FOLHA DE SÃO PAULO - 13/06/09
BRASÍLIA - Como bem escreveu Oscar Pilagallo na Folha nesta semana, a relação entre economia e política não é tão direta como na frase do marqueteiro James Carville ("é a economia, estúpido").
Há exemplos de políticos se dando bem com a economia em desarranjo. Fernando Henrique Cardoso se reelegeu em 1998 mesmo com o PIB brasileiro estagnado.
Já outros perdem mesmo quando as finanças do país dão sinais de reação. Em 1984, o Brasil cresceu 5,4%. Em 1985, o percentual foi de 7,9%. Ainda assim, o momento era de mudança. O candidato governista a presidente, Paulo Maluf, foi derrotado no Colégio Eleitoral.
Os casos em que políticos sofrem reveses eleitorais apesar de a economia estar andando para a frente são curiosos, porque nada têm a ver com as finanças do país. São momentos em que a população resolve mudar. É uma força difícil de conter. Atropela o establishment.
Mas, quando há um desejo de continuidade, vale a mesma lógica.
Essa é a variável trabalhada pelos lulistas. Propagam a interpretação de cristalização iminente de um desejo continuísta no eleitorado. O PIB reagindo e apontando para um crescimento em 2010 seria só a cereja num bolo político cuja preparação está em curso.
Pela estratégia traçada no Planalto, Lula repetirá o mesmo caminho de outros políticos. Venderá um oximoro ao eleitor: avance parado, não mude para ir adiante. Franco Montoro elegeu Orestes Quércia governador de São Paulo. Paulo Maluf emplacou Celso Pitta prefeito paulistano. Por obra de prestidigitação política, o eleitor de Quércia acreditou estar elegendo Montoro. O de Maluf enxergou em Pitta a perenização do malufismo.
Em todos esses casos, o criador sempre era muito mais popular do que a criatura. Dá-se o mesmo com Lula e Dilma Rousseff. E o petista ainda terá o PIB a seu favor.
BRASÍLIA - Como bem escreveu Oscar Pilagallo na Folha nesta semana, a relação entre economia e política não é tão direta como na frase do marqueteiro James Carville ("é a economia, estúpido").
Há exemplos de políticos se dando bem com a economia em desarranjo. Fernando Henrique Cardoso se reelegeu em 1998 mesmo com o PIB brasileiro estagnado.
Já outros perdem mesmo quando as finanças do país dão sinais de reação. Em 1984, o Brasil cresceu 5,4%. Em 1985, o percentual foi de 7,9%. Ainda assim, o momento era de mudança. O candidato governista a presidente, Paulo Maluf, foi derrotado no Colégio Eleitoral.
Os casos em que políticos sofrem reveses eleitorais apesar de a economia estar andando para a frente são curiosos, porque nada têm a ver com as finanças do país. São momentos em que a população resolve mudar. É uma força difícil de conter. Atropela o establishment.
Mas, quando há um desejo de continuidade, vale a mesma lógica.
Essa é a variável trabalhada pelos lulistas. Propagam a interpretação de cristalização iminente de um desejo continuísta no eleitorado. O PIB reagindo e apontando para um crescimento em 2010 seria só a cereja num bolo político cuja preparação está em curso.
Pela estratégia traçada no Planalto, Lula repetirá o mesmo caminho de outros políticos. Venderá um oximoro ao eleitor: avance parado, não mude para ir adiante. Franco Montoro elegeu Orestes Quércia governador de São Paulo. Paulo Maluf emplacou Celso Pitta prefeito paulistano. Por obra de prestidigitação política, o eleitor de Quércia acreditou estar elegendo Montoro. O de Maluf enxergou em Pitta a perenização do malufismo.
Em todos esses casos, o criador sempre era muito mais popular do que a criatura. Dá-se o mesmo com Lula e Dilma Rousseff. E o petista ainda terá o PIB a seu favor.
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