segunda-feira, outubro 19, 2009

PAINEL DA FOLHA

Cabral na real

RENATA LO PRETE
Folha de S. Paulo - 19/10/2009

Pelo curto período de duas semanas, a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016 levou muita gente a pensar que a reeleição de Sérgio Cabral (PMDB) poderia ser, apesar de seu patamar apenas mediano de aprovação, mais tranquila do que se imaginava, embalada por uma onda de confiança e boa vontade produzida pela perspectiva dos Jogos.
A derrubada do helicóptero da PM por traficantes cuidou de desfazer essa impressão, lembrando que o governador está muito longe da zona de conforto de alguns colegas que também buscarão um segundo mandato em 2010. Com o detalhe de que o Planalto, embora aliado a Cabral, tem outros dois nomes no páreo: Lindberg Farias (PT) e Anthony Garotinho (PR).



Casa... O PP, próximo partido a jantar com Dilma Rousseff, está dividido sobre firmar ou não agora um compromisso com a pré-candidata petista à Presidência. Aliado ao PT na Bahia, o líder na Câmara, Mário Negromonte, é adepto da aliança imediata.

...ou não casa? Já o presidente do partido, senador Francisco Dornelles (RJ), torce pela candidatura presidencial do parente Aécio Neves (PSDB) e prefere esperar.

Bode. Ex-prefeito de Osasco, o deputado federal Francisco Rossi (PMDB-SP) quer disputar novamente o governo de São Paulo. Conta com a simpatia do grupo de Michel Temer e com a oposição de Orestes Quércia, que comanda o partido no Estado e tem acordo com os tucanos.

Sinto muito. Em conversa com Lula na semana passada, Garibaldi Alves (PMDB-RN) avisou que seu compromisso com a candidata do DEM, Rosalba Ciarlini, ao governo potiguar está "consolidado". Também ignorou apelo para ao menos declarar apoio a Dilma. Por fim, disse que atuará como "independente" nas votações do Senado.

Barba e cabelo. Além de uma vaga ao Senado, o PT quer a vice para apoiar a candidatura de Osmar Dias (PDT) ao governo do Paraná. Oferece como possibilidades o presidente de Itaipu, Jorge Samek, e o ex-prefeito de Londrina Nedson Micheleti.

Novo endereço. Ex-responsável pela liberação de emendas parlamentares, Marcos Lima tem convite do governador Jaques Wagner (PT) para assumir a representação do governo da Bahia em Brasília. De férias e recuperando-se de uma cirurgia no pé, ainda não deu resposta.

Sem teto. Parecer do deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG) sobre a estatal que vai gerir o pré-sal, a ser apresentado quarta-feira, não prevê limite para os quadros da empresa, que, pelo projeto do governo, deverá começar com cerca de cem funcionários.

Concentrado. Pelo relatório, a empresa terá escritório apenas no Rio de Janeiro. O governo pretendia distribuir representações pelos Estados. "Se fizer em um, tem de fazer em todos", diz Faria.

Geladeira. O relator também sugere aumentar de quatro para seis meses a quarentena para ex-diretores ingressarem na iniciativa privada. Ministros deverão compor o Conselho de Administração, mediante remuneração extra.

Bola de ouro. Em audiência na Comissão da Amazônia da Câmara, o general do Exército Augusto Heleno considerou insuficiente a liberação pelo governo de R$ 142 milhões para o Departamento de Ciência e Tecnologia, sob seu comando. "É o mesmo que o passe do Kaká", ironizou.

Bênção. Depois de abandonar o Partido Socialista, de Michele Bachelet, Marco Enríquez-Ominami se encontrará com Lula e com o PT amanhã. Ele concorre no Chile contra Eduardo Frei, indicado pela presidente. Quem lidera as pesquisas é o conservador Sebastian Piñera.

com
SILVIO NAVARRO e FÁBIO ZANINI

Tiroteio

"É mais fácil Ciro Gomes se eleger presidente da República do que governador de São Paulo. Não tem aderência."


Do ex-governador e pré-candidato GERALDO ALCKMIN , avaliando durante evento tucano em Goiânia, anteontem, as chances de sucesso do experimento imaginado pelo Planalto.

Contraponto

Sempre cabe mais um Antes do início de debate entre os candidatos a presidente do PT, na noite de quinta-feira em Brasília, o secretário de Organização do partido, Paulo Frateschi, lamentava a possível candidatura presidencial de Ciro Gomes (PSB), defendendo a união em torno de Dilma Rousseff.
-O ideal mesmo seria o Brasil ter dois vice-presidentes. Aí a gente dava uma vaga de vice para o Ciro, a outra para o PMDB e ficaria tudo resolvido!
E completou seu raciocínio:
-O Brasil tinha que ser como o PT, que resolveu esse problema de um jeito fácil: criou logo três cargos de vice-presidente. E se precisar a gente cria um quarto!

Um comentário:

Unknown disse...

Aécio ganha espaço com a indefinição de Serra e aos poucos vai consolidando sua candidatura. Muita gente está em cima do muro, como Dornelles, aguardando Aécio.