sexta-feira, janeiro 23, 2009

COLUNA PAINEL

Superpoderes


Folha de S. Paulo - 23/01/2009
 

Em queda-de-braço com o Ministério da Fazenda, contrário à ampliação das parcelas do seguro-desemprego, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) enviou ao Palácio do Planalto minuta de decreto para se tornar presidente do conselho do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador), responsável em administrar os recursos do benefício. O documento, já nas mãos do presidente Lula, prevê ainda aumentar o colegiado de 12 para 18 integrantes. Atualmente, o conselho é presidido em rodízio por representantes de governo, centrais sindicais e empresários.
"O objetivo é dar maior peso político ao Codefat. As decisões hoje são ignoradas pela área econômica, e os recursos do FAT, reduzidos", diz um assessor de Lupi.

Alto lá
A ideia de Lupi de alterar as regras do Codefat esbarra, porém, na resistência dos ministérios do Desenvolvimento Social e Educação, que não teriam representantes no colegiado, e na posição de atuais conselheiros que são contra o fim do rodízio. 

Reforço
Oscar Niemeyer, que há alguns dias elogiou livro que, em sua visão, reabilita "a figura do grande líder soviético" Josef Stálin, adicionou ontem sua assinatura ao abaixo-assinado em apoio à decisão de Tarso Genro (Justiça) de conceder refúgio ao italiano Cesare Battisti. 

Tréplica
A avaliação do PT sobre o conflito em Gaza terá novo capítulo na segunda. Em reunião da Executiva, o partido deve reafirmar a nota em que acusou Israel de fazer "terrorismo de Estado". Será resposta à carta em que Tarso Genro e Jaques Wagner, entre outros, cobraram menção ao terrorismo do Hamas. 

Um por dia
Depois do ex-prefeito de BH Fernando Pimentel (PT), Lula almoçou ontem com o ex-prefeito de Recife João Paulo (PT), cotado para assumir o Turismo. 

Campo minado
A nomeação de Pimentel para o Conselhão desagrada à direção do PT, que desaprovou sua aliança com Aécio Neves (PSDB), e o atual responsável pelo órgão, José Múcio (Relações Institucionais). Sem falar que Luiz Dulci (Secretaria Geral), rival no PT mineiro, será seu vizinho no Planalto.

No escuro
Pressionado pela entrada de José Sarney (PMDB-AP) na corrida pela presidência do Senado, Tião Viana (PT-AC) se reuniu com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), na noite de anteontem. Pediu que, apesar do discurso de unidade, os tucanos não "fechem questão" a favor de Sarney. 

Caderneta
O petista argumentou "ter a preferência" de pelo menos 4 dos 13 tucanos: Tasso Jereissati (CE), Marisa Serrano (MS), Lúcia Vânia (GO) e Mario Couto (PA). Além disso, Tião promete atender dois pleitos do partido: a primeira-vice-presidência, cargo que ele ocupa hoje, e a Comissão de Infraestrutura, que fiscaliza obras do PAC. 

Incêndio
O PT tenta debelar foco de rebeldia na bancada baiana, que ameaça não votar em Michel Temer (PMDB) em razão das disputas locais com Geddel Vieira (Integração Nacional). "Com as duas Casas o PMDB fica muito maior do que todo mundo. Tenho sérias dúvidas sobre se isso deve acontecer", diz Geraldo Simões (PT-BA). 

Loteamento
Ao detectar temor de outros partidos em perder espaço na Esplanada, Temer correu ontem para se explicar a aliados: "O PMDB já tem espaço no governo e não pleiteará mais nada". 

Atalho
A Secretaria de Portos, vinculada à Presidência, dispensou licitação para a reconstrução do porto de Itajaí (SC), atingido pelas enchentes do ano passado. As obras, no valor de R$ 200 milhões, serão feitas pelas empreiteiras Triunfo, Serveng, Constremac e Construtec. A secretaria argumenta que as obras têm caráter emergencial.

Tiroteio

"O MST torce pela crise porque ajuda a recrutar desempregados para o movimento. A última coisa com que eles estão preocupados é com a reforma agrária." 

Do deputado 
WALDEMIR MOKA (PMDB-MS), da bancada ruralista, sobre a avaliação do MST de que a crise financeira favorece a aquisição de terras para a reforma agrária ao descapitalizar o agronegócio.

Contraponto

Providência divina

O senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) se desdobrava para conseguir manter o quórum em uma sessão da Comissão do Meio Ambiente, em agosto do ano passado, mas tinha apenas a companhia da dupla de Rondônia, Valdir Raupp (PMDB) e Expedito Júnior (PP). Raupp tinha o objetivo de aprovar um projeto de sua relatoria, mas faltava mais um voto, até que, subitamente, Renato Casagrande (PSB-ES) apareceu na sala.
Aliviado, o peemedebista não perdeu a deixa:
-Até o momento só Tocantins e Rondônia estavam sustentando a comissão, mas agora chegou o Renato, e o Espírito Santo se faz presente!

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