Dilminha, Serrinha, Cirinho
FOLHA DE SÃO PAULO - 27/09/09
BRASÍLIA - Quando se olha em volta e vê Honduras, por exemplo, com aquele Zelaya e aquele Micheletti, é preciso concordar com Lula: os pré-candidatos à sua sucessão são muito bons, animadores.
Daí a fazer como Paulo Bernardo (Planejamento) e sair chamando Dilma Rousseff de "Dilminha" já são outros 500. Não há Dilminha, nem Serrinha, nem Cirinho, porque nenhum deles é uma flor. Aliás, Bernardo foi um dos brindados pela chefe da Casa Civil com gritos e adjetivos, digamos, pouco carinhosos, no meio de reuniões de trabalho. A lista é grande. Vai do presidente da Petrobras ao ex-presidente da Infraero, passando pelo o ex-secretário-geral do Ministério da Integração. Dilma só é Dilminha na pele de candidata.
José Serra não fica atrás. Não é de gritos nem de chamar os outros de "burro" e "imbecil" (ao menos cara a cara), mas é egocentrado, dono da verdade, irascível. E se acha no direito de telefonar para as pessoas -e não apenas subordinados- no meio da madrugada. Só é Serrinha em campanha, ou no Twitter.
E Ciro Gomes? Produziu um manancial de impropérios na eleição de 2002 e, depois de aguentar firme alguns anos, lá foi dizer que Fortaleza "é um puteiro", chamar procuradores e deputados de "babacas" e responder a jornalistas aos palavrões em pleno Congresso. Agora diz que Serra "é feio pra caramba, mais na alma do que no rosto".
Aécio Neves é bem mais leve, mas ainda não emplacou, e Marina Silva, ex-católica fervorosa, hoje evangélica convicta, fica meio deslocada nessa turma aí. Heloísa Helena comporia bem melhor o quadro, especialmente depois de processada por, docemente, chamar uma colega de "porca trapaceira". Mas nada disso importa. De antemão, todo mundo já sabe: a culpa é sempre da imprensa!
A ONU acabou, o G20 passou. E a reunião que "o cara" articulava de Obama com a Unasul?
Nenhum comentário:
Postar um comentário