Menos, menos
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 26/05/10
As cabeças mais sóbrias da campanha de José Serra estão preocupadas com a verborragia de tucanos e aliados a respeito de dois assuntos. O primeiro deles é a possibilidade de Aécio Neves ser vice, apresentada como a salvação da lavoura. O outro é a previsão, feita em "on" inclusive pela cúpula partidária, de que, assim como ocorreu com Dilma Rousseff, o tucano crescerá nas pesquisas quando for exposto na propaganda de TV -o programa do DEM é amanhã; o do PSDB, no final de junho; e há inserções no meio do caminho.
Os defensores da contenção verbal fazem raciocínio simples: a construção da expectativa só ampliará o efeito de frustração caso tais coisas não aconteçam.
Os defensores da contenção verbal fazem raciocínio simples: a construção da expectativa só ampliará o efeito de frustração caso tais coisas não aconteçam.
Sob medida. Diante da defesa, feita por Dilma Rousseff no evento da CNI, de uma pasta voltada às micro, pequenas e médias empresas, Fernando Pimentel, um dos coordenadores da campanha petista, brincou com Paulo Okamotto, amigo do peito de Lula e presidente do Sebrae: "Até que enfim você vai ganhar um ministério!".
Sem aderência. A ideia, no entanto, ficou longe de empolgar os presentes. "Seria uma confusão danada", resumiu um empresário na plateia. Em seu entender, aos pequenos e médios faltam crédito e legislação tributária mais eficiente, problemas cuja solução independe da criação de um ministério.
Vai que é tua. Ao deixar o auditório da CNI, José Serra deu de cara com Marina Silva, que se apresentaria em seguida. O tucano, que em sua participação fez uma série de críticas a políticas do governo, foi logo dizendo: "Olha, Marina, quase não deu para falar de meio ambiente. Deita e rola". Ela riu.
A conferir. Voltou a ganhar força a especulação de que Hélio Costa (PMDB), escaldado por derrotas anteriores e receoso de ficar sem mandato, optaria pela reeleição ao Senado, abrindo caminho para Fernando Pimentel (PT) ancorar, como candidato a governador, o palanque mineiro de Dilma.
Para registro. Dilma não pediu a José Eduardo Dutra que desistisse da candidatura a deputado federal. Foi o próprio quem concluiu que, assoberbado com a presidência do PT e com a campanha nacional, mal conseguiria ir a Sergipe, correndo sério risco de não se eleger.
Espera aí. A ideia de criar uma comissão para discutir a PEC 300, que fixa piso nacional para policiais militares, visa ganhar tempo e assim convencer a categoria a aceitar a retirada de valores do texto. O governo quer que estes sejam fixados em projeto de lei. Boa parte da oposição concorda, pois a emenda, se aprovada, teria impacto direto nas contas dos Estados.
Estrelas. Celso Amorim, que durante recente visita ao Irã se esforçou para reverter a prisão de Jafar Panahi, comemorou ontem a libertação do cineasta. "Sei que o prestígio da Juliette Binoche é muito maior do que o meu, mas fico feliz se de alguma forma contribuí", brincou o chanceler. Ao ser premiada no festival de Cannes, a atriz defendeu a causa do diretor.
Visitas à Folha. Alexandre de Moraes, secretário paulistano de Transportes, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Edson Giusti, assessor de imprensa.
Carla Grasso, diretora-executiva da Vale, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Roberto Castello Branco, diretor de Relações com Investidores, Ricardo Gruba Pereira, diretor de Saúde, Segurança Ocupacional e Empresarial, e Mônica Ferreira, gerente-geral de Relacionamento com a Imprensa.
com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA
tiroteio
Se o critério fosse beleza, eu lançaria logo a Sabrina Sato. Mas eleição diz respeito às ideias e aos projetos de cada um.
tiroteio
Se o critério fosse beleza, eu lançaria logo a Sabrina Sato. Mas eleição diz respeito às ideias e aos projetos de cada um.
DO SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB-AM) em resposta ao deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que comparou Dilma e Serra dizendo: "quem olha para a cara de um (ela) e para a do outro (ele) não tem dúvida: o outro é muito feio".
contraponto
Prazo de validade Tucanos ilustres compareceram no sábado passado à festa de casamento, em São Paulo, de Carolina Malzoni Rabello, enteada do secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo. A certa altura, a conversa desembocou no assunto Aécio Neves, e alguém observou que o ex-governador de Minas Gerais, vice dos sonhos de dez entre dez correligionários para José Serra, estava viajando com a namorada havia mais de 20 dias.
Ao ouvir o número, Fernando Henrique brincou:
-Tudo isso? Quando ele voltar o namoro acaba!
contraponto
Prazo de validade Tucanos ilustres compareceram no sábado passado à festa de casamento, em São Paulo, de Carolina Malzoni Rabello, enteada do secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo. A certa altura, a conversa desembocou no assunto Aécio Neves, e alguém observou que o ex-governador de Minas Gerais, vice dos sonhos de dez entre dez correligionários para José Serra, estava viajando com a namorada havia mais de 20 dias.
Ao ouvir o número, Fernando Henrique brincou:
-Tudo isso? Quando ele voltar o namoro acaba!
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