Farmacêuticas questionam prazos de análise da Anvisa
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 17/08/2010
Os esforços da Anvisa para agilizar a aprovação de medicamentos ainda são questionados por farmacêuticas.
A agência, que desde 2009 tem adotado medidas para acelerar a análise de registros, conseguiu agradar algumas companhias, mas ainda é tratada como "entrave" por executivos do setor.
"Reconhecemos que há medidas em andamento. A Anvisa tem informado", diz Antônio Britto, presidente da associação Interfarma.
Um especialista do mercado, que não quis se identificar, diz que hoje a indústria tem facilidade para conversar com a direção da agência, mas a nova celeridade ainda esbarra na "ditadura dos técnicos, que é a burocracia".
Entre as ações adotadas, a revisão de algumas normas reduziu em 20% a entrada de solicitações de alterações, segundo o órgão. Também foi lançado um edital de previsibilidade, que pediu às farmacêuticas que informassem antes todas as solicitações que submeteriam em 2010.
A análise feita pelos técnicos já supera o número de pedidos de registro, o que permite a queda do estoque de anos anteriores, diz a Anvisa.
Também contribuíram outras medidas, como priorização da análise de genéricos inéditos no mercado -que devem aumentar no curto prazo- e o registro eletrônico -que, segundo estima a Anvisa, permitirá que o tempo de concessão de registro de produto caia para 90 dias.
"Temos aprovações que ocorreram em oito meses quando a média histórica era 24 meses", diz Mariano Janiszewski, da Eli Lilly do Brasil.
LOUÇA EXPRESSA
O aumento da demanda no mercado interno fez a Oxford Porcelanas investir na ampliação de sua área de logística. Para reduzir o prazo médio de entrega, a empresa aumentou a área de expedição da fábrica, em São Bento do Sul (SC), de duas para cinco docas.
"No final do ano passado, o prazo de entrega tinha subido de 5 para 15 dias, o que foi um caos, para nós e para nossos clientes", afirma Volney Domingues, presidente da empresa.
Hoje, o prazo médio de entrega da companhia, que cuida de toda a logística do produto até a casa do cliente, voltou para cinco dias.
A empresa produz atualmente 3,5 milhões de peças por mês, crescimento de 5% em relação a 2009.
São Martinho vai investir R$ 173 milhões em cogeração
O Grupo São Martinho vai investir R$ 173 milhões em projeto de cogeração de energia na usina São Martinho, para a comercialização de 244 mil MWh, a partir da safra 2013/2014.
"O grupo já tem cogeração de energia de 110 mil MWh; no ano que vem, serão 200 mil MWh e, em 2013/2014, 450 mil MWh, no grupo todo", diz Fábio Venturelli, presidente do grupo.
O valor do investimento será utilizado para a compra de uma caldeira de alta pressão, um turbo gerador de condensação e em adequações na planta da Usina São Martinho para viabilizar o projeto de instalação da usina termoelétrica, de acordo com Venturelli.
A empresa anunciou que pretende chegar ao final deste ano com capacidade de moagem de 8,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.
"O potencial total da usina pode chegar a 600 mil MWh, quando estiver completo", segundo Venturelli.
NÚMEROS DO
BALANÇO
R$ 23 mi
foi o lucro líquido do Grupo São Martinho no primeiro trimestre do ano fiscal iniciado em abril
R$ 118,5 mi
foi o Ebitda no período; a margem foi de 41,5%
8,5 milhões
de toneladas de cana ao ano será a capacidade de moagem no final de 2010
Protestos Em julho foram protestados 66.624 títulos em São Paulo, segundo pesquisa feita pelo Instituto de Estudos de Protesto de Títulos da Seção São Paulo junto aos dez tabeliães de protesto da capital. O aumento foi de 20,9%. Dos títulos protestados, somente 15,2% foram cheques. As duplicatas tiveram recorde de 48.364 ante 39.332 em junho.
Peça rara Na 17ª edição do Salão de Arte, que começa hoje, serão realizados leilões de joias e relógios. Um conjunto de joias assinado por Burle Marx terá lance mínimo de R$ 40 mil. Um relógio Patek Philippe feito em ouro rosa sai por R$ 69,5 mil, no mínimo. O livro "Paris à Vue d'Oeil", de Henri Cartier-Bresson, com dedicatória, custa R$ 4.600.
De ônibus O Rio Quente Resorts investe R$ 10,5 milhões na aquisição de 31 ônibus Chassis Mercedes Benz e carrocerias Caio e Marcopollo. O investimento na frota própria faz parte do plano de expansão do complexo até 2013. O novo sistema de transporte irá dinamizar as operações, segundo Manoel Carlos Cardoso, diretor da empresa.
FÉ E TÉCNICA
O atual foco da editora franciscana Vozes, que já publicou muitas obras religiosas, está nos títulos técnicos e teóricos de ciências humanas, como filosofia, psicologia e pedagogia, que já somam 50% das publicações da empresa.
"Esse nicho atende uma demanda do mercado. Temos best-sellers, mas preferimos livros com baixa tiragem e público cativo, pois têm venda certa todos os anos", diz o diretor-presidente frei Antonio Moser.
No primeiro semestre, a Vozes publicou cerca de 12 livros ao mês, aumento de 15% ante o mesmo período de 2009. A partir deste mês, a média deve subir para 18. Para frei Antonio Moser, o lançamento mais esperado é "O Livro Vermelho" (480 págs.), de Carl G. Jung. A editora cresce 10% ao ano e tem 2.500 títulos ativos.
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