E agora, Marina?
FERNANDO DE BARROS E SILVA
FOLHA DE SÃO PAULO - 22/06/11
SÃO PAULO - O casamento entre Marina Silva e o PV está por um triz. No fim de semana, ela se reuniu em São Paulo com lideranças da ala "marineira" do partido. Deixou o encontro, segundo relatos, "disposta a sair". Estaria "desgastada, aborrecida e sobretudo descrente" de que as coisas lá dentro possam mudar para melhor.
Há mais de uma década o PV está sob o comando de José Luiz Penna, deputado federal por São Paulo. Apesar da marca, os verdes são um partido convencional, associado ao poder em quase todos os lugares, com todos os vícios e pecados fisiológicos da política brasileira.
Marina e seu grupo imaginaram que poderiam oxigenar o partido, aproximando-o da mensagem da candidata que recebeu quase 20 milhões de votos. Trombaram de frente com a nomenclatura verde -representada por uma Executiva Nacional balofa, onde 58 membros mantêm interesses enraizados.
Há ainda quem defenda, entre os "marineiros", que ela deve brigar dentro do PV e lá permanecer, mesmo como "dissidente", até pelo menos as eleições municipais. Não parece ser a disposição dela própria.
Marina, de qualquer forma, é uma política de combustão lenta. Pondera muito antes de tomar decisões. Saindo, deve levar junto figuras como Fernando Gabeira, João Paulo Capobianco, Alfredo Sirkis e Aspásia Camargo, entre outros.
Está descartada, de qualquer forma, a criação de um novo partido da "causa ecológica", como se cogitou. Primeiro, porque não haveria como viabilizá-lo em tempo hábil para concorrer em 2012. Segundo, porque Marina já está identificada com o ambientalismo e precisa agregar outras bandeiras à sua persona política -e não se isolar entre ongueiros e os povos da floresta.
Sem partido, Marina teria fôlego e instrumentos para "mobilizar a sociedade" em torno de ideias? Ou sumiria, moída pelas engrenagens da política profissional? É difícil discernir, no caso dela, entre utopia, ingenuidade e messianismo.
Há mais de uma década o PV está sob o comando de José Luiz Penna, deputado federal por São Paulo. Apesar da marca, os verdes são um partido convencional, associado ao poder em quase todos os lugares, com todos os vícios e pecados fisiológicos da política brasileira.
Marina e seu grupo imaginaram que poderiam oxigenar o partido, aproximando-o da mensagem da candidata que recebeu quase 20 milhões de votos. Trombaram de frente com a nomenclatura verde -representada por uma Executiva Nacional balofa, onde 58 membros mantêm interesses enraizados.
Há ainda quem defenda, entre os "marineiros", que ela deve brigar dentro do PV e lá permanecer, mesmo como "dissidente", até pelo menos as eleições municipais. Não parece ser a disposição dela própria.
Marina, de qualquer forma, é uma política de combustão lenta. Pondera muito antes de tomar decisões. Saindo, deve levar junto figuras como Fernando Gabeira, João Paulo Capobianco, Alfredo Sirkis e Aspásia Camargo, entre outros.
Está descartada, de qualquer forma, a criação de um novo partido da "causa ecológica", como se cogitou. Primeiro, porque não haveria como viabilizá-lo em tempo hábil para concorrer em 2012. Segundo, porque Marina já está identificada com o ambientalismo e precisa agregar outras bandeiras à sua persona política -e não se isolar entre ongueiros e os povos da floresta.
Sem partido, Marina teria fôlego e instrumentos para "mobilizar a sociedade" em torno de ideias? Ou sumiria, moída pelas engrenagens da política profissional? É difícil discernir, no caso dela, entre utopia, ingenuidade e messianismo.
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