...E nem lápis pode mais
Tutty Vasques
O Estado de S.Paulo - 06/11/10
Nessas horas, que não são poucas, eu penso sempre no Anísio Teixeira, o célebre educador que empresta seu santo nome ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo Enem. O que ele diria sobre a proibição do uso de lápis, borracha, apontador e relógio analógico em locais de prova? No tempo em que o professor brigava pelo raciocínio em detrimento da memorização, isso era tudo que um candidato precisava para ser examinado.
A justificativa do combate à prática da cola de informações, com o perdão do trocadilho, não cola! Afinal, que diabos cabe num apontador ou numa borrachinha que não entra na cueca ou no sutiã de um(a) adolescente em final do Ensino Médio? Ou será que, no futuro, todos farão vestibular nus? Talvez seja até mais seguro - e menos despudorado - vendar-lhes os olhos durante as provas.
Até o fechamento deste comentário, o Ministério Público do Espírito Santo - amém! - falava sozinho contra a desmedida paranoia do Inep. Ineptos, os 4,6 milhões de inscritos no Enem desperdiçaram uma ótima chance de mobilização: 1968, pelo visto, terminou! Vou já avisar o Zuenir.
Fim do mundo
Os intelectuais cariocas estão se pintando para a guerra. Também, pudera! A Império Serrano trocou Quitéria Chagas por Vânia Love no posto de rainha de bateria da escola de samba. Só se fala disso até na Academia Brasileira de Letras."É o fim da poesia!" - protestava o imortal Arnaldo Niskier no chá de ontem.
Olha o passarinho!
Os fotógrafos estão a postos desde quinta-feira na Praia de Itacaré, na Bahia. É grande a expectativa em todo o País pela estreia de Dilma Rousseff de maiô no noticiário.
Papa essa, Brasil!
Os aloprados estão exportando know-how técnico. Deu no El País, da Espanha, que foi encontrado na rua um dossiê de 11 páginas sobre Bento XVI e o esquema de segurança de sua visita a Barcelona neste fim de semana. Precisa ver se não aproveitaram o embalo para quebrar o sigilo fiscal do papa na Receita Federal de Mauá (SP).
Minivirada cultural
Uma dica para a senhora paulistana, cujo marido a trocou neste fim de semana pelo amor aos carros da Fórmula 1 e do Salão do Automóvel: tem um arrasta-pé comendo solto no Largo do Arouche. Pinta lá! Às 11h de domingo, quando os motores já estiverem roncando em Interlagos, vai rolar uma aula de chá-chá-chá imperdível.
Peralá!
Depois da cólera, um furacão: o fim do mundo, definitivamente, cismou com o Haiti. Assim, também, já é perseguição!
Dúvida cruel
Tiririca vai poder usar lápis, borracha e apontador no teste de alfabetização a que será submetido na próxima quinta-feira? Precisa ver se ele não vai colar!
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