'É só questão de tempo' para escalada de Trump contra China e México afetar investimento, emprego e consumo
Na manchete digital do Wall Street Journal, sobre o banco central americano, “Fed começa debate sobre cortar a taxa de juros já em junho”.
A “escalada” de Trump contra China e México teria convencido o mercado financeiro que “é só questão de tempo para que afete os investimentos”, com efeito sobre emprego e consumo. O corte pode vir em uma semana e meia.
Na mesma direção, a manchete do Financial Times, sobre o presidente do BC europeu, foi “Draghi prepara novos estímulos com aumento do temor econômico”. Logo abaixo, ele “se junta ao Fed na consideração de cortes de juros”.
SEM DÓLAR, SEM SANÇÃO
Ao fundo, o WSJ publicou a extensa reportagem “O dólar sustenta o poder americano. Rivais estão construindo soluções alternativas”. Além dos negócios em moeda própria entre China e Rússia, agora “as sanções ao Irã estimulam Europa e Índia a criar sistemas para negociar com Teerã sem usar a moeda americana”.
XI & PUTIN, NA RÚSSIA
Em meio a relatos sobre o “soft power” chinês e russo, com o presente de dois pandas ao zoológico de Moscou e passeios pelo museu Hermitage, de São Petersburgo, a cobertura russa da cúpula de três dias de Xi Jinping e Vladimir Putin enfatiza o peso dos acordos comerciais que fecharam.
Kommersant e outros dão atenção sobretudo ao contrato firmado entre o grupo Alibaba e empresas russas como MegaFon para lançar o AliExpress Russia.
NA CHINA
O South China Morning Post noticiou os acordos de US$ 20 bilhões em áreas como energia e tecnologia. Destacou em especial o contrato da Huawei com a russa MTS para desenvolver a estrutura de 5G na Rússia.
O Global Times/Huanqiu, ligado ao PC, afirmou em editorial que as razões internas dos dois países, econômicas, já superam as motivações externas, geopolíticas, da aproximação.
E NOS EUA
O Washington Post publicou a análise “Putin e Xi cimentam aliança para o século 21”, enquanto New York Times e WSJ ouvem Alexander Gabuev, do Centro Carnegie de Moscou, que vê apoio mútuo diante das pressões americanas. Sobre os russos, diz ele, o encontro “permite que eles mostrem o dedo do meio aos EUA: ‘Nós temos a China’”.
‘BRAZILIAN PARADISE’
Na contramão do noticiário negativo sobre o país, a imprensa nova-iorquina já anuncia a abertura de A Arte Viva de Burle Marx, no sábado (8), que "transforma o Jardim Botânico de Nova York num paraíso brasileiro". A própria instituição, com a imagem acima, diz ser sua "maior exibição na história".
Nelson de Sá
Jornalista, foi editor da Ilustrada.
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