Varejistas incrementam distribuição de peixes
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 09/03/11
Com o aumento do consumo de peixe no país, principalmente por famílias da nova classe média, os supermercados fazem investimentos para incrementar o abastecimento nas lojas.
O grupo Pão de Açúcar investiu R$ 7 milhões e inaugurou um centro de distribuição de pescados em Osasco (SP) para abastecer 195 lojas.
O Carrefour finaliza mudanças na forma de receber pescados de seus fornecedores -o recebimento será unificado no centro de distribuição da rede. O Walmart anunciou há poucos meses medidas para garantir a oferta de produtos sustentáveis em suas lojas.
O consumo per capita de pescado no país subiu de sete quilos em 2009 para nove quilos em 2010, segundo o Ministério da Pesca. A Organização Mundial da Saúde recomenda consumo anual de 12 quilos por pessoa.
Pedro Pereira, diretor comercial do grupo Pão de Açúcar, diz que a rede espera alta de 25% na venda em 2011. No ano passado foram comercializadas 40 mil toneladas.
"Com o aumento do poder aquisitivo, o consumidor das classes C e D diversificou a alimentação", diz Pereira.
Setenta novos funcionários foram contratados para o novo centro do grupo, com capacidade de expedir 50 mil toneladas de pescado ao dia.
Alexandre Horta, da consultoria GS&MD Gouvêa de Souza, diz que, com o aumento do preço de frete, as redes, mesmo as menores, buscarão mais eficiência na distribuição. A rede Enxuto, de Campinas, que deve abrir sua sexta loja, é uma das regionais que faz estudos para criar centro de distribuição.
GARANTIA
O mercado de seguros de pessoas -que inclui seguros de vida, de educação e outros- movimentou R$ 15,7 bilhões em prêmios no ano passado.
O aumento foi de 15% na comparação com o ano anterior, de acordo com levantamento da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).
O seguro de vida em grupo acumulou em R$ 7,8 bilhões em 2010, alta de 8,5%. O de vida individual ficou com R$ 1,1 bilhão em prêmios, variação de 36,9%.
Seguros de vida prevalecem nas classes A e B, com presença em 18% dos lares.
Na classe C, o índice de penetração do produto é de 6% Nas classes D e E é de 2%.
Impulsionado pelo aumento na renda, o seguro prestamista, que garante pagamento de prestações, movimentou R$ 3,3 bilhões em prêmios e expandiu 24,94%.
METAL LÍQUIDOA Mextra, especializada em produção de ligas metálicas, vai inaugurar em setembro mais uma fábrica em Taubaté (SP). A obra faz parte de um projeto de reciclagem de alumínio, segundo seu diretor, Ivan Barchese.
A unidade será usada para o processo de retorno à fabricação de latas e insumos para a indústria.
Também vai dar continuidade à nova operação de alumínio líquido, que já começa a acontecer neste mês na fábrica atual, além de uma produção de pó metálico. A proximidade do cliente é estratégica no mercado de metal líquido, segundo Barchese, o que cria uma proteção contra a concorrência chinesa.
Está nos planos a expansão de outra fábrica em Diadema (SP), com foco em ferro.
A Mextra está presente na China, com duas plantas para transformação de metal em parceria com um produtor de manganês.
"Lá fazemos um trabalho diferente, para endurecer o alumínio. O custo na China é 40% mais baixo."
Viagens internacionais aquecem o mercado cambial
O crescimento do número de brasileiros que viajam ao exterior tem aquecido, no país, os mercados de câmbio e de meios de pagamento internacionais.
O Banco do Brasil, que lançou há cerca de três meses um cartão pré-pago para gastos em dólar e em euro, registrou mais de R$ 30 milhões em contratações desse serviço no período.
As operações de câmbio da Cotação, empresa do Banco Rendimento, cresceram 35% no ano passado em relação a 2009. A venda de cartões pré-pagos para viagens internacionais, por sua vez, aumentou 60% no mesmo período de comparação.
A corretora B&T Associados, que atua em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Recife, fazia mil operações por mês no início de 2009. Hoje, a média é de 15 mil.
O aumento também foi influenciado pela queda do dólar e pelas parcerias entre operadoras de câmbio e agências de turismo, de acordo com o diretor da corretora, Túlio dos Santos Júnior.
Preço perde força na hora de escolher o local de compraApesar de ser ainda o maior fator de influência, o preço tem perdido importância na escolha do local onde as compras são feitas.
Uma alta na importância da qualidade do produto e do atendimento denota aumento no grau de exigência do consumidor. O atendimento subiu de 22% para 31%.
Os dados são de levantamento da Fecomércio-RJ, de abrangência nacional.
Em janeiro deste ano, o critério preço foi levado em conta por 78% dos brasileiros, parcela menor perante os 83% de janeiro de 2010 e 85% do ano anterior.
O movimento está relacionado ao aquecimento da economia, à elevação do poder aquisitivo e à expansão do crédito, segundo a entidade.
CONTRA FRAUDE
Os bancos que atuam no país precisarão informar todos os detalhes de sua carteira de crédito à CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos) a partir de abril.
O processo, que tem o objetivo de evitar a dupla venda, como ocorreu no banco PanAmericano, deverá ser feito pela C3 (Central de Cessão de Crédito).
As companhias maiores conseguirão disponibilizar as informações necessárias com sua própria estrutura, mas as menores tendem a terceirizar o serviço.
A C&M lançou software para que pequenas e médias instituições alimentem a C3. "Já temos 16 adesões fechadas", diz o presidente da empresa, Orli Machado.
A venda do serviço será gratuita. "Bancos desse porte fecham entre 250 mil e 300 mil contratos de crédito por ano e cobramos até R$ 0,70 por cada um."
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK , VITOR SION, ANDRÉA MACIEL e CLAUDIA ROLLI
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