FOLHA DE SÃO PAULO - 30/01/10
BRASÍLIA - Itamar Franco anunciou nesta semana sua pretensão de ser candidato ao Senado por Minas Gerais. Não será o primeiro ex-presidente a voltar para a política disputando uma eleição.
José Sarney saiu da Presidência e mudou seu domicílio eleitoral do Maranhão para o Amapá. Desde 1990, elege-se sucessivamente senador com o voto dos amapaenses. Fernando Collor enfrentou o oblívio com seu banimento eleitoral depois do impeachment, em 1992. Mas voltou como senador eleito por Alagoas, em 2006.
Essas carreiras eleitorais pós-Planalto são exemplos acabados de atraso institucional. Há algo errado quando um país não sabe o que fazer com seus ex-presidentes. Em breve haverá mais um. Lula já é citado como candidato a um terceiro mandato na disputa de 2014.
Fernando Henrique Cardoso absteve-se da política eleitoral, embora sua saída tenha ficado longe da perfeição. Quando estava no poder, o tucano fez uma reunião com grandes empresas no Alvorada e pediu apoio financeiro para sua futura ONG, o instituto FHC.
Ao anunciar sua decisão de concorrer ao Senado, Itamar Franco volta a escancarar o problema. Ele já foi nomeado embaixador sem ter nenhum interesse em diplomacia externa. Mais recentemente, ocupou uma sinecura no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.
Outro dia, num esforço para ajudar o Haiti, devastado pelo terremoto, apareceram juntos os ex-presidentes dos EUA Bill Clinton e George W. Bush -adversários na política norte-americana. No Brasil, nunca houve uma reunião de ex-ocupantes do Palácio do Planalto em momentos de necessidade.
Não é fácil encontrar uma saída institucional. Mas deixar como está seria desistir de aprimorar o modelo de democracia no país. Não faz sentido ex-presidentes vagando como zumbis à caça de ocupação depois de terem comandado o país.
BRASÍLIA - Itamar Franco anunciou nesta semana sua pretensão de ser candidato ao Senado por Minas Gerais. Não será o primeiro ex-presidente a voltar para a política disputando uma eleição.
José Sarney saiu da Presidência e mudou seu domicílio eleitoral do Maranhão para o Amapá. Desde 1990, elege-se sucessivamente senador com o voto dos amapaenses. Fernando Collor enfrentou o oblívio com seu banimento eleitoral depois do impeachment, em 1992. Mas voltou como senador eleito por Alagoas, em 2006.
Essas carreiras eleitorais pós-Planalto são exemplos acabados de atraso institucional. Há algo errado quando um país não sabe o que fazer com seus ex-presidentes. Em breve haverá mais um. Lula já é citado como candidato a um terceiro mandato na disputa de 2014.
Fernando Henrique Cardoso absteve-se da política eleitoral, embora sua saída tenha ficado longe da perfeição. Quando estava no poder, o tucano fez uma reunião com grandes empresas no Alvorada e pediu apoio financeiro para sua futura ONG, o instituto FHC.
Ao anunciar sua decisão de concorrer ao Senado, Itamar Franco volta a escancarar o problema. Ele já foi nomeado embaixador sem ter nenhum interesse em diplomacia externa. Mais recentemente, ocupou uma sinecura no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.
Outro dia, num esforço para ajudar o Haiti, devastado pelo terremoto, apareceram juntos os ex-presidentes dos EUA Bill Clinton e George W. Bush -adversários na política norte-americana. No Brasil, nunca houve uma reunião de ex-ocupantes do Palácio do Planalto em momentos de necessidade.
Não é fácil encontrar uma saída institucional. Mas deixar como está seria desistir de aprimorar o modelo de democracia no país. Não faz sentido ex-presidentes vagando como zumbis à caça de ocupação depois de terem comandado o país.
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