Cresce número de reclamações por cobrança indevida de bancos em SP
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 15/07/2010
O número de reclamações por cobrança indevida de bancos cresceu mais de cinco vezes de 2005 a 2009 no Procon de São Paulo.
Em 2005, os bancos Itaú, Real, Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Unibanco e Caixa Econômica Federal somavam 174 reclamações fundamentadas no cadastro do órgão, número que subiu para 911 no ano passado -o que representa alta de 424%.
Quase metade das queixas, segundo dados do Procon, não são resolvidas e os consumidores são orientados a recorrer à Justiça.
"O principal motivo das reclamações são as tarifas cobradas por serviços que não geram custo, como a renovação de cadastro", afirma Renata Reis, do Procon-SP.
As queixas por cobrança indevida, segundo Reis, ganharam impulso em 2008, quando o Conselho Monetário Nacional regulamentou a cobrança das tarifas.
Líder de reclamações, o Itaú (que também responde pelo Unibanco) informou que o volume de denúncias é proporcional ao de clientes, mas firmou, neste ano, compromisso com o Procon-SP para reduzir as ocorrências.
O Banco do Brasil credita a alta ao crescimento da base de clientes, que dobrou no período. A instituição afirma, contudo, que as situações classificadas como não resolvidas pelo Procon precisam ser redefinidas, pois muitas já foram finalizadas.
O Santander (que responde pelo Real) informa que as pendências são resultado de falta de acordo entre as partes e que tem a meta de reduzir em 15% as reclamações.
O Bradesco e a Caixa Econômica Federal não comentaram o levantamento.
Falta de engenheiros afeta inovação no país, diz Iedi
A falta de engenheiros no mercado brasileiro afeta o setor de inovação no país. A conclusão é do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que avaliou dados da formação de engenheiros no Brasil.
Segundo o Censo da Educação Superior de 1999, 5,9% dos formandos eram engenheiros. Em 2008, esse número caiu para 5%.
O Brasil ocupa o último lugar em número de engenheiros em relação à população segundo estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) com 35 países.
"Se temos um atraso na inovação, é principalmente devido à falta de gente. Outros países, como a China, têm apostado mais na formação de engenheiros", afirma Julio Gomes de Almeida, economista do Iedi.
Outro estudo sobre o tema, realizado pelo Ipea neste ano, prevê que, caso a proporção atual de formação de engenheiros no país se mantenha, o Brasil poderá sofrer com deficit de oferta.
O perfil da formação dos engenheiros também mudou na última década. Em 1999, setores tradicionais da engenharia -elétrica, civil, química e energia- concentravam 53% dos profissionais. Em 2008, esse número caiu para 31%, segundo o MEC.
No Microscópio
A multinacional alemã NürnbergMesse, especializada em feiras de negócios para fornecedores, distribuidores e revendedores, fechou neste mês um projeto para inserir em todos os seus eventos, a partir de 2011, um setor de nanotecnologia. A empresa terá em suas feiras a participação de universidades, empresas e pesquisadores de linhas ligadas aos temas de cada mostra. "O Brasil investiu de 2001 a 2007 cerca de R$ 150 milhões em nanotecnologia. É pouco para que possamos desenvolver um razoável número de produtos de alto valor agregado", diz Ligia Amorim, diretora-geral da NürnbergMesse Brasil. No portfólio da empresa há eventos dos mercados de animais domésticos, cozinhas e banheiros, vidros, cosméticos e farmacêuticos.
Máquina Pessoal
Com o objetivo de reduzir em até 40% os custos das empresas de "call center", a LM Sistemas desenvolveu um atendimento eletrônico "amigável", que interage com o consumidor. "Criamos uma interface com características mais humanas para que o cliente não rejeite a máquina", diz Aurélio Lebovitz, presidente da empresa. A LM já fornece o serviço para Sky, Net e Telecom e negocia com mais duas empresas do setor. O sistema acessa o histórico do cliente pelo número do telefone, evitando a necessidade de repetição de informações.
Balanço da Copa
O consumo de energia no comércio e no varejo caiu 8,4% no mês passado devido à Copa do Mundo, segundo o Índice Setorial Comerc, da gestora independente de energia.
Segundo tempoOs fabricantes de eletroeletrônicos diminuíram o ritmo de consumo em 9,4%, uma vez que a alta na produção provocada pela Copa durou até maio. Mesmo com a redução do consumo desses setores, o índice geral da Comerc fechou junho com alta de 0,8%.
Pós-criseEm relação a junho de 2009, o índice geral apresentou aumento de 14,4%. A crise do fim de 2008 ainda tinha reflexos no consumo de energia das plantas gerenciadas pela Comerc.
EsquentandoO brasileiro Ricardo Costa foi reeleito diretor para as Américas da unidade internacional da American Collectors Association, uma das maiores associações de crédito e cobrança do mundo. No Brasil, Costa integra a frente jurídica do Instituto Geoc, de empresas do setor.
Dinheiro...
A Agência de Fomento Paulista Nossa Caixa Desenvolvimento dobrou o prazo e a carência no capital de giro para empresários de pequenas e médias empresas. A LEP (Linha Especial Parcelada) passa a ser disponibilizada com prazo total de financiamento de até 24 meses, incluindo a carência de até 12 meses, e pagamento trimestral de juros durante o período de carência.
...na mão
A taxa de juros oferecida pela agência de fomento é de 0,96% ao mês. A LEP pode ser usada por empresas de setores de indústria, comércio e serviços. A agência atende a pequenas e médias empresas do Estado de São Paulo cujo faturamento anual é R$ 240 mil a R$ 100 milhões.
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