Chamados para uma conversa com as direções do PT e do PMDB, a petista Ana Júlia e o peemedebista Jader Barbalho, ambos interessados no governo do Pará, serão cobaias de um modelo de negociação que deverá ser exportado para outros Estados onde está difícil fechar um palanque único para Dilma Rousseff. Primeiro, será ouvido Jader. Depois, Ana Júlia. Se necessário, haverá uma espécie de acareação.
Se a fórmula funcionar, os próximos convocados serão Sérgio Cabral (PMDB) e Lindberg Farias (PT), no Rio, e Hélio Costa (PMDB), Patrus Ananias (PT) e Fernando Pimentel (PT), em Minas. Mas, como nas duas praças haverá segundo turno na eleição interna do PT, a conversa se dará depois de 6 de dezembro.
Diagnóstico. Do governador Jaques Wagner (PT), sobre a suspeita de fraudes em licitações envolvendo indicados pelo PMDB: "Espero que os ataques políticos não inibam as investigações". Na Bahia, não há conversa que resolva a pendência entre o governador e o ministro peemedebista Geddel Vieira Lima, candidato ao mesmo cargo.
Está feito. Depois de muita confusão no diretório do Pará, a direção do PSDB bateu o martelo ontem: o candidato ao governo será Simão Jatene. O ex-governador Almir Gabriel disputará o Senado ou uma cadeira de deputado.
Fórmula. A propaganda de papel higiênico que tem Lula e Dilma como personagens não foi a primeira da DPZ a usar um imitador do presidente. Em janeiro, comercial de uma rede de lanchonetes trazia Lula saudando "o companheiro americano que é dos nossos" Barack Obama.
Carteira. A DPZ foi uma das responsáveis pela reformulação da logomarca do BNDES, a um custo de R$ 17 milhões. Em junho, a agência perdeu a conta do banco. No mês seguinte, ganhou a do Ministério do Desenvolvimento Agrário, de R$ 10 milhões.
Vácuo. O decreto de maio de 2002 que trata do transporte de autoridades em aviões da FAB regula o uso do vice-presidente da República "para baixo", mas não do presidente ou de seus convidados. As regras não se aplicam, portanto, ao voo de Lulinha e 15 acompanhantes de São Paulo para Brasília em 9 de outubro.
Apetite. O PMDB quer indicar um nome para o Superior Tribunal Militar, onde o Planalto pensou em instalar a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra.
Faísca 1. Com a possibilidade de derrota do Rio na disputa pela partilha dos royalties do pré-sal, aliados de Sérgio Cabral (PMDB) fizeram circular que o Estado fará denúncias contra Pernambuco, de Eduardo Campos (PSB), ao Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária).
Faísca 2. Ameaçam pedir que o conselho vete a concessão de incentivos fiscais, como redução de ICMS, feitas por Campos. Esse tipo de benefício só é autorizado com o aval de todos os Estados.
Sacudido. Ao deixar o centro médico do Senado ontem, José Sarney (PMDB-AP) fez questão de telefonar para a secretária-geral da Mesa, Claudia Lyra. Pediu para não recolher a bandeira nacional porque ele estava voltando.
Filtro. Auxiliares de Ciro Gomes (PSB) têm repetido que os rompantes recentes contra José Serra (PSDB) são reação aos 26 dias sem fumar.
Recorte. Dados da Confederação Nacional dos Municípios apontam que o impacto da nova redução do IPI no caixa das prefeituras será de R$ 306 mi para os carros flex, R$ 161 mi para materiais de construção e R$ 51 mi a móveis.
Visita à Folha. Luciano Santos e Carmen Cecília de Souza Amaral, coordenadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, visitaram ontem a Folha.
Tiroteio
Primeiro, ele mentiu. Depois, perdeu a cabeça. Pelo menos o destempero serviu para o país descobrir quem é o ministro da Cultura.
Contraponto
Quase famoso
Representantes do governo se reuniram no início da semana com Micarla de Sousa (PV) para discutir investimentos de infraestrutura em Natal, uma das cidades-sede da Copa de 2014. A prefeita começou por se apresentar ao titular do Planejamento, Paulo Bernardo:
-Eu ainda não conhecia o senhor, ministro. Mas conheço a Gleisi, pelas fotos e de nome.
Em 2008, quando Micarla foi eleita na capital potiguar, Gleisi Hoffmann (PT) disputou a Prefeitura de Curitiba contra Beto Richa (PSDB), que se reelegeu.
Paulo Bernardo não deixou a peteca cair:
-Sou muito conhecido como o marido da Gleisi!
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