sexta-feira, maio 07, 2010

PAINEL DA FOLHA

Homem do caixa

Renata Lo Prete
Folha de S. Paulo - 07/05/2010
 

José de Filippi Júnior, tesoureiro de Lula na reeleição de 2006, assumirá a mesma função na campanha de Dilma Rousseff. Ex-prefeito de Diadema pelo PT, ele bateu martelo em encontro com a candidata em Brasília no final de abril. Filippi, que encerra em junho uma temporada de estudos em Harvard (EUA), fez rápida passagem pelo Brasil na qual, além de conversar com Dilma, participou do lançamento de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo.
Desde a reativação no noticiário do escândalo da Bancoop, que envolve o tesoureiro do PT, João Vaccari, o Planalto procurou frisar que as contas da campanha terão outra administração e intensificou a busca por um nome. Filippi sempre foi o favorito de Lula.


Dupla jornada. Considerado um dos nomes mais fortes da chapa do PT de São Paulo para a Câmara, José de Filippi estuda a possibilidade de manter a candidatura mesmo encarregado da tesouraria da campanha de Dilma.
Fala... O seminário da PF que termina hoje em Brasília e visa preparar delegados para um inédito papel fiscalizador nas eleições fez a oposição lembrar de episódio da campanha presidencial de 2006.
...que eu te escuto. Naquele ano, um grande grupo empresarial que resolveu contribuir (também) para o tucano Geraldo Alckmin foi chamado ao Palácio do Planalto para se explicar um dia depois de efetuada a doação.
Farmácia popular. José Serra, que havia trocado impressões sobre dor de garganta com Marina Silva durante debate no 27º Congresso Mineiro de Municípios, em Belo Horizonte, foi mais específico ao descer do palco: o tucano "receitou" à candidata do PV, que evita antibióticos, um remédio para pingar no nariz e um spray para a garganta.
Controle de risco. O evento a que Serra, Dilma e Marina comparecerão no próximo dia 25, na CNI (Confederação Nacional da Indústria), terá formato similar ao de ontem em BH: perguntas para os candidatos, mas sem confronto direto entre eles.
Superquadra. Elogiado por Serra em BH, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), cotado para ser seu vice, foi visto anteontem no maior papo com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e com o deputado tucano Jutahy Júnior, um dos coordenadores da campanha. O trio estava em frente ao edifício onde Guerra mora em Brasília. A cena se deu um dia após Dornelles ter almoçado com Dilma.
Superdosagem. Na participação que gravou para o programa de TV do PT, com exibição marcada para o dia 13, Lula capricha nos elogios a Dilma. O presidente praticamente atribui à ex-ministra o sucesso de seu governo.
Barata voa. A passagem de Serra pelo Rio Grande do Sul, o tempo todo ciceroneado pelo PMDB, não contrariou apenas o comando da campanha petista, mas também o PDT. "Estamos alarmados", desabafa o ex-governador Alceu Collares. O encontro do tucano com o peemedebista José Fogaça, cujo vice é do PDT, acirrou ainda mais os ânimos.
Cacos. A Paulo Octávio Investimentos Imobiliários, do ex-vice de José Roberto Arruda, pede à Justiça indenização de R$ 10 mil por dois vasos que teriam sido quebrados em fevereiro, durante protesto contra a corrupção em frente ao escritório da empresa. O alvo da ação é um estudante de filosofia que integrou o Movimento Fora Arruda. A empresa quer ainda um pedido de desculpas a ser publicado em jornal com circulação no Distrito Federal. Paulo Octávio, hoje afastado da política, afirma desconhecer a ação.
Lotação. Dos 205 prefeitos tucanos do Estado de São Paulo, 150 confirmaram presença no lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin, amanhã no Expo Center Norte, na capital. São esperados também mais de 600 vereadores do partido. Entre as siglas aliadas, apenas o PMDB já enviou 800 confirmações.
Visita à Folha. Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo e pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, visitou ontem aFolha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.

com LETÍCIA SANDER e GABRIELA GUERREIRO
Tiroteio 
Assistimos ao risco de institucionalização de um Watergate brasileiro, no qual a PF terá o poder de constranger candidaturas. Isso é uma ofensa ao poder político.

Do senador TASSO JEREISSATI (PSDB-CE), sobre iniciativas que visam dar à PF papel inédito de fiscalização em tempo real das campanhas.
Contraponto 
Cabeça feita
Diálogo registrado ontem no Twitter entre os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha:
-Dei entrevista usando boné do IBGE para divulgar o Censo 2010, mas só divulguei o boné. Pessoas perguntam: que boné é aquele?- protestou o primeiro.
-Da próxima vez, pinte "Censo IBGE" na sua área capilar contingenciada... Ninguém falara de boné- tuitou de volta Padilha.
Desaforo!- encerrou Paulo Bernardo.

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