, principalmente, multiplicaram o lucro.
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