segunda-feira, novembro 08, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Marca regional menor cresce em varejo de bairro
Maria Cristina Frias 

Folha de S.Paulo - 08/11/2010

No varejo independente, formado por empórios, mercearias, padarias e lojas de conveniência, algumas marcas regionais atingiram tamanho crescimento de vendas que já começam a desbancar a liderança de empresas mais conhecidas.
A inversão ocorre principalmente em produtos como arroz, fraldas descartáveis, massas, biscoitos, álcool, açúcar e grande parte dos produtos de limpeza.
O fato, que ocorre com mais frequência no Nordeste, foi verificado por uma pesquisa que será divulgada neste mês pela Nielsen e pela Abad (Associação Brasileira de Atacadistas de Produtos Industrializados).
As grandes marcas, líderes de vendas, porém, reafirmam sua força nesse segmento do varejo em categorias de maior valor agregado, como iogurte, azeite, temperos e molhos prontos, café solúvel, adoçante, maionese e creme dental.
"Estas marcas menos conhecidas que se destacam no varejo independente estão ligadas a produtos essenciais, que não demandam tanta tecnologia e pesquisa na produção. São mercados em que é mais fácil para uma empresa menor competir", diz Oscar Attisano, superintendente da Abad.
As marcas regionais de destaque também estão geralmente ligadas às classes de renda mais baixa.
O varejo independente, também conhecido como varejo de vizinhança, é o principal cliente do atacado distribuidor, segundo a Abad. O segmento atende quase 1 milhão de pontos de venda.

Metas de inflação têm alto custo para o país, diz estudo

A indicação do sistema de metas de inflação como o "remédio" mais eficaz para combater a alta da inflação já não é mais consenso entre os economistas.
Estudo realizado pelo pesquisador do Insper e economista Ricardo Brito revela que os países que adotaram o regime conseguiram reduzir a inflação, porém com um crescimento menor do PIB.
"Acreditava-se que esse sacrifício seria menor, mas não foi isso o que aconteceu", diz o economista.
Segundo o estudo, que analisou 46 economias emergentes de 1980 a 2006, os países que adotaram o regime conseguiram reduzir a inflação em quase dois pontos percentuais ao ano em relação aos que não adotaram.
Em contrapartida, esses países cresceram cerca de um ponto percentual a menos por ano em relação aos demais. "Nenhuma sociedade aceitaria esse acordo. É um custo muito alto", afirma.
O regime de metas de inflação não é ruim, segundo Brito. "Houve excesso de otimismo. Os resultados apresentados no uso do regime não foram melhores que os sistemas usados anteriormente."
A desvantagem do sistema, segundo ele, é que os bancos centrais ignoram outros aspectos que dizem respeito à política monetária.
"Olhar só para o IPC [Índice de Preços ao Consumidor] pode ser uma visão míope do processo inflacionário."

DE ROUPA NOVA
A Hugo Boss expande a sua atuação no país e anuncia a entrada da linha feminina para setembro de 2011.
A empresa, que hoje possui seis lojas próprias, vai inaugurar mais uma no mês que vem em Belo Horizonte. Na semana passada, abriu a maior unidade no país, com 174 m2, no shopping Pátio Higienópolis (SP).
Para 2011, o plano de expansão inclui três lojas: uma em Porto Alegre e duas em São Paulo. Os investimentos serão de R$ 4 milhões.
A unidade paulista do JK Iguatemi, que abre em setembro de 2011, será uma loja-conceito, com 400 m2. É nela que a empresa vai estrear a sua linha feminina.
"O Brasil é um dos mercados emergentes mais importantes para o grupo. É onde crescemos com lojas próprias", diz Rafael Castello, diretor da marca no Brasil e no Cone Sul. A empresa projeta expansão de cerca de 35% no faturamento para este ano no Brasil.
O Nordeste está nos planos. A primeira loja na região deve ser em Recife, em 2013. "A ideia é sair na frente em outras capitais para termos vantagens sobre os concorrentes."

Desigualdade... Menos de 14% dos cargos de diretoria das 500 maiores empresas do Brasil são ocupados por mulheres, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Ethos e pelo Ibope Inteligência, em parceria com a Fundação Getulio Vargas de São Paulo e outras instituições. O material será divulgado na próxima quinta-feira.

...de gênero Nos demais níveis hierárquicos, a participação feminina também está abaixo da porcentagem de mulheres na população brasileira, que é de 51%. A pesquisa completa também analisa a diversidade nas empresas conforme raça, faixa etária, tempo de serviço, nível de escolaridade, deficiência e presença de aprendizes.

Estético O número de associados ao ABC Spas (Associação Brasileira de Clínicas e Spas) cresceu mais de quatro vezes de janeiro a outubro deste ano e passou de 27 para 112 no período. Além de spas, a entidade reúne fornecedores e profissionais do setor. No ano que vem, a associação espera representar também clínicas estéticas.

Visita O presidente mundial da Novelis, Phil Martens, estará em São Paulo na próxima semana para o lançamento das obras de ampliação da fábrica de Pindamonhangaba. No início deste ano, a empresa anunciou investimentos de US$ 300 milhões para aumentar em 50% a capacidade da planta para 600 mil toneladas de folhas de alumínio anuais.

COBRANÇA NO FUTURO
Nos próximos anos, a indústria de cobrança vai sofrer grandes transformações, segundo estudo encomendado pelo Igeoc, instituto que reúne as empresas do setor.
Além do ambiente macroeconômico favorável à expansão do crédito, a demanda deve subir apoiada na expansão da bancarização.
O avanço das tecnologias, como o uso do celular em substituição aos cartões, também contribui para o aumento da demanda, com queda do custo de transação.
Nos próximos seis anos, estima-se que 70% da população brasileira esteja na faixa bancarizável, acima de 20 anos, segundo o economista Roberto Troster, que elaborou o estudo.
Mesmo com o aumento da demanda, a oferta maior de produtos e serviços deve se refletir em queda gradual das margens, conforme o estudo.
"As taxas médias devem cair, tanto pela pressão da concorrência como pela melhora gradual da oferta de produtos, com preço-benefício mais atraente", de acordo com o economista.
O estudo prevê alta proporcional maior nos Estados mais pobres.
"O crescimento absoluto, porém, vai continuar nos Estados mais ricos."

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