Espanha não é a favorita
Contra o Egito, o Brasil mostrou outra vez uma de suas virtudes, as bolas paradas. Três dos quatro gols saíram desse jeito. E o time mostrou novamente uma de suas deficiências, a marcação no meio-campo. Nas vitórias, os erros costumam não ser vistos ou ser esquecidos.
Como Gilberto Silva e Felipe Melo marcam mais atrás e pelo meio, e Elano atua pela direita, o time deixa o adversário tocar demais a bola no meio-campo, além de não ter um armador para proteger o lado esquerdo. Kléber, que já é fraco, fica desprotegido. O problema só diminui quando Robinho volta desse lado para marcar. Aí, ele faz falta no contra-ataque.
A solução não é recuar Robinho ou Kaká; é marcar um pouco mais à frente e distribuir melhor os três jogadores de meio-campo, com Felipe Melo mais recuado, pelo meio, e um armador de cada lado, que tenha mobilidade para defender e atacar. Sairia Gilberto Silva. Vai melhorar a marcação e o ataque.
A Espanha é a seleção que joga melhor e mais bonito, pelo que tem atuado nos últimos dois anos, o que não significa que seja a grande favorita. Em um único jogo decisivo, não será nenhuma surpresa se ela perder para Brasil ou Itália.
Individualmente, além de Kaká, o Brasil possui melhores zagueiros, laterais direitos e goleiro. Mesmo sem Iniesta, a nítida superioridade da Espanha está no meio-campo, na qualidade dos jogadores e na maneira de atuar.
A Espanha redescobriu o óbvio, que futebol bonito e eficiente deve ser jogado com troca de passes, de pé em pé, até chegar ao gol.
Após cada gol da Espanha contra a fraquíssima Nova Zelândia, a TV mostrava o técnico espanhol Vicente del Bosque, quietinho no banco, distraído. Parecia estar em outro lugar. Lembrei de Aírton Moreira, treinador do Cruzeiro nos anos 60. Enquanto fazíamos treinos coletivos, Aírton, de costas para o gramado, conversava com os jornalistas. Raramente dava uma instrução.
No jogo, a equipe mostrava ótimo futebol coletivo. Se fosse hoje, certamente diriam que Aírton era um grande estrategista.
Libertadores
Com exceção do Grêmio, que tem tudo para vencer, em casa, o Caracas, não há favoritos nas partidas entre Nacional e Palmeiras e entre São Paulo e Cruzeiro. O São Paulo se limita a lançar e cruzar a bola para os dois artilheiros, Washington e Borges, e o Cruzeiro geralmente joga mal fora de casa.
Cruzeiro e São Paulo jogam às 22h, mesmo na quinta-feira. Nesse horário, com exceção das grandes partidas como as de hoje e amanhã, os torcedores que gostam de futebol ficam em casa, e os marginais vão para os estádios. O horário de 22h não é responsável pelas barbaridades que ocorrem nos estádios, porém, a primeira medida a ser feita para acabar com a violência seria ter jogos noturnos mais cedo, antes da novela. Nisso, ninguém mexe. E pouquíssimos falam.
Copa do Brasil
Inter e Corinthians estão desfalcados e fragilizados. Nilmar e D’Alessandro fazem muita falta. Sem André Santos, o Corinthians piora demais na saída de bola da defesa para o ataque. Não há favorito.
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