SILVIO NAVARRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/01/10
O Palácio do Planalto encarregou Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) de filtrar centenas de programas levados pelos ministros para serem incorporados ao projeto da Consolidação das Leis Sociais, que será lançado com alarde pelo governo.
Cientes de que a inclusão da leva de propostas é inviável, assessores da Presidência acertaram em reunião anteontem que só entrarão na CLS projetos que o governo considera "maduros", com resultados já comprovados. Ou seja, os carros-chefes de cada pasta.
No PT, o documento é tratado como marco de conquistas da gestão Lula e deverá ser usado para impulsionar a imagem da candidata Dilma Rousseff na área.
Posto avançado. O governo escalou o novo líder na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), para relatar a medida provisória que corrige as aposentadorias acima de um salário mínimo em 6,14%, tema caro em ano eleitoral.
Cabo de guerra. Na Câmara, já se prevê uma enxurrada de emendas ao texto, editado no final do ano passado em meio à pressão dos deputados para votar um reajuste maior aos aposentados. A ordem do Planalto é não ceder às ofensivas no Congresso.
Controle. A MP que eleva o salário mínimo de R$ 465 para R$ 510 também ganhou um relator "confiável" no Congresso. O escolhido foi o petista Pepe Vargas (RS).
ER. Sem bagagem, os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Franklin Martins (Comunicação), que passaram a noite com Lula no hospital em Recife, improvisaram pijamas com macacões cirúrgicos.
Compacto. Para assegurar que, recuperado da crise de hipertensão, Lula mantenha o pé na estrada no ano eleitoral, auxiliares o aconselharam a diminuir o número de atividades nas cidades visitadas -mas não o de viagens.
Lobby. O setor empresarial interessado nas obras da Petrobras liberadas por Lula, a despeito do veto do TCU, entrou em campo para evitar uma grita da oposição na volta do recesso do Congresso.
Focos. Lula recebeu novos relatos do embate entre PT e PMDB no Ceará. Os petistas querem lançar o ministro José Pimentel (Previdência) ao Senado, mas Eunício Oliveira (PMDB) quer a vaga. O peemedebista ameaça se aliar a Tasso Jereissati (PSDB) se não houver um acerto.
Recuo. No Sul, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), que enfrentará Tarso Genro (PT) na disputa pelo governo gaúcho, disse ao partido que pretende negociar um acordo de procedimentos para não atingir Dilma.
Na tela 1. Trecho da fala de Marina Silva (AC) no programa do PV que vai ao ar no próximo dia 4: "As pessoas e os jovens estão se reencontrando com os sonhos e começam a compreender que os erros cometidos vêm prejudicando o Brasil e o planeta".
Na tela 2. Continua a candidata verde: "Faço parte de uma geração que lutou pela redemocratização do país e isso só foi possível porque havia pessoas nos apoiando. Por isso, quero continuar sendo mantenedora de utopias".
Meteorologia. A agenda do governador José Serra (PSDB) prevê aparições no Carnaval em três cidades: Rio, Salvador e Recife. Mas o tucano mandou recado que, se a chuva continuar a fazer estragos em São Paulo, não deverá comparecer a nenhum.
Pró-ativo. Aecista de carteirinha, o deputado mineiro Rodrigo de Castro saiu em defesa de Serra: "Ninguém considera que as enchentes são problema só desta gestão". E completa: "Ele abriu mão de várias agendas políticas por conta das chuvas".
com LETÍCIA SANDER e MALU DELGADO
Tiroteio
O que a Dilma fez em Minas não foi campanha antecipada, e sim uma declaração de quem acha que já exerce o mandato.
Do deputado EDUARDO GOMES (PSDB-TO), sobre a afirmação de Dilma Rousseff, logo após inaugurar um gasoduto, de que "gostaria muito de ser escolhida como sucessora" de Lula.
Contraponto
Novo manequim
Depois de acertar a substituição de Henrique Fontana (PT-RS) por Cândido Vaccarezza (PT-SP) na liderança do governo na Câmara, o presidente Lula chamou os dois para uma conversa na base aérea de Brasília, na quarta-feira. Quando avistou Vaccarezza, visivelmente mais magro depois de uma cirurgia, Lula brincou:
-Nossa, você emagreceu... Acho até que já está pesando menos que um poste!
Em tempo: no início do mês, durante discurso em cerimônia, Lula brincou com o deputado dizendo que ele pesava mais que um poste do Luz para Todos.
