Rio lança programa para fomentar inovação
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/05/11
O Rio de Janeiro dá uma resposta a quem pensa que seu crescimento é feito apenas de petróleo, siderurgia e escoamento de minérios.O governo do Estado vai criar um programa para estimular a nova economia, a inovação tecnológica e a sustentabilidade em energia.
"O Rio é a capital da energia", diz Julio Bueno, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.
"Aqui estão 85% da produção nacional de petróleo, 45% do gás natural feito no Brasil, o maior parque térmico a gás do país e entidades que representam o setor."
Escolheu quatro setores: transporte, construção, indústria e serviços e comércio.
Na área de inovação em geral, o programa vai priorizar a formação de PHDs e mestres e o financiamento de risco e de linhas de fomento. O objetivo para transportes será estimular o desenvolvimento de combustíveis de baixa emissão de carbono.
A Bosch e a Man desenvolvem um motor a gás natural, segundo Bueno.
"O veículo roda com até 90% de gás. Podemos financiar e ter metade da frota movida a gás natural."
Na construção, o governo focaria o desenvolvimento de novos materiais e projetos de baixo consumo.
"Nas padarias, por exemplo, poderíamos estimular a troca de fornos elétricos por fornos a gás mais eficientes, financiados pelo governo."
O governo ainda discute se seria viável implantar um "bônus verde, que permitiria trocar baixo carbono", segundo o secretário.
"O governo quer tornar o Rio um centro mundial de inovação e sustentabilidade em energia"
JULIO BUENO
secretário estadual de desenvolvimento econômico
PERTO DE CASA
A marca americana de "delivery" Domino's Pizza decidiu baixar os preços em cerca de 30% e abrir unidades em regiões mais populares para atrair o consumidor da classe C.
Ao lado da China, o país ganhou importância internacional na rede como operação de maior crescimento da marca, segundo Henrique Pamplona, diretor-geral da rede no Brasil.
"Vamos expandir para áreas sensíveis a preço."
O projeto de expansão incluiu mapeamento sócio-demográfico.
A ideia é levar franquias a municípios do Grande Rio e da Grande São Paulo, além de novas capitais e cidades do interior paulista.
Atualmente com 33 lojas em operação, a rede deve fechar o ano com mais de 90 unidades no país.
"Apesar da queda nos preços, nós aumentamos em volume. O faturamento continua subindo."
ORÇAMENTO DE INOVAÇÃOInveste-se pouco em inovação no país, segundo estudo da Amcham e da Fundação Dom Cabral. Cerca de 17% das empresas informam que aplicam mais de 4% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Quase 75% fazem aporte de até 4% e 9% não fazem.
"Made in Bahia"
A baiana Amma, de chocolates orgânicos, fechou acordo de exportação para o mercado chinês. Ainda neste mês, Pequim e Hong Kong receberão uma tonelada de chocolate. O produto brasileiro estará disponível em lojas de produtos naturais e distribuidoras de alimentos.
Novata
O Grupo de logística TPC abriu as operações da Reversa Soluções Logísticas, nova marca da holding para realização de logística reversa. Atuará na revenda de itens devolvidos pelo e-commerce. O segmento opera na movimentação de produtos após a entrega ao cliente.
Motor...
Com US$ 30 milhões em vendas em 2010, o Brasil passou o México, há cinco anos na liderança de vendas de helicópteros Bell na América Latina. O montante vendido no país pela TAM Aviação Executiva ficou 20% acima do valor de vendas do México e 30% da Argentina, outro mercado relevante para a fabricante de helicópteros norte-americana.
... e hélice
A força de vendas é atribuída à nova aeronave da Bell, o 429, que começou a ser entregue no Brasil. O modelo leva até sete passageiros e pode ser convertido em UTI aérea, segundo a empresa.
ATRATIVIDADE DOS BRICS
Brasil e China são os dois emergentes mais atraentes para investimentos de fundos "private equity", segundo a consultoria norte-americana Probitas Partners.
Cada um dos países foi indicado por 40% dos executivos ouvidos pela pesquisa.
Os entrevistados poderiam sugerir os dois destinos mais atrativos entre as nações em desenvolvimento.
A Índia aparece em seguida, com indicações de 30% dos executivos.
Para os próximos anos, a consultoria prevê aumento dos investimentos na Coreia do Sul, no México, na Indonésia e na Turquia. Nenhum desses quatro mercados, porém, foi lembrado por mais de 6% dos entrevistados.
O continente africano foi lembrado por apenas 1% dos empresários ouvidos pela pesquisa.
DESACELERAÇÃO REGIONAL
O Mercosul não terá crescimento econômico superior ao da América Latina pela primeira vez em cinco anos, de acordo com a EIU.
A previsão da consultoria é que tanto o bloco supranacional como a região aumentem em 4,1% o seu PIB (Produto Interno Bruto) em 2011.
Desde 2006, o Mercosul sempre tem apresentado indicadores melhores que os da América Latina.
O principal motivo para a desaceleração do bloco, que cresceu 6,8% em 2010, é o combate à inflação, segundo o estudo. A queda no consumo e na concessão de crédito para a iniciativa privada afetarão mais o Mercosul que o restante da América Latina, também segundo a EIU.
O crescimento previsto para o Brasil neste ano é de 4%, enquanto o do México está estimado em 4,9%.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION
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