Segurança privada enfrenta carência de mão de obra
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 01/08/11
A carência de mão de obra alcançou o setor de segurança privada, segundo o Sesvesp (sindicato das empresas do setor). O mercado de vigilância, segurança, escolta de carga e valores emprega hoje mais de 500 mil no país.
O número cresceu nos últimos anos devido a exigências da legislação e do mercado, que passou a atuar em escala de trabalho menos estreita, com mais homens por posto, segundo João Palhuca, do Sesvesp.
"O posto de serviço é preenchido 24 horas. Por conta de lei e de condição física humana, a escala que aceitava três trabalhadores por posto passou a exigir quatro", diz.
O movimento ligado à variação da carga horária se consolidou. Uma nova onda de demanda, porém, surge pelo momento econômico, com construções de condomínios, shoppings, fábricas e agências bancárias.
"O reajuste da escala absorveu a mão de obra que estava disponível. Agora falta, pois a economia está acelerada. A demanda maior que a oferta força o setor a elevar a remuneração", afirma.
Nos últimos quatro anos, o salário base teve alta real de 15%, segundo Palhuca. Um vigilante básico em São Paulo ganha em média R$ 1.300.
Em 2010, foram gerados mais de 19 mil vagas no Estado de São Paulo, alta de 13% ante o ano anterior.
O número de empresas, porém, cresceu só 3%.
SORRISO DO EXTERIOR...
A carência de tratamentos odontológicos em países como Angola e Peru começa a favorecer clínicas populares brasileiras.
A paulista Sorridents está de olho no público de turistas que vêm a negócios ao país e aproveitam para realizar tratamentos dentários.
O primeiro alvo da empresa é Angola. A partir de setembro, a companhia exibirá peças publicitárias em uma rede de TV angolana.
"Notamos essa oportunidade batendo em nossa porta e resolvemos investir na ideia", diz Carla Renata Sarni, presidente da rede.
Até turistas portugueses estão na lista de potenciais pacientes. Assim como ocorre no caso de cirurgias plásticas, a razão é o menor custo brasileiro.
Fundada pela dentista Sarni há 16 anos, a rede opera por meio de franquia e foca o público de baixa renda.
NÚMEROS
R$ 150 mi
é a projeção de faturamento da rede para este ano
173
consultórios deverão estar em funcionamento até o final de 2011; hoje são 120, segundo a Sorridents
...E DO INTERIOR
A Odontoclinic vai abrir 30 clínicas odontológicas até o final deste ano.
As principais inaugurações serão em cidades do interior de São Paulo, do Rio de Janeiro e nas capitais do Paraná e de Minas Gerais.
No ano passado, a companhia passou a ser controlada pelo fundo de investimentos Bravia Capital.
"Nosso DNA é a baixa renda. Por isso, queremos manter o foco nesse público, que deve ter um aumento considerável de renda nos próximos anos, antes de partirmos em busca de clientes no exterior", diz Carlos Leão, gestor da Bravia Capital e presidente da Odontoclinic.
Os principais atrativos das redes de odontologia popular são o tratamento ortodôntico e a facilidade de parcelamento do pagamento dos procedimentos.
NÚMEROS
R$ 200 mi
é a projeção de receita da rede para este ano
164
clínicas deverão estar em funcionamento até o final de 2011; hoje são 134, segundo a Odontoclinic
ESCRITÓRIOS
Mais da metade das empresas brasileiras diz acreditar que o preço do aluguel dos imóveis comerciais vai subir nos próximos três meses.
A informação é da organização Rics (Royal Institution of Chartered Surveyors).
Entre os países analisados, apenas os chineses estão mais pessimistas em relação ao preço dos aluguéis comerciais neste trimestre.
O Brasil será o país com maior alta na demanda do setor, segundo o estudo.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e FELIPE VANINI BRUNING
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