FOLHA DE SÃO PAULO - 25/05/09
BRASÍLIA - A fila andou. Deputados e senadores foram encontrando novos assuntos. CPI da Petrobras, reforma política e outros. O caso do desvio de verbas indenizatórias vai ficando no oblívio. Ninguém foi punido. Regras foram alteradas de maneira epidérmica.
São mais de 50 casos de comportamento impróprio de deputados e de senadores de fevereiro para cá. Teve de tudo, desde o deputado do castelo até os jatinhos alugados, farra com bilhetes aéreos, empregadas domésticas pagas como assessoras parlamentares e funcionários fantasmas aos montes.
No Senado, a reação foi típica da inação: contratou-se uma consultoria. Na Câmara, anunciaram um corte de despesas inexistentes, mas mantiveram intactos os benefícios dos deputados -inclusive as viagens internacionais.
Aberrações como o auxílio-moradia ficaram intocadas. Deputados e senadores embolsam o privilégio não importando se vivem em imóveis próprios em Brasília.
Também não há notícia de divulgação das notas fiscais das verbas indenizatórias de 2001 até o início deste ano. Foi tudo enterrado. Quem cometeu algum crime já está anistiado -como será também perdoado o deputado do castelo.
A comparação com a crise no Parlamento britânico é inevitável. Os escândalos são semelhantes, mas há duas diferenças fundamentais. Primeiro, o presidente da Câmara dos Comuns perdeu a cadeira. Segundo, a população reagiu de maneira vigorosa, expressando seu descontentamento.
No Brasil, a reação dos eleitores se limita a e-mails vitriólicos ou resmungos acabrunhados. Não é à toa que nada acontece. Deputados e senadores olham para cima, assobiam, e a crise passa. Logo, alguns estarão passeando em Paris e Nova York. No fundo, como dizem os políticos, o Poder Legislativo é a mais completa e acabada tradução do país. É a cara do Brasil.
BRASÍLIA - A fila andou. Deputados e senadores foram encontrando novos assuntos. CPI da Petrobras, reforma política e outros. O caso do desvio de verbas indenizatórias vai ficando no oblívio. Ninguém foi punido. Regras foram alteradas de maneira epidérmica.
São mais de 50 casos de comportamento impróprio de deputados e de senadores de fevereiro para cá. Teve de tudo, desde o deputado do castelo até os jatinhos alugados, farra com bilhetes aéreos, empregadas domésticas pagas como assessoras parlamentares e funcionários fantasmas aos montes.
No Senado, a reação foi típica da inação: contratou-se uma consultoria. Na Câmara, anunciaram um corte de despesas inexistentes, mas mantiveram intactos os benefícios dos deputados -inclusive as viagens internacionais.
Aberrações como o auxílio-moradia ficaram intocadas. Deputados e senadores embolsam o privilégio não importando se vivem em imóveis próprios em Brasília.
Também não há notícia de divulgação das notas fiscais das verbas indenizatórias de 2001 até o início deste ano. Foi tudo enterrado. Quem cometeu algum crime já está anistiado -como será também perdoado o deputado do castelo.
A comparação com a crise no Parlamento britânico é inevitável. Os escândalos são semelhantes, mas há duas diferenças fundamentais. Primeiro, o presidente da Câmara dos Comuns perdeu a cadeira. Segundo, a população reagiu de maneira vigorosa, expressando seu descontentamento.
No Brasil, a reação dos eleitores se limita a e-mails vitriólicos ou resmungos acabrunhados. Não é à toa que nada acontece. Deputados e senadores olham para cima, assobiam, e a crise passa. Logo, alguns estarão passeando em Paris e Nova York. No fundo, como dizem os políticos, o Poder Legislativo é a mais completa e acabada tradução do país. É a cara do Brasil.
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