O presidente Lula comemorou o resultado das eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Aliados ficaram no comando. O resultado, que mostrou a força do PMDB como maior bancada, segundo assessores do presidente, indicam que é desaconselhável mudar a liderança do governo no Senado. Uma ala petista ironizava: a aliança PT-PSDB rodou no primeiro teste.
Tucanos em pé de guerra
O governador José Serra está fomentando rebelião contra a reeleição de José Aníbal para a liderança do PSDB na Câmara. Ontem, 16 deputados foram ao presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), ameaçar abrir uma dissidência. Entre eles, o secretário municipal de Esportes de São Paulo, Walter Feldman, que reassumiu seu mandato na Câmara. Sua missão não era votar em Michel Temer (PMDB-SP), e sim impedir a reeleição de Aníbal. Como tudo no PSDB, isso virou uma disputa entre Serra e Aécio Neves. "A maioria quer que eu continue", responde José Aníbal, que tem uma lista com o apoio de 37 de 57 deputados.
As duas Casas não podiam estar em mãos mais experientes" - José Múcio, ministro das Relações Institucionais, sobre as eleições na Câmara e no Senado
O PMDB FOI O GRANDE VENCEDOR. A vitória de José Sarney no Senado teve vários sócios: os líderes Renan Calheiros (PMDB-RS) e José Agripino (DEM-RN). E alguns derrotados: José Serra, Tião Viana (PT-AC) e o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho. Na Câmara, a vitória de Michel Temer teve como sócios maiores o ministro Geddel Vieira Lima (Integração) e o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP).
Bolão
O deputado Sandro Mabel (PR-GO) e o presidente da Funasa, Danilo Fortes, ganharam o bolão da eleição para presidente da Câmara. Eles dividirão R$17.500. Fortes apostou que Temer venceria com 307 votos e Mabel, 301. Cabresto
Minutos antes de votar, Álvaro Dias (PSDB-PR) pediu licença para não votar em José Sarney (PMDB-AP). Ele se justificou: "O partido decidiu votar no Tião Viana (PT-AC), e o Arthur Virgílio (PSDB-AM) tá lá, olhando o voto de todos nós".
O bom pastor
Encerrada a sessão de eleição para a presidência do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) pediu desculpas para o eleito, José Sarney (PMDB-AP). "Queria lhe pedir desculpas, mas tive que dar a palavra ao senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)", afirmou. Sarney respondeu com ironia: "De todos os que tentaram me agradar com seus discursos, o mais eficaz foi o Jarbas". Os aliados de Sarney dizem que ele foi traído por três tucanos.
Paulo Bernardo critica Delcídio Amaral
Na reunião ministerial, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) criticou o trabalho do relator doOrçamento no Congresso, o petista Delcídio Amaral. Citou como exemplo a saúde. Foram cortadas verbas para vacinas e tratamento da Aids. Na educação, foram cortadas verbas para a Capes e livros didáticos. Bernardo contou que nos orçamentos dos dois ministérios foram mantidas verbas para atender a emendas paroquiais dos parlamentares. A insatisfação é compartilhada por outros ministros.
O PRESIDENTE do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem, na reunião ministerial, que Davos não chegou nem perto de uma solução para a crise.
DEPOIS do PTB, ontem foi o PDT do Senado que disse não ao PT. "Não queremos nos submeter a um bloco", explicou o líder Osmar Dias (PR).
O NÚNCIO apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, esteve ontem na abertura do ano judiciário no STF. Ele fez questão de cumprimentar o maior número de ministros. Está em campanha para que o tribunal não aprove o aborto para casos de anencefalia. |
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