Folha de São Paulo - 10/03/09
BRASÍLIA - Se Obama vier com esse papinho de multiplicar as compras de petróleo brasileiro para reduzir a dependência venezuelana, Lula já tem uma resposta pronta: Negativo. Ou, como Celso Amorim diz, não em "diplomatês", mas em bom e claro português: "Querem comprar mais? Então comprem mais etanol. E sem sobretaxa!".
Essa reação, meio extemporânea, foi por causa de uma reportagem do jornal espanhol "El Pais", com o título "Obama quer o petróleo de Lula". E para quê? Para diminuir a dependência que os EUA têm do petróleo da Venezuela, sem falar de outros países nada amistosos. Até onde se saiba, o tema petróleo não está previsto no encontro Obama-Lula, no sábado. Aliás, nem foi colocado na reunião preparatória entre Amorim e a secretária de Estado, Hillary Clinton. Ao contrário, a intenção é aprofundar as conversas que vão de vento em popa desde o governo Bush sobre cooperação em biocombustíveis.
O governo brasileiro acha que o tema é chique e pega bem. Já falar em aumentar a venda de petróleo brasileiro para os EUA tem uma série de inconvenientes, e a reportagem do "El País" trouxe esse novo e explosivo, da redução da dependência norte-americana do petróleo da Venezuela e de Hugo Chávez. O Brasil correu a desmentir, por vários motivos.
Três deles: 1) a Venezuela é aliada preferencial e já está bastante atingida pela queda da demanda e do preço do petróleo no mercado internacional;
2) Lula vai a Obama como presidente do Brasil e como enviado informal da América do Sul para abrir portas, não para fechar;
3) apesar de as vendas de petróleo já estarem naturalmente aumentando, não é realista falar em aumentar mais nesta fase pré-pré-sal. O etanol é um vistoso e simpático pássaro na mão; o petróleo do pré-sal é um caro, incerto e não sabido pássaro voando. Entre ele e a Venezuela, Venezuela, claro!
BRASÍLIA - Se Obama vier com esse papinho de multiplicar as compras de petróleo brasileiro para reduzir a dependência venezuelana, Lula já tem uma resposta pronta: Negativo. Ou, como Celso Amorim diz, não em "diplomatês", mas em bom e claro português: "Querem comprar mais? Então comprem mais etanol. E sem sobretaxa!".
Essa reação, meio extemporânea, foi por causa de uma reportagem do jornal espanhol "El Pais", com o título "Obama quer o petróleo de Lula". E para quê? Para diminuir a dependência que os EUA têm do petróleo da Venezuela, sem falar de outros países nada amistosos. Até onde se saiba, o tema petróleo não está previsto no encontro Obama-Lula, no sábado. Aliás, nem foi colocado na reunião preparatória entre Amorim e a secretária de Estado, Hillary Clinton. Ao contrário, a intenção é aprofundar as conversas que vão de vento em popa desde o governo Bush sobre cooperação em biocombustíveis.
O governo brasileiro acha que o tema é chique e pega bem. Já falar em aumentar a venda de petróleo brasileiro para os EUA tem uma série de inconvenientes, e a reportagem do "El País" trouxe esse novo e explosivo, da redução da dependência norte-americana do petróleo da Venezuela e de Hugo Chávez. O Brasil correu a desmentir, por vários motivos.
Três deles: 1) a Venezuela é aliada preferencial e já está bastante atingida pela queda da demanda e do preço do petróleo no mercado internacional;
2) Lula vai a Obama como presidente do Brasil e como enviado informal da América do Sul para abrir portas, não para fechar;
3) apesar de as vendas de petróleo já estarem naturalmente aumentando, não é realista falar em aumentar mais nesta fase pré-pré-sal. O etanol é um vistoso e simpático pássaro na mão; o petróleo do pré-sal é um caro, incerto e não sabido pássaro voando. Entre ele e a Venezuela, Venezuela, claro!
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