FOLHA DE SP - 08/12/11
Exportações de sapatos caem 22% neste ano
Os entraves colocados pela Argentina para a entrada de produtos estrangeiros no país ajudou a derrubar em 22% o volume das exportações de sapatos brasileiros entre janeiro e novembro deste ano, ante mesmo período de 2010, segundo a Abicalçados (associação do setor).
Na semana passada, quando a presidente Cristina Kirchner disse a empresários para não importarem "nem um prego", apenas 30,1 mil pares brasileiros foram liberados para entrar no país. Aguardam licença outros 2,8 milhões, que somam US$ 27,8 milhões.
Algumas empresas do setor dizem que passaram a desconsiderar o mercado vizinho para 2012. Outras cogitam produzir lá por meio de parcerias.
Mesmo com fábrica na Argentina, a Alpargatas encontra dificuldades. "Eles analisam licença por licença. Não é automático para quem tem base própria, como é padrão em todos os países", afirma Márcio Utsch, presidente da Alpargatas.
"A Argentina está exacerbando o protecionismo. A diplomacia brasileira tinha de ser mais dura. Ela age, mas não está repercutindo porque na Argentina não valem as mesmas regras que eles têm aqui."
O diretor-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, diz que "o nível de atividade do mercado interno é que está compensando" o recuo das exportações. O segmento deve crescer até 6% neste ano. Em 2010, chegou a 10,5%.
Outros setores, como de máquinas agrícolas e têxtil, também enfrentam problemas para vender à Argentina.
Número
2,8 milhões de pares aguardam licença para entrar na Argentina
"A diplomacia brasileira tinha de ser mais dura. Está negociando, mas não está repercutindo"
MÁRCIO UTSCH, presidente da Alpargatas
RECONSTRUÇÃO
O número de contratações na construção civil brasileira em outubro foi o mais baixo desde março deste ano, de acordo com o levantamento do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
O setor abriu 16,1 mil novas vagas, o que representou diminuição de 48,9% em relação às contratações de setembro passado.
Na cidade de São Paulo, a construção civil apresentou o pior índice de trabalhadores contratados de 2011.
CHINESES E SÓCIOS
A Faber-Castell vai investir na operação brasileira R$ 40 milhões em cada um dos próximos dois anos. O aporte será em tecnologia para incrementar a produção, em especial para atender a demanda por lápis cosméticos, que cresce cerca de 20% em 2011. A empresa estima expansão entre 7% e 8% em 2012, semelhante ao crescimento deste ano. O faturamento no ano fiscal 2010-2011 foi de R$ 407 milhões no país.
De um lado, a centenária empresa alemã, há 81 anos no país, enfrenta a concorrência de produtos chineses, que o conde Anton Wolfgang von Faber-Castell, presidente mundial da companhia, qualifica de "desleal".
De outro, há uma disputa judicial com quatro famílias de sócios minoritários brasileiros, que reclamam da governança corporativa do controlador alemão.
O acordo societário vence em janeiro e o conde não vê razão para renová-lo.
"Estamos bem assim. Eles [minoritários] têm assento no conselho consultivo e, com o fim do acordo, passarão a ter um membro no conselho fiscal. Nosso foco tem de ser o consumidor."
VIAGEM LATINA
A cidade de Buenos Aires é o destino preferido dos brasileiros, segundo a agência de viagens Decolar. A capital argentina foi escolhida em 30% das reservas feitas para dezembro deste ano.
A companhia também classificou os destinos preferidos de outros países sul-americanos. O Rio de Janeiro ficou na liderança entre os chilenos.
"A principal mudança é a diminuição do interesse pela Europa, que ficou mais cara para vários países, como a Argentina", diz o presidente da agência, Alípio Camanzano.
GESTÃO PREMIADA
A Fiesp e a FGV-SP anunciam hoje as 16 cidades que estão nas semifinais do prêmio que avalia a gestão das prefeituras paulistas.
Santos e São José dos Campos foram os municípios mais bem avaliados entre os que têm população superior a 250 mil habitantes. Nas próximas semanas, as semifinalistas receberão um grupo de técnicos da FGV. O resultado será divulgado até março de 2012.
A análise levará em conta indicadores de saúde, educação, responsabilidade fiscal, entre outros.
DIRETO NO GUICHÊ
Apesar do crescimento das vendas pela internet no país, a maioria dos viajantes compra suas passagens rodoviárias no guichê das empresas, de acordo com pesquisa da viação Catarinense.
Quando a viagem não ocorre por motivo de férias, 50,4% dos entrevistados afirmam adquirir a passagem na rodoviária. Apenas 17,3% dizem comprar o bilhete pela internet.
As vendas on-line são mais procuradas para as viagens de férias. Nesse caso, o número sobe para 27%. As agências de viagens também passam a ser mais procuradas e vendem 15,9% das passagens (em outras situações, seriam 13,5%).
Para realizar o levantamento, a empresa ouviu 1.957 pessoas em São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Joinville e Balneário Camboriú.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ
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