Mais de dois terços do crédito para pessoas físicas no Brasil se destinam a financiamentos de automóveis e a empréstimos consignados. No terço restante entram todas as outras modalidades de crédito, como a que possibilita a compra, a prazo, da casa própria. Então, por mais que o chamado crédito imobiliário se expanda em 2010, ainda estaremos longe de qualquer “bolha”.
A correção das prestações em percentuais superiores aos de reajustes de salários, primeiro por causa da inflação e depois devido aos juros altos demais, atrofiaram os financiamentos para a casa própria no Brasil por vários anos. A Caixa Econômica ficou meio que sozinha nesse mercado até recentemente. Mas agora os demais bancos estão cada vez mais presentes no setor. Mesmo assim, o sistema permaneceu voltado quase que apenas ao atendimento da classe média, e de preferência a parcela com maior poder aquisitivo.
A grande demanda em potencial no Brasil, porém, é de famílias com renda até seis salários-mínimos mensais. Felizmente, incorporadores, construtores e financiadores estão reaprendendo a atuar nesse segmento. O programa “Minha Casa, Minha Vida”, lançado pelo governo, teve o mérito de cadastrar a “demanda” e, com isso, os empreendedores sabem até o nome e o endereço dos que formam esse mercado a ser explorado.
Como o aprendizado é relativamente rápido, tudo indica que em 2010 o número de imóveis construídos para essa demanda reprimida será bem expressivo.
E tanto melhor se as taxas básicas de juros permanecerem abaixo de 10%, pois nesse caso o montante de subsídios embutidos nos financiamentos para famílias de baixa renda não chegará a comprometer as finanças públicas, possibilitando a multiplicação dos empréstimos.
Há um outro tipo de crédito que deverá se expandir muito este ano, que é o decorrente da emissão de títulos de dívida por parte de empresas (debêntures, notas promissórias negociáveis, certificados de recebíveis).
Trata-se de uma alternativa ao crédito bancário convencional, que passou a atrair tanto empresas que querem fugir das mãos dos bancos, quanto potenciais investidores nesses títulos.
Tais emissões encontram espaço agora no mercado por causa da queda das taxas básicas de juros da economia, o que somente foi possível depois que o endividamento público parou de crescer geometricamente.
Muitos economistas batem na tecla da necessidade de redução dos déficits públicos (e da dívida estatal) exatamente para que a poupança doméstica fique disponível para o setor privado, mais ágil na concretização de investimentos.
O secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, Joaquim Levy, está animado com 2010. A arrecadação dos dois últimos meses de 2009 foi bem positiva (a receita em novembro cresceu 10% e, em dezembro, cerca de 15% sobre igual período de 2008) e para este ano Levy conta com a continuidade da expansão do mercado interno, o que deverás e refletirem maior arrecadação de ICMS. Em 2009, dos R$ 31 bilhões de receita corrente líquida do estado, R$ 18 bilhões corresponderam à arrecadação de ICMS.
O secretário vem dedicando a maior de seu tempo à adoção de procedimentos informatizados que possibilitem à Fazenda estadual andar no piloto automático. Ele espera, por exemplo, que a simplificação do processo eleve de 20% para 70% os pedidos de abertura de empresas no Rio por meio eletrônico.
Do mesmo modo, Levy espera que o consumidor ajude o estado a combater a sonegação participando, por exemplo, do programa “Cupom mania”. Ao fazer uma compra, o consumidor pode enviar, por celular, um torpedo para a Secretaria de Fazenda (diz ele que a partir do primeiro torpedo fica mais fácil enviar os seguintes) com dados da nota fiscal.
A Fazenda cruza essas informações com os valores fornecidos pelo varejista, o que habilita o consumidor a participar de sorteios diários, concorrendo a aparelhos eletrônicos e a um carro por semana. A Secretaria vem recebendo 20 mil torpedos por dia, mas a meta é alcançar de 70 mil a 100 mil.
Os fiscais agora também têm metas de produtividade.
Se a receita em sua área de atuação crescer acima do percentual apurado pelo IBGE no índice que mede o comportamento das vendas no varejo, o fiscal é recompensado com uma gratificação que pode chegar a R$ 3 mil mensais.
Em futuro próximo, a ideia é que os fiscais indicados para vistoriar as contas de alguma empresa sejam escolhidos por sorteio.
O governo estadual investiu com recursos próprios quase R$ 2 bilhões (só em obras do PAC foram cerca de R$ 500 milhões) em 2009, e pagou R$ 3,5 bilhões da dívida que possui com o Tesouro Nacional.
A base do prédio do reator da usina Angra 3 deve ser concretada agora em fevereiro. Como é um trabalho que envolve um tipo de impermeabilização especial, resistente a peso e a dilatações do piso, a concretagem não é feita de forma convencional.
Agora que a obra começa a andar, já há quem defenda a construção de uma quarta usina nuclear na Central Almirante Alvaro Alberto, em Angra. É o caso do engenheiro Wagner Victer, atualmente presidente da Cedae e que foi secretário estadual de Energia no Rio de Janeiro. |
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