O Palácio do Planalto encarregou Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) de filtrar centenas de programas levados pelos ministros para serem incorporados ao projeto da Consolidação das Leis Sociais, que será lançado com alarde pelo governo.
Cientes de que a inclusão da leva de propostas é inviável, assessores da Presidência acertaram em reunião anteontem que só entrarão na CLS projetos que o governo considera "maduros", com resultados já comprovados. Ou seja, os carros-chefes de cada pasta.
No PT, o documento é tratado como marco de conquistas da gestão Lula e deverá ser usado para impulsionar a imagem da candidata Dilma Rousseff na área.
Posto avançado. O governo escalou o novo líder na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), para relatar a medida provisória que corrige as aposentadorias acima de um salário mínimo em 6,14%, tema caro em ano eleitoral.
Cabo de guerra. Na Câmara, já se prevê uma enxurrada de emendas ao texto, editado no final do ano passado em meio à pressão dos deputados para votar um reajuste maior aos aposentados. A ordem do Planalto é não ceder às ofensivas no Congresso.
Controle. A MP que eleva o salário mínimo de R$ 465 para R$ 510 também ganhou um relator "confiável" no Congresso. O escolhido foi o petista Pepe Vargas (RS).
ER. Sem bagagem, os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Franklin Martins (Comunicação), que passaram a noite com Lula no hospital em Recife, improvisaram pijamas com macacões cirúrgicos.
Compacto. Para assegurar que, recuperado da crise de hipertensão, Lula mantenha o pé na estrada no ano eleitoral, auxiliares o aconselharam a diminuir o número de atividades nas cidades visitadas -mas não o de viagens.
Lobby. O setor empresarial interessado nas obras da Petrobras liberadas por Lula, a despeito do veto do TCU, entrou em campo para evitar uma grita da oposição na volta do recesso do Congresso.
Focos. Lula recebeu novos relatos do embate entre PT e PMDB no Ceará. Os petistas querem lançar o ministro José Pimentel (Previdência) ao Senado, mas Eunício Oliveira (PMDB) quer a vaga. O peemedebista ameaça se aliar a Tasso Jereissati (PSDB) se não houver um acerto.
Recuo. No Sul, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), que enfrentará Tarso Genro (PT) na disputa pelo governo gaúcho, disse ao partido que pretende negociar um acordo de procedimentos para não atingir Dilma.
Na tela 1. Trecho da fala de Marina Silva (AC) no programa do PV que vai ao ar no próximo dia 4: "As pessoas e os jovens estão se reencontrando com os sonhos e começam a compreender que os erros cometidos vêm prejudicando o Brasil e o planeta".
Na tela 2. Continua a candidata verde: "Faço parte de uma geração que lutou pela redemocratização do país e isso só foi possível porque havia pessoas nos apoiando. Por isso, quero continuar sendo mantenedora de utopias".
Meteorologia. A agenda do governador José Serra (PSDB) prevê aparições no Carnaval em três cidades: Rio, Salvador e Recife. Mas o tucano mandou recado que, se a chuva continuar a fazer estragos em São Paulo, não deverá comparecer a nenhum.
Pró-ativo. Aecista de carteirinha, o deputado mineiro Rodrigo de Castro saiu em defesa de Serra: "Ninguém considera que as enchentes são problema só desta gestão". E completa: "Ele abriu mão de várias agendas políticas por conta das chuvas".
com LETÍCIA SANDER e MALU DELGADO
Tiroteio
O que a Dilma fez em Minas não foi campanha antecipada, e sim uma declaração de quem acha que já exerce o mandato.
Do deputado EDUARDO GOMES (PSDB-TO), sobre a afirmação de Dilma Rousseff, logo após inaugurar um gasoduto, de que "gostaria muito de ser escolhida como sucessora" de Lula.
Contraponto
Novo manequim
Depois de acertar a substituição de Henrique Fontana (PT-RS) por Cândido Vaccarezza (PT-SP) na liderança do governo na Câmara, o presidente Lula chamou os dois para uma conversa na base aérea de Brasília, na quarta-feira. Quando avistou Vaccarezza, visivelmente mais magro depois de uma cirurgia, Lula brincou:
-Nossa, você emagreceu... Acho até que já está pesando menos que um poste!
Em tempo: no início do mês, durante discurso em cerimônia, Lula brincou com o deputado dizendo que ele pesava mais que um poste do Luz para Todos.
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