A volta de Walfrido
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 17/07/10
Réu no processo que investiga o valerioduto tucano, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia assumiu a coordenação-executiva em Minas Gerais do movimento suprapartidário de prefeitos pró-Dilma Rousseff (PT). Aliado de Lula e do PT, Walfrido já havia oferecido neste ano uma casa sua para uso de Dilma em Brasília, mas o PT achou por bem declinar.
Filiado no ano passado ao PSB, o ex-ministro integrou em 98 a coordenação da campanha do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas - “laboratório” do mensalão do PT, segundo o Ministério Público. Walfrido já participou de duas reuniões do movimento, a última no comitê central de Dilma, na terça.
Dilmasia - O convite a Walfrido foi feito pelo coordenador-geral do movimento em Minas, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), expoente do grupo de apoio ao tucano Antonio Anastasia para governador e Dilma para presidente.
Outros tempos - Ex-petistas chamavam a atenção para a panfletagem que convidava ontem a população do Rio para o comício de Dilma, Lula e Sérgio Cabral (PMDB). No lugar de militantes, moças bem vestidas distribuíam convites azuis - nada do vermelho petista - com a foto dos três e sem nenhuma mensagem política escrita, outro “atentado” contra costumes petistas.
Hit - Na concentração para o comício da Cinelândia, enquanto esperavam por Lula para tomar o avião rumo ao Rio, ministros, assessores e seguranças do presidente se divertiam com o vídeo do “Dilmaboy”, sucesso na rede.
Abrigo - Pouco antes de discursar em Diadema (SP) na inauguração de um projeto de urbanização, ontem, Lula “afanou” as luvas do ministro Márcio Fortes (Cidades) para enfrentar o frio.
Tal filha - A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), lançou a mãe, Luiza Lins (PT), candidata a deputada estadual.
Troco - Vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas preparou ação por danos morais contra a União. O secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, afirmou que o sigilo do tucano foi acessado umas “cinco ou seis vezes”.
Máquina - No comando da campanha de José Serra, as desculpas que Lula pediu por ter citado Dilma em evento oficial foram vistas como um sinal de que o presidente tende a maneirar daqui em diante. Apesar de não acreditarem em punição concreta, avaliam que manifestações como “abuso de poder político” e “mau uso da máquina”, vindas da vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, soam mais ameaçadoras do que multas.
Bloco na rua - Durante reunião do comando do PSDB com diretórios estaduais e aliados, na segunda, surgiram as primeiras queixas de demora no envio de material de campanha de Serra aos Estados. Responsável pela área, Sérgio Kobayashi prometeu que a primeira leva ficará pronta até o final da semana que vem.
Repaginou - Marina Silva (PV) apareceu em Goiânia ontem com um novo visual: a candidata verde trocou o coque rígido por um rabo de cavalo, arrematado numa presilha de capim dourado.
Alerta - Apesar dos sinais tranquilizadores do PSB, causou apreensão em Brasília a “volta” de Ciro Gomes (PSB) ao noticiário afirmando ter sido “feito de bobo”.
ABC - A lei veta a candidatura de pessoas que não sabem ler e escrever, mas seis candidatos a deputado declararam ser analfabetos.
Tiroteio
Ao contrário do governo federal, em São Paulo não se engole sapos políticos em matéria de licenciamento ambiental.
DE XICO GRAZIANO, ex-secretário estadual de Meio Ambiente e coordenador do programa de governo de Serra, sobre a afirmação de Lula, segundo quem São Paulo cria dificuldades para fazer obras.
Fora do padrão
Em campanha para retornar ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin participava na segunda-feira de caminhada no município de Araras, leste do Estado. Nem bem havia percorrido uns poucos metros na companhia de aliados, o tucano foi abordado por um vendedor ambulante que carregava um cesto de rosas:
- Leve uma para dona Lu, candidato!
Alckmin agradeceu, mas achou melhor recusar:
- É complicado... Eu nunca apareço com flores. Se aparecer hoje, ela é capaz de ficar desconfiada...
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