O governo brasileiro amanheceu mais "esquerdista" em 2009 e vem dando diferentes demonstrações disso. A última foi a canetada de Tarso Genro (Justiça), que passou por cima do Itamaraty, do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) e do Supremo Tribunal Federal para conceder asilo político ao italiano Cesare Battisti. Ex-líder da organização terrorista Proletários Armados pelo Comunismo, Battisti foi condenado a prisão perpétua na Itália pela morte de pelo menos quatro pessoas. Para o governo italiano, cometeu crime comum. Para o brasileiro, foi crime político. A diferença: criminoso comum é extraditado, criminoso político tem direito a asilo. Lembre-se que o governo brasileiro é cheio de ex-presos políticos e agiu mais pelo passado e a ideologia do que pelo presente e o pragmatismo jurídico-diplomático, numa decisão pró-asilo que irritou o governo da Itália e vai ser uma dor de cabeça para Lula, que desembarca hoje na Bolívia imbuído desse "espírito esquerdista" do ano novo e pronto para enrolar ou Evo Morales ou os técnicos brasileiros. O governo manteve a compra de muito mais gás da Bolívia do que o Brasil precisa, só para continuar gerando receitas para o vizinho pobre. Será cada vez mais difícil sustentar que foi uma "decisão técnica". Até pela aritmética: chove a cântaros, as hidrelétricas estão cheias, as empresas consomem menos gás durante a crise. Mais oferta e menos demanda não é igual a grande compra de gás no exterior. Se Edison Lobão (Minas e Energia) tem de se render à pressão "esquerdista" para comprar mais gás da Bolívia, Genro (Justiça) rende a diplomacia e a Justiça à sua lógica "esquerdista". Vai ser aplaudido pelo seus já aliados, mas tende a receber uma saraivada de críticas de toda parte e pode até vir a recuar. E é assim que o Brasil acaba de ganhar mais um chanceler, entre tantos, enquanto Amorim circula pelo Oriente Médio: Tarso Genro. |
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