Canhões sem balas
Ilimar Franco
O Globo - 21/10/2010
Políticos que saíram consagrados das urnas, no primeiro turno, estão encontrando dificuldades para ajudar Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) agora. Eles alegam que estão amarrados pela lei eleitoral, que não permite novos gastos para a produção de material de propaganda nem para a contratação de cabos eleitorais. Petistas e tucanos reconhecem que há dificuldade para mobilizar e que a campanha perdeu capilaridade.
O que está pesando agora
Especialistas em campanha eleitoral afirmam que o mais eficiente instrumento para atingir os eleitores, no segundo turno, é a mídia. Diante da limitação dos movimentos dos líderes políticos regionais e do alcance de sua orientação, as campanhas ficam altamente dependentes da produção de fatos para serem explorados na televisão, buscando atingir os eleitores de baixa renda e menor escolaridade, e na internet, tendo como alvo os jovens de até 24 anos e os eleitores mais ricos.
Para que o apoio de lideranças regionais tenha algum peso, as duas campanhas estão veiculando depoimentos em seus programas na TV.
"Ela estava em uma espécie de autoexílio há muito tempo” — Chico Alencar, deputado federal (PSOLRJ), sobre Heloísa Helena deixar a Presidência do PSOL
SOS BANHO. Na tentativa de expressar a importância do meio ambiente, o presidente do PMDB e vice de Dilma Rousseff, Michel Temer, contou a seguinte história em seu discurso ontem, em ato de adesão de parte do PV: “Eu morava em uma chácara, margeada pelo Tietê, e, quando faltava água, eu ia tomar banho no rio. Hoje isso é impensável", disse ele, dizendo que a preocupação ambiental é fundamental
Colloriu
Na TV, anteontem, o tucano José Serra disse ter sido o criador do Seguro Defeso para os pescadores artesanais.
Mas a lei é de 1991, de iniciativa do Executivo, quando quem presidia o Brasil era o senador Fernando Collor (PTB-AL).
Amazônia azul
Em reunião fechada que antecedeu o ato de apoio de líderes do PV, Dilma Rousseff prometeu preservar a “Amazônia azul”, em referência ao mar territorial brasileiro, onde está o petróleo do pré-sal. O termo é utilizado por militares.
Aécio Neves em ação
O senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) foi convocado pelo presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), para participar de uma ofensiva eleitoral no Nordeste e no Norte. Hoje e amanhã, eles participam de eventos de campanha no Pará, no Piauí e em Alagoas. Neles, os tucanos estão na disputa, sendo que Simão Jatene (PA) e o governador Teotônio Vilela (AL) lideram as pesquisas de intenções de voto.
Exemplo concreto
Em reunião ontem do Conselho Nacional de Política Cultural, o ministro Juca Ferreira (Cultura) reclamou que muitos artistas brasileiros fazem sucesso no exterior, mas são desconhecidos no Brasil. Dizia que é resultado da falta de investimentos de governos anteriores na cultura. “Veja o caso daquela violeira do Mato Grosso (do Sul)”, afirmou o ministro. Pausa. “Esqueci o nome dela”, reconheceu ele, constrangido.
Foi socorrido por conselheiros: Helena Meirelles
A TRAMITAÇÃO da lei que cria um fundo especial para financiar a produção de energia a partir de fontes renováveis, com a qual Dilma Rousseff (PT) não quis se comprometer ontem, foi travada na Câmara pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
DERROTADO nas eleições para o governo da Bahia, o deputado Geddel Vieira Lima se integrou à comitiva de viagens do candidato a vice na chapa petista, o presidente do PMDB e da Câmara, Michel Temer (SP).
NO TWITTER. Mais antigo no meio, José Serra tem 529.357 seguidores e Dilma Rousseff, 274.785.
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