segunda-feira, agosto 10, 2009

NELSON DE SÁ

TODA MÍDIA

FOLHA DE SÃO PAULO - 10/08/09

DESUNIÃO
Na manchete do site da "Economist", o encontro da "nascente" União de Nações Sul-Americanas, que será "inusualmente vigoroso, demonstrando sua desunião"
Norte vs. Sul

Agências abrem a semana com atenção às reuniões da Unasul em Quito, no Equador, onde "Colômbia é o foco, mesmo ausente", e do Nafta em Guadalajara, no México, onde "Honduras está na agenda".
Artigo no "Guardian" prevê que a "Unasul será o show de Lula", como "figura dominante" e oposta a Álvaro Uribe, que não vai . E artigo no Huffington Post afirma que "a Amazônia brasileira é o novo Rio Grande", referência à fronteira entre EUA e México.
Opina que "a última coisa que Lula e a democracia brasileira precisam é dos EUA na sua fronteira Norte, usando a guerra contra o tráfico para interferir na sua política interna, como fizeram antes no México".
No sábado, o correspondente do "New York Times" cobriu a "defesa do papel militar dos EUA" por Uribe e citou fonte do Departamento de Estado, dizendo que o acordo visa a apoiar a Colômbia "no combate ao crime transnacional e ao narcotráfico dentro de suas fronteiras".
Também o "Washington Post" destacou, mas sublinhando a "ira na América Latina".

NORTE & SUL
No site da Casa Branca, o assessor de Segurança Nacional, Jim Jones, descreveu sua própria viagem ao Brasil e a de Barack Obama ao México como sinais do "compromisso do presidente de maior envolvimento com o nosso hemisfério, de maior foco no nosso próprio hemisfério", ao contrário do que acontecia antes. Prevê encontros assim "em bases frequentes".

SUL & SUL
"China Daily" e "Diário do Povo" deram "entrevista exclusiva" com Márcio Pochman, presidente do Ipea, destacando que "as relações econômicas [com a China] são importantes e devem ser melhoradas com a integração maior na produção e a cooperação tecnológica". Sublinhou a decisão do governo brasileiro de buscar novas parcerias, Sul-Sul, em 2003.

O SUOR DO "BIG OIL"
A "Forbes", que escolheu a Exxon "a companhia verde do ano", também destaca esta semana que o "Big Oil" ou as grandes empresas de petróleo "estão suando enquanto o Brasil debate os novos controles". Ouve as reações de Shell e Chevron.
Por outro lado, cita analista de Houston, no Texas, para quem o plano de Lula para o pré-sal, com "parcerias minoritárias" para as estrangeiras, "permite manter os benefícios da concorrência".
Já a Reuters ouve um "consultor" do Rio, ex-diretor da agência de petróleo sob FHC, garantindo que, "com esta situação no Congresso, será difícil aprovar as mudanças antes do fim do mandato de Lula".

OBAMA E OS INTERESSES
Colunista liberal do "NYT", Frank Rich escreveu ontem "Obama está nos enganando?". Diz que ele parece ceder ao que chamava, durante a campanha, "interesses dos lobistas e dos ricos que dirigem Washington há tempo demais". E que tudo começou quando reuniu, na equipe econômica, os "velhos meninos" de Bill Clinton e do Goldman Sachs

CLINTON E OS INTERESSES
Sexta-feira no "Guardian", escrevendo sobre a missão no Haiti, o colunista Conor Foley fez extenso elogio à "Nova diplomacia do Brasil", que está "na vanguarda de um novo modelo de intervenção mútua e multilateral que promete romper com as táticas do passado".
Mas já ontem o ex-presidente Bill Clinton surgiu em Miami, na Flórida, anunciando via agências uma "missão de investidores" ao Haiti, para negócios em energia etc. O agora enviado especial da ONU destacou "investidores brasileiros interessados em expandir a produção de etanol de cana para novas regiões".

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