Emissão de debêntures atreladas ao CDI sinaliza queda, segundo Anbima
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 03/05/11
A remuneração de debêntures atreladas ao CDI sinaliza redução nas operações de longo prazo, segundo levantamento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), feito a pedido da coluna. O estudo considera papeis sem leasing.
Até março, o percentual da remuneração em relação ao número de operações ligadas ao CDI caiu para 63,2%, ante 76,2% registrado em 2010, afirma Marcelo Giufrida, presidente da Anbima.
"É, de fato, uma sinalização de mudança. Para o investidor, a indexação à inflação dá mais conforto", diz.
Adotar como indexador um índice de preços tem sido mais comum quando o emissor tem um projeto de prazo mais longo. O investidor tem maior segurança quando a remuneração é pela inflação.
"Tem sido mais usado quando os investidores são fundos de pensão e seguradoras [com metas de longo prazo]", diz Alexandre Aoude, do Itaú BBA. Para atingir o resto do mercado, porém, ainda demora, segundo ele.
"Para que as assets [gestoras de recursos] passem a investir nesses papeis precisaria ter um mercado mais estável com perspectiva de taxa de juros decrescente."
A ALL liquida uma emissão de R$ 810 milhões nesta semana, com prazo de seis anos, na tranche atrelada ao IPCA, mais 8,4% ao ano. Em março, a Ecopistas emitiu R$ 370 milhões em debêntures, com prazo de 12 anos, remunerada pelo IPCA mais 8,25% ao ano.
Outro exemplo, foi a emissão do BNDES, em dezembro, de R$ 525 milhões, a IPCA mais 6,2991% ao ano, com prazo de seis anos.
Cresce procura das empresas por imóveis em construçãoA falta de espaço para novos prédios aumentou o número de empresas que alugam imóveis em construção.
No Rio de Janeiro, cerca de 20% dos edifícios em obras estarão locados no fim do ano, o dobro ante 2010, segundo a CB Richard Ellis. "É a tendência, pois as empresas garantem a ocupação e pedem adaptações nos imóveis", diz o diretor da consultoria Alberto Robalinho.
As pré-locações em Belo Horizonte, Brasília e São Paulo representam até 3% do total do valor negociado em novos empreendimentos, segundo estimativas do setor.
"Brasília e BH são mercados menores e, em São Paulo, é difícil fazer construção sob medida", diz Robalinho.
"Para não perder pontos bem localizados, as empresas pagam antes de entrar", afirma a diretora da Lello Imóveis Roseli Hernandes.
MÁQUINA PROTEGIDA
A Abimei (associação dos importadores de máquinas e equipamentos) alertou os representantes da Secex e da CNI, em reuniões em Brasília na semana passada, para o perigo de medidas protecionistas levarem a uma desaceleração do crescimento.
A importação de bens de capital é necessária para o Brasil ser competitivo no mercado internacional, segundo Ennio Crispino, presidente da Abimei.
"A questão que atinge o fabricante atualmente é que boa parte das indústrias nacionais ou multinacionais está deixando de produzir peças e componentes no Brasil", afirma Crispino.
"Elas preferem trazer os manufaturados do exterior."
O governo, de acordo com o presidente da associação, "compreende que não adiantará impor barreiras de importação às máquinas, porque o problema está na importação de componentes e peças manufaturados".
VITAMINADO
A Equaliv, especializada em suplementos alimentares, começará a vender sete novos produtos até o final de maio.
Os lançamentos serão os primeiros realizados pela empresa desde a criação da holding ValuePharma, em conjunto com a Althaia, em julho do ano passado.
"O investimento inicial nos dois negócios foi de R$ 30 milhões", diz o presidente da companhia, Jairo Yamamoto, que também já comandou a Medley.
A expectativa da holding é faturar até R$ 20 milhões nos próximos 12 meses com os sete produtos.
"Também lançaremos três medicamentos da Althaia em 2011", diz Yamamoto.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION
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