CLÁUDIO HUMBERTO

“Seu Serra que vá pra rua, melhore a qualidade do seu programa”
PRESIDENTE LULA LEMBRANDO AO TUCANO QUE NA DEMOCRACIA CHEGA-SE AO PODER PELO VOTO

DF: ROSSO MANDA POLÍCIA CIVIL PROTEGER DURVAL 
O delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, está sob proteção da Polícia Civil por ordem do governador do DF, Rogério Rosso, depois que cessou a colaboração dele à Polícia Federal, nas investigações da Operação Caixa de Pandora. Durval pediu e Rosso prontamente o atendeu. A Polícia Civil obedeceu a ordem porque não tinha alternativa, mas mal disfarça o constrangimento no papel de segurança pessoal.

CAMARADAS 
O governador e o delator são velhos conhecidos. Rogério Rosso foi o substituto de Durval Barbosa na Codeplan, no governo Arruda.

INTERMEDIAÇÃO 
O reencontro de Rosso com Durval foi uma operação secreta, mas a figura que atuou como intermediário tem o hábito de gravar visitantes.

DEVAGARINHO 
No DF, o candidato impugnado a governador Joaquim Roriz (PSC) diminuiu o ritmo. Ontem, saiu apenas à noite para fazer uma visita.

QUEM MANDOU... 
Ano passado, Lula e Dilma esnobaram a tradicional feira de animais Expointer, no Rio Grande do Sul. Na sexta, o presidente foi vaiado. 

O “INIMIGO” MORA AO LADO E É UM PROCURADOR 
A diretora da Faculdade Cecap, de Brasília, Kátia Carneiro, vive um inferno desde 9 de agosto, quando a Agefis, órgão fiscalizador do governo do DF, decidiu de repente fechar o estabelecimento alegando “falta de alvará”. Segundo ela, tudo aconteceu após um procurador, Marcelo Castelo Branco, tentar interromper uma festa na faculdade, incomodado com o ruído e, como não conseguiu, teria prometido “agir”.

PODER, NÃO PODE 
A assessoria do Ministério Público do DF informou que procurador só pode interromper um evento no caso de ocorrência de crime no local.

RECUO ESTRANHO 
A Cecap finalmente obteve o “ok” da Agefis para funcionar, mas um dia depois o órgão retirou a autorização. Seria o vizinho “agindo” de novo.

ELES TÊM A FORÇA 
São comuns carteiradas de procuradores. Vicente M. da Costa Jr fez o órgão ambiental Ibram-DF silenciar o sino da igreja vizinha à sua casa.

RECEITA & CIA 
A lista dos 140 “violados” tem, além da servidora do Serpro Ana Maria Caroto Cano, investigada pela Receita, o cunhado Luiz Antonio Cano Larios. O marido, José Carlos Cano Larios, tem escritório contábil para “agilizar” processos do Fisco em Mauá (SP), onde houve o vazamento. 

RODA E AVISA 
José Serra disse que avisou Lula, em janeiro, sobre ataques à filha dele. O ex-deputado Roberto Jefferson também disse que alertou Lula para o mensalão. Teria sido melhor para ambos falar com um poste. 

VÊM DE LONGE 
Blogs petistas já exibiam, em setembro de 2009, documentos das atividades comerciais da filha de José Serra na Flórida e seu MBA na universidade Harvard 
(EUA), que “custa quase R$1 milhão ao ano.”

AÇÃO VIRULENTA 
O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) criticou ontem a “ação virulenta da grande imprensa”, que “transforma tudo no governo em escândalo” e “se aprofundou na evidente preferência pelo candidato da oposição”.

IMPUGNADOS UNIDOS 
Está feia a coisa na coligação de impugnados, liderada por Roriz no DF: o eventual substituto de Maria Abadia (PSDB), na disputa pelo Senado, é Bispo Rodovalho, deputado cassado dia 26 por infidelidade partidária.

HEIL, DILMA 
O jornal on-line Affari Italiani chama Dilma de “ex-guerrilheira de origem alemã, que poderá ser a primeira presidente, tal como na Alemanha”. 
Dilma é de origem búlgara, e Angela Merkel é primeira-ministra. 

SEGURA, PEÃO 
Virou rotina no 7 de Setembro: a empresa goiana de rodeios (!) João Palestino (tradicional financiadora do PR de José Alencar) cobrou R$ 999,7 mil organizar o 
desfile em Brasília. O Exército fazia de graça.

UM DELÍRIO 
O célebre astrofísico britânico Stephen Hawking concluiu em novo livro que Deus não criou o Universo – foi tudo espontâneo. Ué, o que aquele cara com quatro dedos numa mão está fazendo nesses oito anos?

MENSAGEM DO DIA 
A mentira tem perna curta. Mas no Brasil é de pau. 

PODER SEM PUDOR
DUTRA, O CATEDRÁTICO 
Comandante do Exército que derrubou o ditador Getúlio Vargas, o general Eurico Gaspar Dutra tinha um defeito de dicção, trocava o c pelo x, como lembra o jornalista Pedro Rogério Moreira em seu livro Jornal Amoroso (ed. Thesaurus, Brasília, 356 pp.): em vez de “você sabia”, falava “voxê xabia”. Evitava falar em público, para evitar gozações. Os jornalistas não perdoaram, sapecando-lhe o apelido de “O Catedrático do Silêncio”.