Levada pela onda RENATA LO PRETE FOLHA DE SÃO PAULO - 04/10/10 |
A confirmação de segundo turno presidencial indica que o entorno de Dilma Rousseff subestimou a dimensão da "onda verde". Até a undécima hora, petistas repetiam que o crescimento de Marina Silva seria insuficiente para impedir a vitória da petista ontem. Diziam ainda que, quando o eleitor conhecesse a face mais conservadora da "verde", sua votação murcharia. Mas foi Dilma quem se atrapalhou com os evangélicos no assunto aborto. Comentário de um aliado: "A internet, na qual o PT tanto apostou, acabou ajudando a arrastar Dilma para o segundo turno".
Amigável A votação obtida por Marina sugere que, ao longo do processo de derretimento de Dilma na última quinzena de campanha, o eleitorado buscou uma alternativa que não representasse "traição" a Lula.
Muito natural Lula, que estava no Palácio da Alvorada com Dilma e todo o alto comando da campanha, cuidou de lembrar repetidas vezes que suas duas vitórias se deram no segundo turno.
Caixa Tendo sobrevivido ao 3 de outubro, a campanha de José Serra (PSDB) já iniciou discussão sobre assunto bem concreto: recursos.
Revezamento Geraldo Alckmin e Alberto Goldman darão a largada na transição em São Paulo num encontro até quarta. A partir daí, comitê coordenado pelo secretário da Casa Civil, Luiz Antonio Marrey, apresentará diagnóstico por pastas.
Ritual O formato do grupo de trabalho e seu rito foram desenhados pelo presidente da Imprensa Oficial, Hubert Alqueres, e é similar ao de 2006, quando Serra assumiu no lugar de Cláudio Lembo (DEM), que havia herdado a cadeira de Alckmin.
Prova dos nove O trabalho será uma espécie de teste de "ambientação" para alckmistas e serristas. Mesmo com as secretarias franqueadas a Alckmin na campanha, resistem divergências na área da educação.
Para depois O segundo turno na eleição presidencial adiou as férias planejadas por Alckmin. O governador eleito havia programado uma semana de descanso a partir da próxima segunda.
A postos Com as urnas ainda abertas, Marta Suplicy (PT) disse ontem, depois de votar, que pretende ser o "braço direito" de Dilma. Mais tarde foi constatado que a candidata petista ao Planalto terá de enfrentar um segundo turno eleitoral.
Especial O primeiro telefonema de agradecimento de Aloysio Nunes (PSDB), que superou Marta e Netinho (PC do B) e obteve a maior votação para o Senado em São Paulo, foi dado a Fernando Henrique Cardoso, que pediu votos para seu ex-ministro na propaganda de TV.
Luz, câmera Na reta final da campanha, Aloysio atuou como dublê de marqueteiro: escreveu ele mesmo muitos textos de seu programa de televisão.
Voto caro Paulo Skaf (PSB), que projetou gastar até R$ 35 milhões na campanha para o governo paulista, obteve 4,6% dos votos válidos. Se confirmada a estimativa de despesas, terá "investido" R$ 35 por eleitor.
Capital Os altos índices obtidos por Eduardo Campos (PSB-PE) e Renato Casagrande (PSB-ES) chamaram a atenção do PT. Candidatos a governador do partido eleitos em primeiro turno não chegaram perto dos números dos aliados pessebistas.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
tiroteio
"Onde será que o Planalto e o PT vão guardar o chope e os fogos da festa da Esplanada?"
DO DEPUTADO ACM NETO (DEM-BA), sobre a antecipação dos petistas em organizar uma comemoração para a suposta vitória, que acabou frustrada ontem com a confirmação de segundo turno na disputa presidencial.
contraponto
Direito autoral
No debate da Globo, Geraldo Alckmin se defendia de adversários que apontavam tímido crescimento em São Paulo durante os governos do PSDB:
-Essa informação está errada. Inclusive, Araraquara foi a cidade do país com as melhores taxas!
Membro da claque petista no estúdio, Edinho Silva, presidente do PT-SP e ex-prefeito da cidade, brincou:
-Finalmente concordo com o Alckmin. Só faltou dizer que os números são da minha administração, em 2007. Ou seja, cresceu, mas no governo do PT!
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